quinta-feira, 31 de outubro de 2013

A Igreja está de joelhos, rogando a intervenção de Deus

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A reportagem mostrou três fileiras de caixões castanhos claros e escuros alinhados a quase 30 metros de profundidade, cada um deles com uma única rosa vermelha. A câmera então se volta para quatro caixões brancos menores com números claramente visíveis no fundo branco: 92, 93, 94, 95... Esses são os caixões das crianças que morreram em 3 de outubro, juntamente com pelo menos 350 outros eritreus e somalis imigrantes que tentavam chegar à ilha de Lampedusa. E, enquanto mergulhadores trabalham para içar mais corpos do naufrágio no leito do mar, outros 33 imigrantes da Eritreia, Somália e Síria morrem uma semana mais tarde quando outro barco emborca na tentativa de alcançar a ilha.

Assim, por enquanto, as circunstâncias repressivas que a Eritreia enfrenta gozam da atenção do mundo.

Estima-se que 3 mil eritreus tentem deixar o país a cada mês a despeito dos riscos imensos que sua luta implica. Aqueles que sobrevivem à ordem de tiro para matar do lado eritreu enfrentam uma perigosa jornada através do deserto para chegar às cidades como Cartum e Tel Aviv. Somente os afortunados escapam de sequestro por resgate ou de assassinato para retirada de órgãos. 

Por que as pessoas se arriscariam em uma jornada perigosa para sair da Eritreia?

As circunstâncias dos eritreus estão descritas na resolução da Assembleia Geral da ONU adotada em junho deste ano. Entre outras coisas, o documento condena:

• A violação contínua e sistemática dos direitos humanos e das liberdades fundamentais pelas autoridades eritreias, incluindo casos de arbitrariedade e execuções extrajudiciais, desaparecimentos forçados, uso de tortura, detenção incomunicável e arbitrária sem recurso à justiça, e detenção em condições degradantes e sub-humanas;

• Restrições severas de liberdade de opinião e expressão, liberdade de informação, liberdade de pensamento, consciência e religião, e liberdade de associação e reunião pacífica, incluindo a detenção de jornalistas, defensores de direitos humanos, atores políticos, líderes religiosos e praticantes na Eritreia;

• A conscrição forçada de cidadãos por períodos indefinidos de serviço nacional, um sistema que equivale ao trabalho forçado, a prática obrigatória de todas as crianças que estão no último ano da escola em um acampamento de treinamento militar, assim como a intimidação e detenção de membros da família dos que são suspeitos de se evadirem do serviço nacional na Eritreia;

• As severas restrições de liberdade de movimento, incluindo a detenção arbitrária de pessoas pegas tentando fugir do país ou suspeitas de ter a intenção de fazê-lo;

• As violações dos direitos da criança, incluindo, mas não limitando, a conscrição militar forçada de crianças;

• O uso generalizado de tortura e outros tratamentos degradantes, desumanos e crueis ou punições e uso de lugares de detenção que estão muito aquém dos padrões internacionais, incluindo celas subterrâneas e contêineres de metal;

• A prática de atirar para matar empregada nas fronteiras da Eritreia para impedir cidadãos eritreus de fugir do país;

• Qualquer violação do governo da Eritreia de suas obrigações para com os direitos humanos internacionais em relação à coleta de impostos de seus cidadãos fora do país;

• A falta de cooperação com mecanismos de direitos humanos regionais e internacionais pela Eritreia.

Desde a independência, em 1993, os eritreus têm visto muito pouco da liberdade pela qual lutaram tão duramente. Ao mesmo tempo, o governo persiste em reprimir o povo.

Respondendo sobre as tragédias dos barcos, Zemede Tekle Woldetatios, embaixador eritreu na Itália, chamou o incidente de triste. Quando perguntado sobre o motivo de tantas pessoas saírem da Eritreia, ele disse que os jovens foram vítimas de tráfico humano, o qual deve ser combatido coletivamente. Ele deu a entender que as hostilidades etíopes são a causa do recrutamento indefinido de jovens eritreus. A resposta é consistente com a minimização contínua do sofrimento do povo eritreu por parte do governo.

Pedidos de oração
• Ore pelas muitas famílias enlutadas neste momento. Ore para que o Senhor trabalhe em suas vidas através do Espírito Santo, consolando os corações partidos.
• Junte-se a nós em oração para que o Senhor traga mudança à Eritreia a seu tempo e do seu modo.
• Juntemo-nos à Igreja eritreia para orar por uma virada espiritual profunda para os líderes do país.
• Ore para que o Senhor cumpra Seus propósitos para a Eritreia. Ore para que, no meio das dificuldades enfrentadas pelos eritreus, muitos sejam atraídos a Cristo. Ore para que a Igreja esteja bem equipada para oferecer a todos que perguntarem um motivo sobre a esperança que têm em Cristo.
• Ore pelos cristãos eritreus e pelos líderes da Igreja enquanto respondem às dificuldades descritas pela ONU e por outros. Ore para que eles sejam encorajados e fortalecidos para suportarem seu fardo de forma a trazer a glória para Cristo.

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FontePortas Abertas Internacional
TraduçãoGetúlio A. Cidade

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