terça-feira, 18 de setembro de 2012

Greve fecha agências bancárias em São Paulo nesta terça-feira

Bancários pedem aumento real de 10,25% e maior participação nos lucros.
Na região central, funcionários bloqueavam entrada em agência.

Funcionária coloca cartaz de greve em agência na
Avenida Paulista (Foto: Fábio Tito/G1)
Funcionária coloca cartaz de greve em agência na Avenida Paulista (Foto: Fábio Tito/G1) Os bancários entraram em greve por tempo indeterminado a partir desta terça-feira (18), segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). A movimentação de grevistas nos bancos da Avenida Paulista, na região central da capital,  começou logo cedo. Ainda antes das 10h, representantes do sindicato bloqueavam a entrada de pessoas em agências ou entregavam panfletos sobre a paralisação.
De acodo com a confederação, a intenção dos bancários é fechar as agências, mas caixas eletrônicos e bancos pela internet devem continuar funcionando.
"Negociamos que só ficariam quatro pessoas lá dentro. Se deixarmos mais gente entrar, a Febraban não vai sentir a greve", disse ao G1 Mirna Silva Roubien, que trabalha na formação do sindicato.
Do lado de fora, funcionários da agência aguardavam para saber se poderiam entrar para trabalhar e ouviam instruções das representantes do sindicato. "Não estamos aqui para fazer uma baderna, estamos para exigir salários melhores para eles também", disse Mirna.
A correntista Isaura Lopes, de 84 anos, foi à agência mesmo sabendo da greve, na esperança de conseguir pagar uma conta de assistência médica. "Tenho a conta aqui há muitos anos, e sempre quebram um galho. Desta vez não tem ninguém para ajudar. Acho uma coisa errada, porque uma pessoa de idade não tem a habilidade para mexer no caixa eletrônico", afirmou.
Isaura Lopes foi à agência mesmo sabendo da
greve e não encontrou ninguém para ajudá-la
(Foto: Fábio Tito/G1)
 Isaura Lopes foi à agência mesmo sabendo da greve e não encontrou ninguém para ajudá-la (Foto: Fábio Tito/G1) Segundo a Contraf-CUT, o número de agências que aderiram à greve em todo o Brasil deverá ser conhecido perto das 18h desta terça.
ObrigaçõesApesar da paralisação, o consumidor  não fica dispensado de pagar faturas, boletos bancários ou qualquer outra cobrança. No entanto, para isso, a empresa credora ou concessionária de serviço deve oferecer outras formas e locais para que os pagamentos sejam feitos, conforme alertou a Fundação Procon-SP.
A recomendação do Procon é que o consumidor entre em contato com a empresa e peça essas opções de forma de pagamento, como por internet, sede da empresa, casas lotéricas ou código de barras para pagamento nos caixas eletrônicos.
De acordo com o diretor de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr, não é possível informar quais cidades ou estados terão as agências fechadas já a partir do horário de abertura. Um balanço da paralisação deve ser divulgado pela confederação no fim da tarde de terça.
ReivindicaçõesSegundo nota da confederação, entre as reivindicações dos bancários estão o aumento de 10,25% nos salários, uma participação nos resultados equivalente a três salários mais R$ 4.961,25 fixos, piso salarial de R$ 2.416,38, criação do 13º auxílio-refeição e aumento dos benefícios já existentes para R$ 622, fim da rotatividade e das metas "abusivas", melhores condições de saúde e trabalho e mais segurança nas agências.
A Fenaban disse em nota que "lamenta a decisão dos sindicatos de bancários de recorrer à greve"
O objetivo da greve é forçar a negociação, diz Ademir. Segundo ele, os bancos não apresentaram novas propostas de reajustes depois do dia 28 de agosto e por isso os bancários marcaram a greve.
"A greve é um movimento, vai se construindo ao longo do dia. As agências paradas não vão funcionar, mas o cliente não vai ficar desassistido porque poderá ser atendido pelos caixas eletrônicos e bancos pela internet", disse.
Este é o décimo ano seguido que os bancários fazem greve nesta época do ano, quando é realizada a negociação dos reajustes, diz Ademir. As paralisações costumam durar cerca de duas ou três semanas, de acordo com ele.
Funcionários ficam do lado de fora de agência na Avenida Paulista (Foto: Fábio Tito/G1)Funcionários ficam do lado de fora de agência na Avenida Paulista (Foto: Fábio Tito/G1)
O que dizem os bancosA Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), braço sindical do sistema financeiro, informou por meio de nota que apresentou uma proposta no dia 28 de agosto. Segundo a federação, a proposta prevê reajuste salarial de 6%, que corrigirá salários, pisos, benefícios e Participação nos Lucros e Resultados (PLR). O piso salarial para bancários na função de caixa passará para R$ 2.014,38 para jornada de seis horas. Entre outros benefícios, está prevista a 13ª cesta no valor de R$ 359,42.
Nesta segunda, os sindicatos locais definiram como vão organizar as paralisações. A aprovação da greve ocorreu na última quarta (12) por mais de 130 sindicatos representados pelo Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), disse a entidade.
A Fenaban disse na nota que "lamenta a decisão dos sindicatos de bancários de recorrer à greve". “Greve é ruim para todo mundo: é ruim para o bancário, é ruim para o banco, é ruim para a população, que já foi muito incomodada pela onda de greves dos funcionários públicos e não merece ser mais incomodada com uma paralisação dos bancários”, disse o diretor de Relações do Trabalho da Fenaban, Magnus Ribas Apostólico.

G1/GRITOS DE ALERTA

Um comentário:

samuca62 disse...

Por que esse tipo de greve nunca acontece no exterior? POR QUÊ, senhores sindicalistas? Nunca ouço falar em greve de bancários nos EUA, na Espanha, na França, na Inglaterra... só nessa droga de país que é o Brasil! Por acaso greve de bancário é invenção brasileira? Parece que é...

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