Só o segmento gospel gera mais de 2 milhões de empregos. São mais de 2 bilhões de venda de discos mais produções de shows. Por ano abrem-se mais de 14.000 igrejas evangélicas no Brasil. Diariamente, as igrejas recebem novos convertidos, que passam a consumir vorazmente os produtos cristãos. E a música, que é o carro-chefe deles, é o único segmento fonográfico que cresce em venda de discos no País. Além desses, outros números chamam a atenção: recente matéria publicada na Revista Veja chegou a classificar o segmento como "um mercado que não conhece crise" por ser pouco afetado pela pirataria moderna e pelo compartilhamento de mp3 na Internet. O que era antes um mercado pequeno, fechado em si, com produções de baixa qualidade, passou a ser um mercado forte e com um poder econômico avassalador. Segundo a revista e homens de marketing do setor, são 600 rádios brasileiras que transmitem programação Gospel no Brasil, 157 gravadoras. Sendo que a faixa etária que concentra a maioria dos fãs do gênero é de 25 a 40 anos, onde 66% são do público feminino e 56% da Classe C. Marcelo Rebello, um dos idealizadores da feira e também teólogo que dá palestras sobre marketing e religião, reforça: são 4.500 artistas e bandas onde são lançados no mínimo 10 CDS por mês. Ele prevê, segundo estudos feitos pela Sepal, que em 2020 os evangélicos chegarão à marca de 109,3 milhões (52%), num total de 209,3 milhões de brasileiros, isto obviamente se a taxa de crescimento se mantiver nos patamares anteriores, sendo metade da população brasileira formada por evangélicos.
Na esfera política, primeiro no Estado do Rio de Janeiro, a Música Gospel foi reconhecida como manifestação cultural e está inclusa na Lei 5.826, de 20 de Setembro de 2010, de autoria do Deputado Edson Albertassi, sancionada pelo Governador Sérgio Cabral. A lei criou facilidades na obtenção de patrocínios de empresas privadas para os eventos, ampliando ações e estimulando o crescimento do segmento. Em Janeiro de 2012, houve o reconhecimento nacional da Música Gospel como manifestação cultural. A Lei 12.590 foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff, alterando a Lei Rouanet para estender os benefícios da renúncia fiscal também à Música Gospel. O texto abrange no escopo da Lei Rouanet (legislação que define o leque de atividades culturais passíveis de financiamento público), o artigo 31-A, que estabelece o seguinte: "Para os efeitos desta Lei, ficam reconhecidos como manifestação cultural a Música Gospel e os eventos a ela relacionados, exceto aqueles promovidos por igrejas." O maior país católico da América Latina está cada vez mais evangélico!
O termômetro de todos esses números é a popularização do estilo, notado nos últimos anos na grande imprensa brasileira, que abriu as portas de vez para essa fatia da sociedade. Estamos diante de uma verdadeira revolução dos evangélicos, onde os mesmos se destacam através de sua cultura, hábitos, criatividade, mas, principalmente, pelo seu poder econômico. Exemplo recente foi a matéria que saiu na Folha de São Paulo falando sobre a Exposição "Sabe o nome da Igreja?" que acontece agora, em 2014, dentro do Salão Gospel, onde os curadores da exposição promovem uma reflexão sobre esse crescimento dos evangélicos, dos templos pobres e milionários e suas criatividades na hora de escolher os nomes das igrejas. É uma verdadeira auto reflexão. "Eu, evangélico, pensando no crescimento dos evangélicos". Segundo os curadores muito se ganhou e se perdeu. Além disso, quem visitar a feira poderá visitar o Museu da Bíblia, o Espaço Hip Hop Gospel,Exposição ISRAEL em foco, mais de 250 atrações musicais, diversos estandes com lançamentos e novidades e dentro da feira acontecem palestras, seminários para profissionais do setor, cultos, peças teatrais, além do esperado Prêmio da Literatura Cristã "Areté". Tudo isso e muito mais gratuitamente, em uma área que compreende 2 pavilhões mais 9 auditórios funcionando simultaneamente. O evento será aberto ao público nos três dias.
Luciana Mazza
Grupo MR1
III FLIC SALÃO GOSPEL
013 78135186