segunda-feira, 17 de abril de 2017

CRENTES COM COSTUMES DIFERENTES DOS DA ASSEMBLÉIA DE DEUS SÃO SAMARITANOS PAGÃOS, DIZ EX-PRESIDENTE DA IGREJA

Para o pastor José Wellington Bezerra da Costa, ex-presidente da CGADB, homens que usam barba, mulheres que pintam cabelo e crentes que aplaudem no culto são “samaritanos pagãos” (vídeo no final do post).
O pastor José Wellington Bezerra da Costa, há 3 décadas na presidencia da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), falou sobre a perda dos “bons costumes” pela denominação. Segundo o líder da AD, a igreja está perdendo sua unção porque alguns costumes pagãos tem sido adotados.
“Nós estamos, paulatinamente, imitando e aceitando os costumes dos samaritanos”, disse ele, comparando a conduta de alguns cristãos de outras denominações com práticas dos samaritanos, povo miscigenado que vivia em inimizade com Israel nos tempos de Jesus.
“Os samaritanos trouxeram alguns corinhos e muita bateção de palma, alguns conjuntos que começam o culto para animar”, disse o pastor, como se o simples ato de acompanhar uma canção com palmas como fazem inúmeros crentes de outras igrejas evangélicas, fizesse de alguém menos cristão.
Mulheres com cabelos curtos, o uso de enfeites e jóias, a barba dos homens, todas essas práticas seriam pagãs e samaritanas, e por culpa destas práticas a Assembleia de Deus estaria perdendo sua unção. “A Assembleia de Deus não é mais a mesma”, desabafou (Veja o vídeo).
De fato, a Assembleia de Deus não é mais a mesma. Tornou-se em um feudo, em uma capitania hereditária como foi comprovado nas últimas eleições da Convenção Geral. Tornou-se uma monarquia passada de pai para filho: Do José Wellington B. Costa, para o José Wellington Jr.
Mas louvado seja Deus que está por cima de todas essas coisas, e continua abençoando a denominação à despeito de sua cúpula. Deus ama a Assembleia de Deus, e a piedade destes irmãos. Deus ama a simplicidade e o valor com que muitos deles desbravam os mais remotos rincões do país, como pioneiros, muitas vezes recebendo pouco ou nenhum apoio da denominação, da igreja mãe, ou da SENAMI, agência missionária da instituição.
Agora, quanto ao pronunciamento do pastor, só há o que lamentar. Além de mostrar uma suprema ignorância bíblica ao comparar práticas pagãs e sincretistas com o uso de roupas e acessórios, o pastor demonstrou não ter respeito algum para com presbiterianos, batistas, metodistas, renovados, e tantos outros grupos cristãos que não adotam os costumes da Assembleia de Deus.
Felizmente a conduta deste senhor não representa o pensamento de toda a igreja e há quem veja os crentes de outras denominações como irmãos. Há dentro da Assembleia de Deus quem acredite que ser irmão em Cristo está muito além de questiúnculas sobre roupa, cabelo e maquiagem, ou sobre calvinismo e arminianismo, cessassionismo ou continuísmo.
Sim, tem gente decente na Assembleia de Deus. Gente que não se sente representada pelo pensamento do gestor-mor que manteve a denominação num retrocesso que durou três décadas e agora, via influência familiar, seguramente conduzirá a igreja em um caminho de discriminação e preconceito por outro tanto, hostilizando a todos em seu isolacionismo, chamando crentes diferentes de “pagãos”, “samaritanos”, e tornando ainda mais apertada a porta e o caminho ao impor costumes meramente humanos.
Além disso, muito pior que a barba ou o corte de cabelo é o desprezo ao irmão que é diferente. Pior do que bater palmas no culto é o legalismo – tão combatido por Paulo em sua carta aos Gálatas – que faz a salvação depender de práticas exteriores e não da fé do coração. Que define o cristianismo em termos de “não proves, não toques e não manuseies” (Colossenses 2.21).
Nossa oração é para que Deus abençoe a Assembleia de Deus e nossos irmãos pentecostais, e para que estes não se espelhem na conduta nem no ensino de parte de sua liderança, que de tão viciada em poder, tem esquecido dos pilares fundamentais do cristianismo como a doutrina da justificação, pois não é por ter barba ou pela falta de barba, nem por pintar ou deixar de pintar o cabelo, e nem por aplaudir ou não aplaudir no culto, mas pela fé em Cristo é que somos justificados.

Por Léo Gonçalves
Redação Púlpito Cristão

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