Pastor que se converteu na prisão faz movimento pela paz.
Gennady Terkun é um ex-assassino e ex-satanista que por mais de 10
anos pastoreia uma igreja na região predominantemente muçulmana do Norte
do Cáucaso.
Desde o final da década de 1990, os radicais islâmicos têm travado
uma sangrenta guerra separatista na região da Chechênia, onde ele vive.
O pastor diz que já testemunhou dezenas de atentados terroristas nesse
período.
“Estou convencido de que somente o amor de Cristo pode transformar
esta região”, disse Terkun. Seu objetivo tem sido levar mensagens de
reconciliação e de perdão. Ele sabe do que está falando.
“Eu saí de casa quando tinha 13 anos e passei a andar com as pessoas
erradas. Fiz um monte de coisas das quais me envergonho”, lembra Terkun.
Logo, se envolveu com drogas, assaltos, prostituição, lavagem de
dinheiro, contrabando de armas. “Me tornei escravo do Diabo. Lembro-me
inclusive de fazer um pacto com Satanás para servi-lo”, disse.
Porém, ele acabou sendo preso e condenado a 20 anos de cadeia. Em
1987, Terkun ainda era jovem e muito temido na prisão. “Eu tinha uma má
reputação, as pessoas acreditavam que eu tinha poderes sobrenaturais. Os
outros prisioneiros tinham medo de mim”, conta.
Mesmo assim, alguns cristãos vieram compartilhar com ele o amor de
Jesus, Terkun não quis ouvir. Somente quatro anos depois conseguiu
entender o poder transformador daquela mensagem.
“Em 1991, percebi o verdadeiro significado daquelas palavras. Caí de
joelhos na cela da prisão e confessei a Deus que era um pecador”,
recorda. “A partir daquele momento deixei de servir a Satanás e passei a
ser um servo de Jesus”.
Pouco tempo depois, sua sentença foi milagrosamente diminuída em
cinco anos. Ele saiu da cadeia em 1996. No dia seguinte entrou em um
seminário de formação teológica, decidido a levar o evangelho para a
ex-União Soviética.
Terkun coordena dezenas de acampamentos para jovens todos os anos, em
parceria com a organização Ministérios da Rússia e com as igrejas
locais. Ele acredita que está testemunhando um avivamento, pois muitos
dos convertidos são ex-muçulmanos.
O pastor afirma ainda que já existem muitos cristãos no Partido
Comunista. “Acreditamos que só as mensagens de Cristo podem dar a essas
crianças um futuro mais brilhante”, declarou Mozlveva Zoya, um líder
comunista local que tem apoiado o pastor Terkun.
Quando não está pregando ou coordenando os acampamentos, Terkun
dedica-se a pregar em diversas igrejas sobre missões e plantação de
igrejas.
O pastor explica que trabalhar na região Norte do Cáucaso atualmente
está mais complicado. A região da Chechênia está tomada de militantes
muçulmanos, que desejam um país independente.
Com a ajuda de vários países muçulmanos, incluindo a Arábia Saudita,
na Chechênia hoje existe a maior mesquita da Europa. Está cada vez mais
difícil para os cristãos evangélicos viverem naquela província.
“Deus mudou a minha vida na prisão naquele dia com um propósito: que
eu levasse amor e esperança a estas regiões”, disse Terkun. “Já fui
avisado por radicais muçulmanos repetidamente que devia parar de pregar,
mas eu não vou. Sou um homem simples, cuja vida foi tocada por Cristo
um dia. Tenho a responsabilidade de contar aos outros sobre ele, não
importa o custo”, finaliza.
GP
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