No evangelho nós temos
a presença de três àrvores que eram as mais comuns à época. E são elas a figueira, a oliveira e a videira.
A FIGUEIRA – Por ser
uma árvore rasteira, e trabalhar bem próxima ao solo, ela tem o sentido de
justiça. Você se lembra da figueira que secou? Pois é, ela tinha folhas, e tanto
tinha folhas que alguém a procurou. O que ela não apresentava é fruto (claro, o
fruto já é o resultado, é a exteriorização do amor, e a figueira define
justiça). A figueira produz o figo e indica o sentido informativo. Representa o
componente que dá força, que sustenta, e buscar a figueira
é alimentar-se, ingerir valores capazes de propiciar uma sustentação e
crescimento ao ser.
A OLIVEIRA – A oliveira
indica a capacidade de assimilação. Representa algo vinculado à produção da luz.
Por quê? Porque ela produz um fruto chamado oliva ou azeitona que é praticamente
transformado em óleo. E a queima desse óleo propicia luz, mantém acesa a
candeia. A oliveira, pois, produz o combustível da luz, significa
espiritualmente o plano de clareamento íntimo no campo dos corações, define a
luta da renovação para a produção de luz em nós.
A VIDEIRA – A videira é
a trepadeira cultivada no mundo todo por seus deliciosos frutos, as uvas. Ela
tem flores pequeninas, reunidas em cacho, e bagas ricas em açúcares, razão por
que fermentam com facilidade propiciando o vinho.
Se figueira tem aspecto
de justiça, relação com o plano informativo, e oliveira o plano assimilativo,
metabólico, instauração da luz em nós, a videira vem definir a conjugação do
processo. Ela constitui-se no resultado do processo, é a capacidade nossa de
testemunho por meio do qual vamos sentir, em meio ao labor, o surgimento do
vinho, o substrato abençoado do amor. Então, se a figueira define o sentido
informativo, alimentar-se, e a oliveira a capacidade de assimilar, a videira é a
capacidade da criatura em dinamizar esse valor em nome do Cristo.
Observe que o viver
está para além do limite da justiça, e a harmonia íntima está diretamente ligada
à capacidade de doação, de operar e testemunhar. E o evangelho, como mensagem
viva, é a essência do amor e se manifesta ao capacitarmos à abnegação e
compreensão na eleição de uma nova postura de vida.
Renúncia é deixarmos o
nosso interesse pessoal, é o nosso esforço, não no sentido de ficar sem, de
privação, mas é deixar algo em favor de algo. Não se trata de tosar a vida, mas
tem um sentido de incorporação de componentes novos.
Porque a tarefa tange
amor, não sacrifício, e tanger amor é uma capacidade de operar sem avaliar
sacrifício. E ninguém se edificará sem conhecer essa virtude de renunciar com
alegria em obediência à vontade de Deus. Jesus, por exemplo, para vir a nós
aniquilou a si próprio ingressando no mundo como filho sem berço. No momento do
calvário atravessa as ruas de Jerusalém como se estivesse diante da humanidade
inteira, sem queixar-se, ensinando a virtude da renúncia por amor do reino de
Deus, revelando por essa a sua derradeira lição.
É importante renunciar
e perceber a grandeza da lei de elevação pelo sacrifício. A sangria estimula a
produção de células vitais na medula óssea, a poda oferece beleza, novidade e
abundância nas árvores, e o homem que pratica verdadeiramente o bem vive no seio
de vibrações construtivas e santificantes da gratidão, felicidade e alegria.
Todos os homens sabem conservar, mas raros os que sabem privar-se, e na
construção do reino de Deus chega um instante de separação que é necessário se
saiba suportar com sincero desprendimento.
Fizemos uma breve
abordagem sobre estas questões por acharmos importante para um melhor
entendimento do vem a seguir. Agora, iremos para a parte conclusiva do capítulo,
o estudo da passagem que trata da multiplicação dos pães.
VIA GRITOS DE ALERTA
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