
O Pastor Silmar Coelho afirma que uma mulher que sofre agressão doméstica deve procurar a polícia. “Não basta ensinar uma mulher a orar pela conversão do marido que a espanca. Espancamento é caso de polícia e não de oração. Os líderes devem ser mais ativos, se intrometer, no bom sentido, na vida do casal que tem problemas. Dar conselhos, orar e não fazer nada não resolve”, opina Coelho.
Segundo o site Exibir Gospel, o Pastor Jaime Kemp acredita que o outro lado da história, o homem, deve ser ouvido, pois muitas vezes, a agressão ocorre por causa de provocações: “no aconselhamento, recebemos mulheres vítimas de violência, que chegam muitas vezes machucadas. Nós apoiamos a denúncia, mas precisamos conversar com o marido. Às vezes, a mulher tem a sua parcela de culpa nos casos de violência, porque provoca o marido. Ela precisa sim denunciar, mas primeiro deve buscar aconselhamento”.
O Pastor e Delegado Aristóteles Sakai de Freitas afirma em seu artigo “Até que a violência os separe”, que “a lei Maria da Penha não veio para separar os casais, antes seu propósito é dar à mulher agredida o direito a uma vida a dois cercada de respeito, carinho, cuidado, fidelidade e amor. Nisto a lei reforça um desejo que surgiu no Éden, de que ambos fossem uma só carne. Homens e mulheres, principalmente os evangélicos devem posicionar-se contra a invasão da violência nos lares”.
A delegada evangélica Márcia Noeli Barreto, que atua na “Divisão de Polícia de Atendimento à Mulher” (DPAM) do Rio de Janeiro, defende que a lei seja o melhor caminho. “Penso que o papel dos pastores é de orientação nos relacionamentos. Isso não quer dizer que a orientação seja dizer à irmã em Cristo que ela deve orar e que tudo vai passar ou que se ela está sofrendo a violência é porque Deus permitiu. Creio que Ele não está em um lar com violência. Portanto, devemos sempre orar, mas tomar uma atitude de buscar ajuda, indo à Delegacia de Polícia e registrando o fato como crime”, orienta a delegada.
Embora a violência doméstica contra a mulher seja um crime, não existe um consenso quando o divórcio é uma opção considerada pela agredida. “Só há respaldo bíblico para o divórcio em duas situações: infidelidade e abandono. Qualquer outra razão não tem. Nesses casos, sugiro que ela monte um grupo de oração com mulheres, para pedir a Deus que mude o coração do seu marido. Ele tem poder para fazer isso”, opina Kemp. A psicóloga evangélica rebate, argumentando que o divórcio não é um pecado sem perdão: “Não acredito que Deus tenha nos chamado a viver em violência, com risco de vida, simplesmente para evitarmos um divórcio. Afinal, o divórcio não é o pecado sem perdão”.
O Pastor e vice-presidente do Instituto Mulher Viva, Ariovaldo Ramos, defende que a postura dos líderes evangélicos nesses casos não deve ser movida apenas pelos princípios da Lei Maria da Penha. “Não pode haver nenhuma lei que seja maior do que a mensagem da Cruz, de que todos somos remidos pelo sangue do Cristo e vivemos pela Graça. Não é a Lei Maria da Penha que deve despertar a necessidade de apoiar a mulher vítima de violência, e sim a mensagem da Cruz pregada por homens e mulheres submissos à vontade de Deus e assim inconformados com qualquer injustiça, seja com qualquer pessoa”, afirma Ramos.
Os versículos bíblicos que tratam da relação entre marido e mulher não são claros, porém, indicam um caminho de respeito e amor, embora orientem que a mulher seja submissa a seu marido: “Mulheres, sujeitem-se a seus maridos, como ao Senhor, pois o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador. Maridos, amem suas mulheres, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se a si mesmo por ela” (Efésios 5:22, 23 e 25). Um outro versículo que aborda o assunto sugere que os maridos respeitem suas esposas e as tratem com dignidade: “Do mesmo modo vocês, maridos, sejam sábios no convívio com suas mulheres e tratem-nas com honra, como parte mais frágil e co-herdeiras do dom da graça da vida, de forma que não sejam interrompidas as suas orações” (1 Pedro 3:7).
A Vereadora da cidade de Campinas, no interior de São Paulo, Leonice da Paz é uma ativista dos direitos da mulher e sugere às mulheres que nunca abandonem a esperança de que um homem violento pode ser transformado: “Você que é avó, mãe, esposa, tia, irmã, filha, enfim, mulher, quero lembrá-la que o Deus de tantas mulheres da Bíblia Sagrada, a exemplo de Ester, Débora, Sara, Rute, Agar, Ana, é o mesmo de hoje e sempre. Ele fará por você aquilo que ninguém mais poderá fazer. Ele espera de nós atitude e oração. Orar+ação=oração” orienta Leonice.
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Fonte: Gospel+
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