quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Pastores ‘171’ aplicaram golpe de R$ 20 milhões em ‘ovelhas’


>> Um dos pastores foi preso pela polícia em Santa Catarina (Reprodução) ::


Um grupo de pastores e missionários de igrejas evangélicas de Niterói e São Gonçalo, suspeitos de aplicar golpes de vendas de veículos com o preço até 70% menor, está sendo investigado por policiais do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul. Na semana passada, dois pastores que se apresentavam com membros da Assembleia de Deus foram presos nos bairros Amendoeira e Alcântara, por agentes da polícia gaúcha, que desencadearam a operação ‘Deus Tá Vendo’.

Na ação, os agentes, comandados pelo delegado Álvaro Luiz Pacheco Becker, da 2ª DP de Bento Gonçalves (RS), prenderam outros três pastores, dois em Itajaí, Santa Catarina, e um em Ponta Grossa, no Paraná. Outro pastor da Região Sul se apresentou e vai responder o processo em liberdade. Os nomes dos pastores e missionários presos não foram divulgados pelo delegado para não atrapalhar as investigações.

Procurada - De acordo com a polícia, uma mulher apontada como mentora do esquema, identificada como Andréa Rosângela Marques Pinto, 49 anos, que se passava por promotora, juíza e delegada, está com a prisão decretada. 
De acordo com as investigações, ela apresentava supostos documentos que ‘comprovariam a legalidade dos negócios’ anunciados pelos pastores. A mulher está foragida e a polícia tem informações de que ela estaria escondida em São Gonçalo. Porém, o advogado dela esteve na 2ª DP de Bento Gonçalves e prometeu apresentá-la hoje à tarde. Andréa, segundo o delegado, será indiciada por formação de quadrilha, estelionato e falsidade ideológica.

Prejuízos - As investigações apontam que a quadrilha já teria faturado cerca de R$ 20 milhões com os golpes. Somente no Rio Grande do Sul, o lucro da quadrilha passa de R$ 1,2 milhão. O bando engana as vítimas dizendo que os veículos oferecidos - automóveis, caminhões e até ônibus - eram apreendidos pela Receita Federal em Foz de Iguaçu e doados para a igreja para angariar recursos. Segundo Alvaro Becker, uma Chevrolet Captiva, por exemplo, que custa R$ 90 mil, era oferecida por R$ 30 mil

Grupo agia também em São Gonçalo e Niterói

Preso em 2010 - O pastor Antônio Luiz Fontes, de 50 anos, foi preso por agentes da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA), em abril de 2010. De acordo com as investigações da polícia, ele teria fundado a Igreja Pentecostal Amigos de Cristo, no bairro do Fonseca, em Niterói, com o objetivo de praticar os golpes.

De acordo com o delegado titular da DRFA, na época, Márcio Mendonça, Antonio teria fundado a igreja “com o intuito de explorar a fé dos fiéis”. Ele negociava carros envolvidos em acidentes que depois de reformados eram vendidos com preços em média 20 a 30% abaixo do valor real.

Preso em 2011 - Em novembro de 2011, foi a vez do pastor Marcelo Henrique da Silva Freitas, de 44 anos. Ele foi preso após participar do ‘culto da libertação’, acusado de induzir os fiéis a pegar empréstimos pessoais em favor da igreja e depois não lhes devolvia o valor que havia sido emprestado. Ele também facilitaria aquisição de carros em uma agência no Centro de Niterói, mas os compradores não recebiam os veículos. 

Dinheiro era depositado em Alcântara 

Um grupo formado por 17 pessoas, todas moradoras em Niterói, ao tomarem conhecimento da operação ‘Deus Tá Vendo’ entraram em contato com o delegado Álvaro Becker para pedir ajuda. O delegado revelou que uma pessoa representando o grupo de 17 vítimas de golpes aplicados por pastores, ligou pedindo orientação e acrescentou que o prejuízo deles soma R$ 170 mil. 

As pessoas lesadas, escolhidas entre os fiéis das igrejas, foram orientadas pelo delegado a procurar a delegacia local para fazerem as denúncias e registrar queixa.

De acordo com as investigações, o esquema começou em 2010 no Rio de Janeiro e se ramificou após Andréa fazer contatos com os demais pastores no Rio Grande do Sul, em Brasília, no Paraná e outros estados. Segundo o delegado, o dinheiro da quadrilha era depositado na conta de laranjas e receptado em agências de Alcântara, em São Gonçalo.

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