Universidade Aberta e primeira fábrica pública de remédios de combate ao vírus da aids na África recebem investimento brasileiro
Por Michele Roza / Foto: centro de Maputo/Alexandra Pugachevsky
Moçambique – nação que se aproxima do Brasil pelo uso da língua portuguesa –, apesar de estar entre as últimas posições no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), encontra-se no topo das 40 nações com progresso mais rápido, entre 1970 e 2003 (1,3%). Uma força tarefa apoiada por investimentos estrangeiros contribuem para a mudança gradual no cenário das áreas de saúde e educação.
Universidade Aberta
O país africano inaugurou os três polos da Universidade Pedagógica de Moçambique (UP), a primeira instituição estrangeira a fazer parte da Universidade Aberta do Brasil (UAB). Criada em 2006, no Brasil, a UAB é um sistema integrado de universidades públicas, que oferece cursos de nível superior por meio da educação à distância e dá prioridade para a formação de professores que atuem na educação básica.
As aulas da rede de ensino superior em Moçambique serão ministradas, inicialmente, em Maputo, capital do país, e nas cidades de Lichinga e Beira. A expectativa é ampliar a rede, chegando a nove polos em 2012, além de formar mais de 7 mil estudantes em 4 anos, nas disciplinas de gestão pública, pedagogia, matemática e biologia.
Os diplomas serão reconhecidos nos dois países e os cursos terão metade do currículo desenvolvido em cada um deles. Professores de Universidades brasileiras vão trabalhar na implantação dos cursos. O projeto tem financiamento garantido de US$ 32 milhões (R$ 54 milhões).
Saúde pública e medicação
De acordo com estimativa do Conselho Nacional de Combate ao vírus HIV (CNCS) de Moçambique, 1,6 milhão de pessoas têm aids no país, dos quais 37% são homens, 54% são mulheres e 9%, crianças. A cobertura para aqueles que precisam dos serviços de tratamento antirretrovirais (TARV) ainda é baixa. Cerca de 374 mil adultos e 72 mil crianças estão no estágio avançado da doença, mas apenas 42% e 19%, respectivamente, recebem o tratamento.
A construção de uma fábrica, de capital 100% público, que produza em grande escala remédios que combatam a AIDS na África já faz parte da realidade do país, que conta com investimento brasileiro para a implantação da Sociedade Moçambicana de Medicamentos. Serão produzidos anualmente 226 milhões entre cinco tipos de medicamentos de combate à doença, mais 145 milhões de unidades de outros medicamentos.
A primeira máquina doada pelo Brasil chegou no dia 27 de outubro deste ano para dar início aos treinamentos industriais. Ao todo, o investimento será na ordem de US$ 21 milhões até 2014, quando as obras devem ser concluídas. O Governo Brasileiro também investirá em projeto que prevê a instalação do banco de leite, no Hospital Central de Maputo, o maior da capital moçambicana.
Autonomia
Hoje, 80% dos recursos financeiros para a aquisição de medicamentos em Moçambique vêm de países doadores. Com a nova fábrica, o país inicia um novo posicionamento estratégico, com a aquisição do conhecimento tecnológico na produção pública de medicamentos. Assim, caminha para a redução da dependência e ampliação da autonomia no setor.
Com informações da Agência Brasil e Cinevideo
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