O PSB ainda não definiu quem irá substituir o candidato à Presidência Eduardo Campos, morto na última quarta-feira (13) em um acidente de avião na cidade de Santos (SP). Enquanto a decisão não é anunciada, o mercado começa estudar uma suposta disputa entre a candidata Dilma Rousseff e Marina Silva.
O anúncio do acidente fez com que a BM&FBovespa se agitasse e despencasse 3% por conta dos rumores de que Marina Silva também estava no avião. Os investidores do mercado financeiro ficaram apreensivos de não ter um terceiro candidato de peso na disputa presencial e a Bolsa sentiu o impacto.
Quando confirmaram que Marina não embarcou no voo, a Bolsa voltou a operar em azul por alguns minutos, mas logo voltou a recuar e fechou o dia com queda de 1,5%.
“A entrada da Marina muda não só as perspectivas para o primeiro turno, mas também para o segundo. Ironicamente, ao se tornar candidata numa circunstância de comoção nacional, Marina pode se fortalecer mais do que se tivesse sido escolhida lá atrás”, disse à Veja o economista Gesner Oliveira, sócio da GO Associados.
A Veja conversou com João Augusto de Castro Neves, da consultoria Eurasia, sobre a presença de Marina Silva na disputa presidencial. Para ele a candidata da chapa do PSB pode chegar a ir para o segundo turno ao lado de Dilma Rousseff passando à frente do candidato tucano Aécio Neves.
“Num hipotético segundo turno entre Dilma e Marina, os votos de Aécio são herdados por Marina, que também consegue pegar mais votos dos indecisos. Já o Aécio não herdaria tantos votos do PSB”, disse Castro.
A Eurasia revisou sua análise eleitoral para o Brasil, mas não divulgou a nova estimativa. Para Castro Neves, Aécio Neves é o candidato preferido dos investidores, se Marina entrar como candidata ela será o segundo lugar do mercado que vê a atual presidente como uma escolha a ser evitada.
Oliveira, da GO Associados, concorda que os investidores não ficam apreensivos diante de uma possível disputa entre Dilma Rousseff e Marina Silva. “Já faz algum tempo que a avaliação do mercado é positiva em relação a ela. A Marina mostra uma perspectiva de renovação e o mercado já deu sinais de que quer mudança”, disse.
“Tendo em vista o aconselhamento econômico de Marina e os desafios que se mostram adiante, algumas medidas serão inevitáveis tanto para ela quanto para Dilma e Aécio, como conter a deterioração fiscal, reajustar tarifas e tentar reconquistar a confiança do setor privado”, afirmou o economista ao falar sobre a chamada “herança maldita” do governo de Dilma para o mercado financeiro.
GOSPEL PRIME
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