Mãe, que é doméstica, chegou a alugar carro para ir atrás das pistas.
Foto da jovem foi divulgada em última semana de “Amor Eterno Amor”.
Amigos mobilizam campanha na Internet para
encontrar jovem. (Foto: Reprodução/ Internet)
"Parece que minha filha evaporou. Ninguém a viu e ninguém sabe de nada.
Estamos no escuro sem saber o que fazer". Essas são as palavras de uma
mãe que aguarda reencontrar a filha que sumiu há 30 dias, completos
nesta terça-feira (11). Segundo a família, Amanda Correia, de 15 anos,
disse que se encontraria com uma amiga em uma casa de shows em Castelo,
região Centro-Sul do Espírito Santo, e nunca mais voltou.
A polícia informou que está empenhada no caso e conta com o reforço de
várias delegacias para elucidar o caso. O processo do desaparecimento da
jovem tramita na 2ª Vara criminal de Castelo e foi decretado segredo de
Justiça.
A empregada doméstica e mãe da adolescente, Elisa Regina Correia de 41 anos, disse ao
G1 em
entrevista por telefone que não descarta nenhuma informação, mesmo que
muitas vezes sejam trotes. Sem condições financeiras, pai e mãe alugaram
um carro para ir atrás das pistas. “Está sendo muito difícil viver com
essa agonia, é um sofrimento. Nós nos apegamos em qualquer coisa, mesmo
que seja irreal. Certa vez, meu marido alugou um carro e andamos mais de
duas horas sem parar e, quando chegamos ao local informado, não
encontramos nada”, contou Elisa.
Questionada sobre o perigo de ir a algum lugar desconhecido e sem
nenhuma segurança, a mãe disse que, para encontrar a filha, não vai
medir nenhum esforço. Disse ainda que repassa todas as informações para a
polícia da cidade, mas não obtém retorno. “Sempre estamos indo à
delegacia e não temos nenhuma posição. Os policiais dizem que minha
filha pode ter sido sequestrada ou pode ter fugido de casa. Hipóteses
que nós descartamos, ela é uma menina ótima e nos dávamos muito bem. Não
temos luxo, mas tínhamos uma família feliz. Mas por outro lado,
pensamos que ela está em algum cativeiro precisando de ajuda”, disse.
Foto na novela
Na última semana, a foto de Amanda Correia foi divulgada em rede
nacional, ao final dos capítulos da novela “Amor Eterno Amor” da Rede
Globo. Para a mãe da adolescente, com esta exposição crescem as
esperanças para que mais pessoas reconheçam a filha em qualquer canto do
Brasil.
Nos apegamos em qualquer coisa, mesmo que seja irreal"
Elisa Regina, mãe de desaparecida
Ajuda da família
A cunhada do pai de Amanda, Jerusa Eugênio da Silva, deixou, no Rio de
Janeiro, o marido, os filhos e os netos para dar suporte aos pais da
jovem. “Esse é um momento que não desejo para ninguém, meus cunhados
estão transtornados. A minha sobrinha é extremamente vaidosa, uma
criatura amável, estudiosa e nunca deu problemas aos pais”, relatou a
tia da adolescente.
Jerusa Eugênio contou que todas as vezes que o telefone toca, bate a
esperança, que logo desaparece. O pai da adolescente trabalha em Castelo
como pedreiro, já a mãe como empregada doméstica, há dez anos na mesma
casa. Os dois voltaram ao trabalho há, aproximadamente, 10 dias.
“Conseguimos convencê-los a ocupar a mente. O psicológico dos dois está
muito abalado e por isso vou ficar aqui por mais tempo”, contou.
Investigações
O titular da Delegacia de Pessoas Desaparecidas, Sérgio Melo, informou
que os trabalhos de investigação estão sendo realizados pelo Distrito
Policial de Castelo, Delegacia Anti Sequestro, de Pessoas Desaparecidas e
por outras delegacia com ajuda técnica. “As investigações são lentas,
mas não podemos desanimar e pensar que nada está sendo feito. As
instituições estão empenhadas em termos de rastreamento e questões
técnicas. Nas primeiras semanas muitas pistas são dadas, apuradas e
algumas descartadas. Mas com o tempo vão diminuindo, e a incidência
acaba”, informou Melo.
O delegado disse ao
G1 que no Espírito Santo
são registrados anualmente, aproximadamente, mil casos de
desaparecimento. Desses, 90% não são solucionados em menos de um ano. Os
casos se repetem com mais frequência com as meninas na faixa etária de
11 a 17 anos.
De acordo com o delegado, quando se trata de adultos, 20% dos casos são
de desaparecimento clássico, em que o indivíduo se envolve em algum
acidente ou por problemas mentais não consegue voltar para casa. “Os
outros 80% ficam por conta das evasões, fugas, endividamentos ou pessoas
que se ausentam por que querem. Muitas vezes tem até mandados de prisão
em aberto”.
O delegado não quis dar detalhes sobre o caso da adolescente Amanda
Correia para não atrapalhar as investigações. O processo da jovem
tramita na 2ª Vara criminal de Castelo e foi decretado segredo de
Justiça.
Serviço
Delegacia de Pessoas Desaparecidas
Endereço: Avenida Nossa Senhora da Penha, Vitória, Chefatura de Polícia, nº 2290
Telefone: 3137 9065
G1/GRITOS DE ALERTA