domingo, 31 de maio de 2015

Aprendendo com a igreja primitiva

Textos: Atos 9:36-43; Atos 10.

A pequena cidade de Jope com seu perigoso porto de altos rochedos, teria passado despercebida da história bíblica se não fora pela influência de dois cristãos: são eles, a discípula Dorcas e Simão curtidor de peles. O texto nos mostra que eles dispuseram seus corações a serviço do Reino de tal maneira que uma cidade marcada pela morte, perdas e pobrezas foi transformada em terra de ressurreição avivamento.

O que estes dois discípulos tinham de tão especial? A visão correta para discernir a necessidade do seu território, que era atender as viúvas pobres e a necessidade de uma casa para hospedar e sustentar o ministério apostólico de Pedro.

A linguagem de Dorcas era a generosidade e serviço. Jope tinha muitas viúvas, talvez pelo fato dos homens trabalharem no mar onde morriam deixando famílias sem seus sacerdotes e sem seus provedores. Dorcas tinha o talento da costura e dispôs seu coração esforçando-se em fazer túnicas para vesti-las e ofertando suprindo assim, a necessidade delas. Atender as viúvas era uma prática da igreja primitiva.

Vestir simboliza cobrir a desonra e a vergonha produzidas pelo diabo que veio para matar sonhos, projetos e a esperança. No Éden o Pai cobriu a nudez de Adão e Eva gerada pelo pecado sacrificando um animal (tipo de Cristo). Na cruz Jesus ofertou-se como Cordeiro para que nosso pecado fosse perdoado e nossa nudez coberta com vestes de salvação e graça imerecida - Is. 61:10. Não só a nudez física precisa ser coberta, mas a nudez da alma despida pelo pecado que rouba a roupagem da salvação.

A cruz foi o tear idealizado nos céus para produzir essa provisão que nos garante vida abundante e eterna. Tenhamos consciência como discípulos de Jesus que cada dia precisamos submeter-nos a Deus e resistirmos ao diabo para manter-nos adornados desta tão grande salvação.

Olhando para os acontecimentos da vida dessa discípula amada,quando enfrenta uma doença e morre percebemos que um discipulado de serviço e amor pelas almas nunca morre. Seu discipulado era extremamente necessário naquela comunidade e sua perda gerou comoção e um grande clamor das viúvas. A Bíblia nos diz que o clamor gera uma resposta da parte de Deus - Jr. 33:3.

Os santos que viviam em Jope discerniram que esse discipulado tinha sido atingido, então agiram. Não podemos ficar indiferentes quando o inimigo atinge o nosso discipulado, precisamos buscar ajuda na fonte correta. Para eles a fonte de ajuda era o apóstolo Pedro, um dos mais importantes líderes da igreja primitiva que estava numa cidade próxima. Pedro cumpre o IDE de Jesus: apascenta minhas ovelhas –Jo. 21. O ministério apostólico tem legítima autoridade e unção para entrar no território que foi atingido pela morte para desatá-lo trazendo vida e ressurreição. Pedro pela fé chama Dorcas à vida, pois tinha em seu coração a certeza de que o que viu e viveu com o seu Mestre poderia acontecer em seu ministério sob a promessa de que maiores coisas faria - Jo. 14:12. Jope clamou e viveu ressurreição.

Quanto a Simão, seu coração era hospitaleiro, abriu sua casa para receber e sustentar o apóstolo. Porém, um curtume era o último lugar onde um judeu se hospedaria (considerado lugar imundo), Pedro quebrou uma regra do judaísmo aceitando a hospitalidade, sendo ele o mais ferrenho dos apóstolos no que concernia guardar a lei.

Tendo essa atitude Pedro acessa o novo de Deus, pois recebe uma revelação poderosa e relevante. Através de uma visão Deus lhe revela que a graça da salvação também era estendida aos gentios (isto aconteceu na pessoa de Cornélio e sua casa). A ineficácia da lei foi suplantada pela eficácia da graça.

De um lugar mal cheiroso, a casa de Simão foi influenciada pelo bom perfume de Cristo na vida de Pedro e tornou-se céus de revelação e avivamento para as nações. Pedro é liberado para girar a chave da porta da graça e dar boas-vindas a todos os gentios às boas-novas do Evangelho. Quando deixamos o antigo, acessamos o novo de Deus, pois o odre velho não retém o vinho novo - Lc. 5:37-38.

Queridos líderes e discípulos, Dorcas nos incentiva de que ofertar-se por amor resulta em recompensa. Simão nos ensina que não podemos negligenciar a hospitalidade, pois a Bíblia relata que muitos sem saber hospedaram anjos – Hb. 13:2, e Pedro é para nós uma inspiração de que não devemos resistir ao novo de Deus.

Concluímos assim, que o esforço e disposição desses discípulos oferecendo o pouco que tinham, não retendo o seu talento e sim abrindo seus corações e sua casa para o serviço do Reino fez a diferença nesta cidade. O discipulado deles gerou ressurreição - a ressurreição gerou avivamento. Todas as cidades circunvizinhas vinham a Jope, terra de avivamento, e eram salvas experimentando também milagres. Por dois anos Pedro precisou ficar nesta cidade colaborando com os discípulos. E a partir da casa de Simão na insignificante Jope Pedro estende a graça da salvação aos gentios,sendo novamente surpreendido quando o Espírito Santo desce sobre eles antes mesmo do batismo nas águas; o apóstolo então entende que o vento sopra aonde quer – Jo. 3:8. O Ruah Kadosh se move e não pode ser controlado pelo humano. A antiga aliança é só sombra para a nova.

Sejam livres amados discípulos, deixem as coisas antigas, de em passos de avanço para o novo – 2 Co. 5:17.

Dois simples discípulos, quem diria! Deixaram um legado de vida.

Segundo John D. Davis no seu Dicionário da Bíblia, pág. 337, apequena Jope nunca mais deixou de florescer, transformou-se no moderno Porto de Jafa cercada por frutíferos pomares de diversas espécies e lindos e perfumados jardins.

Como está o nosso discipulado? Esforcemo-nos no serviço do Senhor e abramos o nosso coração para amarmos as vidas, pois hoje não é diferente dos dias de Jope: há morte, há nudez, há clamor. Nosso território espera de nós, discípulos do Senhor, a mesma atitude de amor. Que este exemplo nos anime a testemunhar poderosamente em todo o tempo sobre a misericórdia e o amor do nosso Deus só assim transformaremos o nosso território em terra de ressurreição e viveremos céus de avivamento. Pois Jesus em nós é a resposta para esta geração.


elshaddai

Nenhum comentário:

ESTUDO SOBRE OS PROPÓSITOE E OBJETIVOS DE CADA UMA DAS 12 TRIBOS DE ISRAEL , E PORQUE HOJE AS IGREJAS NÃO SÃO TRIBOS .

  Nesse pequeno resumo vamos detalhar os propósitos e objetivos de cada uma das 12 tribos de Israel , e em segundo plano falaremos , PORQUE ...