“1NAQUELES
DIAS, HAVENDO UMA GRANDE MULTIDÃO, E NÃO TENDO QUE COMER, JESUS CHAMOU A SI OS
SEUS DISCÍPULOS, E DISSE-LHES: 2TENHO COMPAIXÃO DA MULTIDÃO, PORQUE HÁ JÁ TRÊS
DIAS QUE ESTÃO COMIGO, E NÃO TEM QUE COMER. 3E, SE OS DEIXAR IR EM JEJUM, PARA
SUAS CASAS, DESFALECERÃO NO CAMINHO, PORQUE ALGUNS DELES VIERAM DE LONGE. 4E OS
SEUS DISCÍPULOS RESPONDERAM: DE ONDE PODERÁ ALGUÉM SATISFAZÊ-LOS DE PÃO AQUI NO
DESERTO? 5E PERGUNTOU-LHES: QUANTOS PÃES TENDES? E DISSERAM-LHE: SETE. 6E
ORDENOU A MULTIDÃO QUE SE ASSENTASSE NO CHÃO. E, TOMANDO OS PÃES, E TENDO DADO
GRAÇAS, PARTIU-OS, E DEU-OS AOS SEUS DISCÍPULOS, PARA QUE OS PUSESSEM DIANTE
DELES, E PUSERAM-NOS DIANTE DA MULTIDÃO.” MARCOS 8:1-6
“1NAQUELES
DIAS, HAVENDO UMA GRANDE MULTIDÃO, E NÃO TENDO QUE COMER, JESUS CHAMOU A SI OS
SEUS DISCÍPULOS, E DISSE-LHES: 2TENHO COMPAIXÃO DA MULTIDÃO, PORQUE HÁ JÁ TRÊS
DIAS QUE ESTÃO COMIGO, E NÃO TEM QUE COMER.” MARCOS
8:1-2
O evangelho é manancial
(origem, fonte perene, perpétuo, que não acaba, abundante, incessante, contínuo,
imperecível, eterno, ininterrupto, que corre sem cessar) e recurso inesgotável
de ensinamentos. Observe que para expulsar do templo os vendilhões Jesus fez um
azorrague (açoite) de cordéis, a indicar que no sentido reeducacional, para
reeducar, ele fez um azorrague de cordéis. E para nutrir, alimentar, abastecer,
para dar suprimento alimentício a um metabolismo de crescimento consciente e
efetivo às criaturas ele multiplicou pães.
Sem dúvida, todo texto
das escrituras está repleto de símbolos, e precisamos saber entendê-los, tirar
dos símbolos o aspecto essencial para a nossa caminhada. Sabendo que esse pão
que Jesus estava distribuindo na multiplicação apresentava um recado nele.
Assim, temos que compreender que a oferta que ele vai trabalhar na multiplicação
tem um sabor acentuadamente intrínseco, moral. O evangelho é mensagem
direcionada ao espírito e o legítimo pão que ele multiplica é o pão do espírito.
Veja com atenção o
primeiro versículo (“Naqueles dias, havendo uma grande multidão”). Naqueles dias
é circunstância temporal a definir anterioridade a algo. Trazido para os dias de
hoje indica o momento propício, adequado, para um atendimento, para uma
realização.
Evangelho, como código
a pressupor a exteriorização do amor, nos convida a um trabalho e atividade
operacional a processar-se sempre junto à multidão. Ou seja, todo o processo
aplicativo do evangelho presume a existência de uma multidão. Não tem como a
gente aplicar o evangelho trancado dentro de um quarto.
Afinal, nós vivemos em
um sistema de interação, e as pessoas com as quais nos relacionamos representam
os degraus para o nosso crescimento, o piso onde estruturamos todo o nosso
reerguimento. Os semelhantes são os componentes que vão nos oferecer o plano de
ascensão (vamos nos edificar por meio de obras realizadas junto às criaturas
filhas de Deus). Apenas nos elevamos tendo como ponto de sustentação, para a
nossa subida, criaturas com as quais nos interagimos. Sozinho não há como
ninguém crescer de forma efetiva.
E tem mais: “Naqueles
dias, havendo uma grande multidão, e não tendo que comer, Jesus chamou a si os
seus discípulos.” Notou algo interessante? Jesus visualiza a multidão, ele
visualiza a multidão em um sentido completo, ampliado, sem discriminação. Uma
“grande multidão”. E nós estamos, com o evangelho à luz do entendimento,
aprendendo a visualizar a multidão, trabalhando o campo íntimo em uma proposta
nova de fazer o bem sem olhar a quem.
Porque por enquanto a
nossa multidão não é “uma grande multidão”, mas uma multidão relativa. Ela
costuma se constituir de um pequeno grupo de criaturas que nós elegemos no plano
do nosso interesse pessoal, mediante um procedimento discriminatório no campo da
acepção de pessoas pela nossa conveniência.
O Cristo vai atender
uma “grande multidão”. E nós? Inicialmente, a quem vamos atender?
A multidão inicial que
intimamente nos interessa é a presente no ambiente em que estamos ajustados.
Geralmente, dois, três, quatro ou cinco pessoas orbitando em nosso campo cármico
e carecedores do nosso atendimento, resultantes, em tese, de necessidades
básicas e fundamentais do nosso passado. A multidão a ser trabalhada é a nossa,
dentro dessas necessidades imediatas, razão pela qual a criatura vai até Jesus
se abastecer e voltar para sua casa (“E, se os deixar ir em jejum, para suas
casas, desfalecerão no caminho.”) Notou? Não tem como fugir disso sem grave
prejuízo à harmonia. Muitos acham que caíram em determinadas famílias de
pára-quedas, mas não existe isso, é na família onde estão as necessidades
fundamentais dos espíritos.
Sim, meus amigos, o
plano operacional do evangelho se processa junto à multidão, pois nos
encontramos conjugados uns aos outros, quer queiramos ou não.
É multidão. Imaginou?
Pois é, multidão tem de tudo. Os mais altos, os mais baixos, os que sabem mais,
que sabem menos. Inclusive os que vieram de longe (“Naqueles dias, havendo uma
grande multidão, e não tendo que comer, Jesus chamou a si os seus discípulos, e
disse-lhes: Tenho compaixão da multidão, porque há já três dias que estão
comigo, e não tem que comer. E, se os deixar ir em jejum, para suas casas,
desfalecerão no caminho, porque alguns deles vieram de longe.”).
Interessante essa
expressão “os que vieram de longe”. Estamos aprendendo junto e você está lendo
este texto agora de algum lugar. Quem está próximo de você, e quiser ir até
você, terá que despender algum esforço. Logo, esses que “vieram de longe” aponta
que dentro dessa multidão existem os que estão vindo de muito mais distância.
Mas não é um longe no seu sentido físico, geográfico, é mais além, não é uma
distância medida em quilômetros. São aquelas entidades cansadas, aquelas almas
saturadas, combalidas, desgastadas, sofridas, ansiosas por paz e reconforto. É a
distância percorrida por muitas individualidades sob a tutela da determinação
pessoal. Aquelas individualidades que percorreram uma longa jornada na estrada
evolutiva para se adequarem à realidade crística, para sentirem o desejo de
buscarem e se abastecerem com o Cristo (longa jornada, às vezes, muitas
encarnações inclusive).
A multidão, sem dúvida,
tem de tudo. E nós temos que saber nos relacionar com um mundo que tem de tudo.
Resultado: quem não souber se relacionar na caminhada daqui para frente com os
desajustados, os complicados, os diferentes, com aqueles nos graus evolutivos
mais diferenciados, não ascende, não evolui, não avança.
E diante da multidão, o
que Jesus fez?
Chamou a si os seus
discípulos (“havendo uma grande multidão, e não tendo que comer, Jesus chamou a
si os seus discípulos”). Ele não chama para si os deveres dos discípulos, mas
chama a si os seus discípulos. Como o professor que não chama a si os deveres
dos alunos, sob pena de subtrair-lhes a preciosidade da lição.
Pelos conhecimentos que
temos recebido na atualidade (o mundo nunca recebeu tanto conhecimento
espiritual como hoje), Jesus, passados dois milênios, está embutido em nossa
própria intimidade. Isso mesmo, o Cristo se encontra dentro da gente. Então, no
fundo, somos nós mesmos que estamos falando nesse sentido. É como se fosse o
Cristo íntimo, dentro da gente, conhecedor da extensão das nossas necessidades,
das nossas dificuldades, das nossas carências, da nossa fome, da nossa
fragilidade, do nosso jejum, nos chamando a ele próprio. Chamando-nos à
responsabilidade aplicativa do evangelho, chamando-nos ao plano operacional.
Para a vivência dos seus ensinamentos.
Porque quem chama,
chama para algo. Ninguém chama à toa. Esse chamar a si (“chamou a si os seus
discípulos”) tem um sentido de despertar. Chamar para fazer.
VIA GRITOS DE ALERTA
Nenhum comentário:
Postar um comentário