domingo, 17 de julho de 2016

O amor de Deus em Jesus Cristo

 SANTIFICAÇÃO

É Deus que faz com que todas as coisas concorram para o bem daqueles que O amam, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Embora haja o livre arbítrio do homem, atrás de tudo está a soberania de Deus, tanto no sofrimento como nas bênçãos vindas pela Sua graça. Pode ser que enquanto sofremos desgostos, tragédias, decepções, frustrações e perdas, duvidamos se podem resultar em algo de bom. Mas o que Deus permite que entre em nossas vidas foi já planejado para nos conformar à imagem de Seu Filho, assim como Ele é a imagem do Pai (2 Coríntios 4:4, Colossenses 1:15).

Nossas vidas não estão abandonadas ao acaso, sorte ou destino, mas são dirigidas por nosso maravilhoso Senhor pessoal, que é, como diz o ditado, "muito amoroso para ser cruel e sábio demais para errar." Deus em sua (para nós incompreensível)  presciência já nos conheceu e nos escolheu na eternidade passada (Efésios 1:4). Não foi um mero conhecimento teórico intelectual, mas Ele já conhecia todo mundo que jamais iria nascer.
Mediante a Sua presciência Deus predestinou alguns para serem conformes à imagem de Seu Filho. Era um propósito que jamais poderia ser frustrado. O Seu Filho se fez em forma de homem, a fim de que aqueles escolhidos, depois de atenderem ao chamado de Deus fossem justificados pela Sua morte; e depois glorificados conformando-se à Sua divina imagem, e assim obtivessem a semelhança da família de Deus.
Que pecadores ímpios venham a ser transformados na imagem de Cristo por um milagre da graça é uma das verdades mais impressionantes da revelação divina. Nunca teremos os atributos da divindade, ou mesmo a semelhança de Cristo fisicamente, mas seremos moralmente como Ele, totalmente livres de pecado, e teremos corpos glorificados como foi o dEle ao ressuscitar dos mortos.
Nesse dia de glória o Senhor Jesus será o Primogênito entre muitos irmãos, significando também o Primeiro em grau ou honra. Não vai ser só um entre iguais, mas O supremo em tudo, sobre todos.
Voltando ao assunto da predestinação, tomemos o cuidado de não cair numa doutrina que prega o fatalismo, negando o livre arbítrio de cada pessoa.
Todo aquele que foi predestinado na eternidade também é chamado em tempo útil, junto com todos os demais pecadores. Porém ele não só ouve o evangelho, como todos os demais, mas também toma a decisão de recebê-lo para si. Neste caso, o chamado é eficaz da parte de Deus (pois produz a conversão).
Todos os convertidos se cobrem com a justiça de Deus através dos méritos de Cristo e assim são habilitados a comparecer à presença do Senhor. A glorificação virá mais tarde, mas Paulo a coloca no passado como algo que certamente acontecerá e será vista em retrospectiva no futuro.
Esta é uma das mais veementes passagens do Novo Testamento sobre a segurança eterna do crente. Para cada milhão de pessoas que são conhecidas de antemão e predestinadas por Deus, cada uma delas será chamada, justificada e glorificada. Sem exceção alguma! (Compare com o "todo" em João 6:37).
Face a esta exposição, temos quatro perguntas que consistem em desafios a alguém que queira se opor aos desígnios de Deus:
  1. Se Deus é por nós, quem será contra nós?” Seria uma oposição totalmente inútil, pois o Deus Todo-poderoso nos tomou para Si mesmo. Por estarmos perdidos em pecado, Ele nos amou ao ponto de entregar o Seu próprio Filho por todos nós. Tendo pago tão grande preço, sem dúvida nos dará todas as demais coisas pois são de valor insignificante relativamente a isso. Alguém já disse: a pergunta do incrédulo é “como dará?” mas a do crente é “como não dará?”
  2. Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus” Não faltam os que procuram e denunciam as falhas cometidas pelo povo de Deus na terra, mas o grande acusador dos irmãos é Satanás. A resposta é “É Deus quem os justifica” e é ainda mais compreensível se colocarmos “ninguém, porque...” no início dessa resposta. Deus é o Juiz Justo e Supremo de toda a criação, que inclui também as hostes celestes e Satanás, e é Ele próprio Quem justifica os Seus escolhidos em conformidade com as Suas supremas leis de justiça (Romanos 3:21-31). Em vista disso, ninguém tem qualquer possibilidade de sucesso ao procurar acusá-los de alguma coisa. Eles já foram justificados e, portanto, são incólumes de qualquer acusação.
  3. Quem os condenará?” Outra vez a resposta fica ainda mais compreensível se colocarmos “ninguém, porque...” antes da resposta “Cristo é quem morreu... foi ressuscitado dos mortos... está à direita de Deus... intercede por nós”. Seria uma grande ousadia condenar alguém que foi justificado por Deus e tem um Advogado à direita de Deus"que também intercede por ele” (1 João 2:1). Nosso advogado pagou a dívida de nossos pecados com seu sangue e se Ele interceder por alguém, ninguém mais poderá ter uma razão válida para condená-lo. Está livre (versículo 1).
  4. "Quem nos separará do amor de Cristo?” A resposta é “nada”, mesmo que venham:
  • tribulação, que certamente teremos no mundo para nos provar, mas podemos ter bom ânimo porque Cristo venceu o mundo (João 16:33).
  • angústia, pois o Senhor é um alto refúgio em tempos de angústia (Salmo 9:9).
  • perseguição, que inclui perseguição legal e campanhas contra os cristãos. A perseguição virá a todos os que querem  viver piamente em Cristo Jesus (2 Timóteo 3:12).
  • fome, da qual sofreram muitos do povo de Deus, inclusive o apóstolo Paulo.
  • nudez, não somente falta de roupa, mas a privação de coisas necessárias para o conforto pessoal e proteção física. Por ela também passaram muitos do povo de Deus através da história bíblica.
  • perigo, não só de vida mas de males físicos e espirituais, ou a
  • espada, golpes mortíferos vindos dos inimigos do Evangelho.
São sete males que englobam as principais circunstâncias adversas que mais causam separações na vida humana. Mas nada disto nos separará do excepcional amor de Cristo.
Se qualquer uma dessas coisas pudesse separar o crente do amor de Cristo, então o rompimento fatal teria acontecido já há muito tempo, porque a carreira do cristão é uma morte viva. Isso é o que o salmista quis dizer quando afirmou que, “por amor do Senhor, somos entregues à morte o dia todo, e somos considerados como ovelhas para o matadouro” (Salmo 44:22).
Ao invés de nos separar do amor de Cristo, tudo isso só contribui para nos aproximar ainda mais dEle. Provamos não ser apenas vencedores, mas mais do que vencedores. Não é simplesmente por triunfar sobre estas forças formidáveis, mas por trazer glória a Deus ao fazê-lo, assim como bênção para os outros, e bem para nós mesmos. Anulamos os esforços dos nossos inimigos e afastamos os obstáculos que se apresentam.
Nada é realizado por nossa própria força, mas só através dAquele que nos amou. Só o poder de Cristo pode trazer doçura da amargura, força da fraqueza, vitória da tragédia, e bênção do desgosto.
O apóstolo não havia ainda terminado a sua pesquisa aqui. Ele esquadrinhou o universo para ver se encontrava algo que poderia concebivelmente nos separar do amor de Deus, e relacionou as coisas mais temíveis para o ser humano, como segue:
  1. A morte com todos os seus terrores;
  2. A vida com todas as suas seduções;
  3. As criaturas celestiais como os anjos, e seus principados, com seu poder e conhecimento sobrenatural;
  4. As coisas e circunstâncias atuais, que nos ameaçam no dia a dia.
  5. As coisas e circunstâncias futuras, que despertam medo e pressentimentos;
  6. Os poderes exercidos sobre nós, quer sejam tiranos humanos ou adversários espirituais;
  7. A altura ou a profundidade, aquilo que nos ameaça vindo de cima ou de baixo, visível ou oculto.
Para ter certeza que não estava faltando nada, Paulo ainda acrescentou “nem qualquer outra criatura”. 
A conclusão foi que absolutamente “nada nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” São palavras de triunfo que dão ao crente toda a segurança, encorajamento e audácia para enfrentar a sua vida neste mundo hostil, mesmo suportando o martírio na mão de algozes que surgem com o propósito de apagar a luz do Evangelho que acendem ao seu redor.
Este é o amor de Deus vitorioso sobre todos os adversários possíveis, "o amor de Deus que está em Cristo Jesus." Paulo chegou ao cume da montanha. Ele realmente completou o seu grande argumento a respeito da justiça e do amor de Deus, que é poderoso para salvar o mais vil pecador e de transformá-lo mediante o Seu Espírito, para se assemelhar ao Seu Filho durante a sua vida neste mundo.
No entanto, restou ainda o problema do povo judeu que, embora fosse o povo escolhido de Deus e através de quem o Seu Filho viera ao mundo, rejeitou e continuava rejeitando a Sua oferta de perdão, que só poderia ser recebido mediante arrependimento e lealdade ao Senhor Jesus Cristo. Paulo trata deste problema nos três capítulos a seguir.

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