quarta-feira, 12 de março de 2014

Marcelo Rebello idealizador do Salão Internacional Gospel, fala sobre números do setor, mercado de feiras e expectativas para a edição de 2014.

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1)  São mais de 31 anos de conversão, 24 de ministério, 18 anos trabalhando no meio gospel e 3 anos à frente do Salão Internacional Gospel. Que impressões tem a respeito dessa alavancada no crescimento dos evangélicos no Brasil?
Marcelo Rebello: Na última década, os evangélicos se multiplicaram em um ritmo frenético, consequência principalmente do aumento do número de igrejas neo liberais e neo pentecostais e do declínio do catolicismo em nosso país. É uma mudança comportamental e cultural. Uma verdadeira revolução religiosa no Brasil. Ao mesmo tempo, me preocupo com a qualidade teológica deste 'boom'. Nem sempre a quantidade é sinônimo de qualidade. Hoje em dia existe uma grande variedade de denominações e de vertentes e é necessário certo cuidado na hora de escolher onde congregar. Agora, é fato que o crescimento trouxe consigo uma grande oportunidade de transformação e nem todo mundo está preparado para este momento. De uma hora para outra, as pessoas começaram a despertar para a mensagem do evangelho, para o poder da fé e do quanto é bom ser cristão: uma mensagem positiva, que transforma para melhor as pessoas, tanto espiritualmente, quanto socialmente. O perigo, no entanto, está em não deixar que a busca pelo aumento de fiéis perverta a cerne da mensagem, deturpe os valores e nem tampouco abra precedentes para o aproveitamento desmedido da fé alheia em benefício próprio. Há de se aprender muito ainda com este novo quadro. Em um país com mais de 500 anos, há apenas 10 os evangélicos começaram a ter a expressão e a influência perante as demais camadas da sociedade e, como em tudo que é novo, existe a necessidade de adaptação de todos. Mas em linhas gerais vejo com muito bons olhos o meu país ser o celeiro e o local de uma revolução como esta, a longo prazo é uma tendência que haja uma melhoria social, se houver um engajamento real e não superficial dos novos fiéis.
2) Que números interessantes tem sobre esse setor?
Marcelo Rebello: Tenho estudado e pesquisado profundamente o setor evangélico há mais de uma década e, aos poucos, estamos conseguindo compor uma grande base de dados e uma linha confiável de tabulação e análise do perfil desta nova realidade religiosa brasileira. Tanto que este mês servimos como fonte para matéria em um dos mais importantes jornais de economia do Brasil, o Correio Braziliense. Ainda existem muitos dados a serem coletados, mas entre os principais podemos destacar o crescimento a taxas de 14% ao ano do setor, onde são abertos mais de 14.000 templos anualmente em todo o Brasil, que já conta com mais de 220.000 no total, movimentando em torno de R$ 15 bilhões de reais em 2013. Para que se tenha uma ideia da importância econômica dos evangélicos, hoje detém o segundo lugar na venda de CDs e DVDs. Praticamente metade da venda de instrumentos musicais no Brasil é feita para cristãos, movimentando cerca de R$ 330 milhões de reais. Se somarmos venda de discos mais produção de shows Gospel estamos falando de um segmento que movimenta mais de R$ 2 bilhões de reais, gerando emprego, renda e arrecadação de impostos (até porque o índice de pirataria é muito menor que no mercado secular). Isso sem falar do mercado editorial, onde o crescimento também tem sido notado e a cada dia aparecem mais e mais best-sellers, como foi o caso do livro "Casamento Blindado", da Thomas Nelson Brasil, que vendeu mais de 1 milhão de cópias só no ano passado. Enfim, é um grande setor e para nós é uma grande responsabilidade estar à frente da feira que representa um segmento como este, só faz aumentar a busca incessante pela evolução profissional, a seriedade e a sobriedade na administração do evento.

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