sábado, 23 de maio de 2015

Shavuot: O movimento, a lenha e o fogo

Estamos no período de mais uma Festa ou Encontro com o Eterno conhecida como Shavuot, a Festa das Semanas. Como sabemos, este tempo marca a finalização de Pessach, pois é através dos 49 dias que entramos em um nível de Retorno ou Teshuvá.
Na verdade, a contagem destes dias é tão importante pois marca a elevação e reflexão do ponto de impureza quase sem retorno que o povo de Israel atingiu no Egito, para um nível considerável e satisfatório, a afim de recebermos uma Graça ou Benção, como foi como ocorreu no Sinai.
Podemos dizer que uma vez fora do Egito estamos livres dos desejos de lá? De maneira alguma. Porque isso nos tiraria dessa terra ou plano físico. Por isso, um constante exame se faz necessário em cada indivíduo e neste tempo ainda mais, pois as forças para se alcançar êxito contra a carnalidade estão do nosso lado.
O Bicurim (primícia) que se faz nessa época demonstra muito bem. Nesse período o indivíduo deve separar o que não é dele em honra ao Eterno e entregando ao Sacerdote, como está relatado na Torá.
Levítico 23:20 “Então, o sacerdote os moverá, com o pão das primícias, por oferta movida perante o SENHOR, com os dois cordeiros; santos serão ao SENHOR, para o uso do sacerdote.”
A questão do movimento da oferta nos fala da alma humana que deve sempre estar ocupada de alguma maneira para que não volte a cair em declínio espiritual, o Mestre Yoshua falou certa vez:
Lucas 11:24.25 “Quando o espírito imundo sai do homem, anda por lugares áridos, procurando repouso; e, não o achando, diz: Voltarei para minha casa, donde saí. E, tendo voltado, a encontra varrida e ornamentada. ”
Não adianta a casa está somente arrumada, mas tem que haver movimento. Quando trancamos uma casa depois de tê-la arrumado ela pode estar linda nos primeiros dias, mas depois de um tempo se enchera de poeira, aranhas, insetos, ratos e etc., portanto o fato está em gerar movimento. A alma necessita de ocupação. Se você retira o que é ruim e substitui pelo que é bom, mas não mantem cuidado e limpo aquilo que é bom para se conservar, será vã a sua luta.
Shavuot nos fala de fogo e fogo foi feito para queimar. E quando falamos sobre isso inevitavelmente voltamo-nos ao Mischan (Tabernáculo) e o Altar de Bronze. O texto da Torá diz que o Altar deve estar constantemente queimando, e o fogo nos arremete para aquilo que aponta para o alto pois a chama por sua combustão se eleva. As chamas apontam para a alma humana sempre tentando alcançar sua origem. Mas para que isso aconteça deve haver combustível para o fogo, e esse combustível é a madeira.
Genesis 22:6 “Tomou Abraão a lenha do holocausto e a colocou sobre Isaque, seu filho; ele, porém, levava nas mãos o fogo e o cutelo. Assim, caminhavam ambos juntos. ”
Enquanto houver o que queimar, existirá sacrifícios para realizar. Queime a madeira porque o holocausto já está posto sobre o seu altar interior, movimente-se por dentro e você conseguirá reagir por fora.
Por isso a contagem do Ômer (49 dias) e o Movimento. E como realizar esta contagem? Através da analise diária dos sete dias da semana por sete semanas que culminam em Shavuot. E para isso se faz necessário a análise de sete atributos Divinos que necessitam de introspecção são eles:
  1. Chesed – bondade e benevolência;
  2. Guevurá – justiça, disciplina, moderação e reverência;
  3. Tiferet – beleza, harmonia e compaixão;
  4. Netzach – resistência, firmeza e ambição;
  5. Hod – humildade e esplendor;
  6. Yesod – vínculo e princípio;
  7. Malchut – nobreza, soberania e liderança.

O homem tem como realizar isso pois na verdade isso está inserido em sua alma, já que o mesmo tem a semelhança do Altíssimo, louvado seja E’le.
Quando alcançamos os 49 dias estamos prontos para ir além. Podemos declarar com nossa boca como os antigos falaram:
“Naassê Venishmá” – “Nós faremos e (então) compreenderemos” Êxodo 19:8
O movimento vem antes da mudança e só pode existir compreensão de algo se antes se caminhou para tal direção.
Declaro Céus abertos para você. Feliz Shavuot!

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