APOCALIPSE 11:15 to 12:17
A narrativa continua, vindo agora o terceiro ai com o tocar da sétima trombeta pelo sétimo anjo, introduzindo a segunda metade do período da tribulação.
Ela abrange a grande tribulação de Israel, as bestas, as proclamações dos três anjos, o julgamento da colheita, o julgamento das sete taças, a destruição da Babilônia Mistério e da Grande Babilônia. Termina com a volta de Cristo, e a sua vitória sobre os rebeldes preparando o mundo para o Milênio.
Tendo já em vista essa conclusão, haverá a proclamação por grandes vozes no céu que Cristo tomou posse do seu reino sobre o mundo; a proclamação é seguida pela adoração dos vinte e quatro anciãos, antecipando o julgamento final da humanidade (que virá depois do milênio - capítulo 20).
O santuário de Deus e a arca da aliança mencionados aqui se acham no céu: os que se encontravam na terra eram cópia e sombra deles. A arca da aliança na terra era um símbolo de Cristo (Hebreus 8:5), contendo (Hebreus 9:4):
- as táboas do Testemunho lavradas por Moisés e gravadas com a Lei de Deus (Êxodo 34:1); este era o padrão de conduta perfeita exigido por Deus, cumprido por Cristo que viveu sem pecado (Hebreus 4:15);
- uma urna de ouro contendo o maná, o pão do céu , figura de Cristo (João 6:31-33).
- a vara de Arão indicando a autoridade divina para o sacerdócio (Números 17:10); Cristo é o nosso sacerdote (Hebreus 10:10, 12).
- a tampa com os querubins, de ouro, chamada de propiciatório, sobre a qual se derramava o sangue do sacrifício na presença de Deus, simbolicamente representada entre os dois querubins. Cristo é a propiciação pelos nossos pecados (1 João 2:2; 4:10).
Novamente a presença de Deus se faz evidenciar pelos relâmpagos, vozes, trovões e terremoto, aos quais é acrescentada uma grande saraivada. A esta altura João vê dois sinais (símbolos) no céu, dos quais nos é dada a interpretação, ou no próprio texto, ou em outras partes da Escritura.
A mulher é símbolo da nação de Israel. A nação de Israel é frequentemente representada como uma mulher nas profecias, e até mesmo como a esposa do SENHOR (Isaias 54). A Bíblia nos diz que, num sonho, José viu seu pai Jacó como o sol, sua mãe como a lua, seus onze irmãos como estrelas (Gênesis 37:9-10). Deus pôs inimizade entre a semente da serpente e a da mulher, e com dor a mulher dará à luz os seus filhos (Gênesis 3:15-16). De uma mulher da nação de Israel nasceu o seu filho varão, o Senhor Jesus.
O dragão é um símbolo do diabo (que significa difamador, caluniador), ou Satanás (v.9). Sua cor vermelha nos lembra um assassino coberto de sangue (João 8:44). Cabeça significa autoridade, chifre representa poder e diadema, conquista. O número sete indica que está completo, perfeito, divino - divindade falsa no caso dele (2 Coríntios 4:4). O número dez nos fala de multiplicidade.
As estrelas do céu são criaturas celestiais (Jó 38:7, Daniel 8:10), das quais Satanás subverteu um terço quando se rebelou contra Deus. Satanás se deteve diante da nação de Israel, e procurou destruir o seu Filho - o Messias - assim que nascesse, usando também os Seus inimigos que ali estavam (Herodes procurou matá-lO em sua infância, Satanás O tentou no deserto, os judeus procuraram apedrejá-lO durante o Seu ministério).
Mas o Filho foi arrebatado para Deus até ao seu trono: Ele ascendeu ao céu depois de dar a Sua vida santa como preço pela redenção de pecadores, estando agora no seu trono, e voltará para reger as nações com cetro de ferro.
Entre o fim do versículo 5 e princípio do versículo 6 do capítulo 12 há um intervalo, não mencionado aqui, que vai desde a ascenção do Senhor Jesus até o soar da sétima trombeta, no meio do período de sete anos de tribulação.
Nesta ocasião a nação de Israel (a mulher), fugirá para o deserto (Jordânia, onde os antigos reinos de Moabe, Edom e Amom estavam), e ficará ali durante os últimos três anos e meio de tribulação, debaixo da proteção divina (Daniel 11:41). Mais detalhes adiante.
Miguel (Quem é Como Deus?) é o único anjo chamado arcanjo na Bíblia (Judas 9), e se distingue por ser um dos primeiros príncipes e um que protege a nação de Israel (Daniel 10:13,21, 12:1). Ele é o líder de um exército de anjos que lutará contra Satanás e os seus anjos, provavelmente também na metade da tribulação.
Satanás é atualmente o príncipe da potestade do ar (Efésios 2:2), o líder das forças espirituais do mal, nas regiões celestes (Efésios 6:11-12), o acusador que acusa os irmãos de dia e de noite, diante do nosso Deus (Apocalipse 12:10). Sua posição é tão alta que mesmo o arcanjo Miguel não se atreveu a insultá-lo (Judas 9). Sua condenação virá porque se ensoberbeceu (1 Timóteo 3:6) querendo ser semelhante ao Altíssimo (Ezequiel 28:16-17, Isaias 14:13-14).
Satanás perderá a batalha e será expulso do céu, com seus anjos; na terra o povo de Deus o vence recorrendo ao sangue remidor de Cristo, à evangelização acompanhada por retidão de vida, e à sua disposição a fazer qualquer sacrifício por Cristo, inclusive a morte ( ver Efésios 6:10-17).
Satanás será lançado à terra com o seu bando, disposto a causar o maior estrago possível porque sabe que pouco tempo lhe resta: ele conhece as Escrituras muito bem! Seu primeiro alvo será a nação de Israel (a mulher).
Mas Deus, de forma milagrosa, a protege (Mateus 24:15-22) dando-lhe duas asas da grande águia (Êxodo 19:4) mediante as quais ela vai para o seu lugar no deserto. Segundo as Escrituras, o lugar que lhe pertence no deserto está no deserto de Moabe, agora Jordânia, ao sul do mar Morto, onde durante quarenta anos o SENHOR os alimentou e protegeu depois que deixaram o Egito e antes de entrarem na terra de Canaã. A água como um rio provavelmente representa um exército, que será engolido pelo deserto.
A essa altura haverá ainda muitos crentes judeus espalhados pelo mundo, os restantes da descendência da mulher, que não estarão em Israel e não se refugiarão nas montanhas. Satanás se empenhará em destrui-los, através da besta, ou anticristo, descrito no capítulo seguinte, dando assim início à Grande Tribulação de Israel.
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