O clima eleitoral das eleições de 2014 já começou. Com ele, possíveis candidatos à Presidência da República começam a afinar o discurso para montar as primeiras estratégias de campanha. Pelo PSDB, o senador Aécio Neves tenta mostrar as fragilidade da administração petista. O governador Eduardo Campos (PSB) aposta no crescimento econômico de Pernambuco como vitrine. Já a presidente Dilma Rousseff (PT), que teve o projeto de reeleição anunciado nesta semana, luta para conquistar apoios e manter a base aliada sob controle. Na dianteira, a ex-ministra Marina Silva (ex-PV), que luta para consolidar o Rede Sustentabilidade e sair candidata, aposta na imagem “moderna”, apesar das críticas veladas por seu suposto comportamento conservador.
Nesta semana, após a repercussão da fundação de seu novo partido, a ex-ministra recebeu críticas e elogios por conta da carta de princípios da legenda. Entre os pontos, estaria a realização de consultas populares para temas polêmicos, como o aborto e a regulamentação da utilização de drogas, a exemplo da maconha. O deputado federal Jean Wyllys (PSOL) logo engrossou o caldo ao afirmar que o partido de Marina faria um plebiscito para saber se a população seria a favor do casamento gay. Para o socialista, o partido que nasceu novo tem um velho defeito: é alimentado por velhas práticas políticas.
“Velho conservadorismo”, disse o parlamentar via Twitter. A ex-senadora, que durante a última eleição presidencial foi questionada por estes e outros temas, não teria gostado da declaração. Em encontros com aliados diz que é favor que todos os brasileiros tenham os mesmos direitos. “Essa questão não demanda plebiscito”, tem dito ela, quando é questionada sobre o assunto. Neste sentido, Marina estranhou a manifestação do deputado baiano.
Integrantes do novo partido de Marina, o Rede Sustentabilidade enviaram nessa quinta-feira uma nota sobre o posicionamento da presidenciável.
Os aliados da ex-verde narram a versão deles sobre o último encontro pessoal entre ela e Wyllys. Eles dizem ter participado da conversa, ocorrida em 2011, na qual a presidenciável, ao contrário da versão divulgada pelo deputado em seu Twitter, teria dado a questão da união civil homoafetiva como resolvida.
A assessoria do Rede esclarece que “a ex-ministra só considera fundamentais, na atual conjuntura, dois plebiscitos: sobre a legalização do aborto e a respeito do uso da maconha”.
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