Durante um culto religioso de inauguração de uma igreja
em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, na noite de
quarta-feira, o pastor e deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP)
afirmou que as igrejas têm se aproximados dos homossexuais para evitar
que sejam apedrejadas, atribuiu a queda de popularidade da presidente
Dilma Rousseff a uma obra divina por conta das injustiças sofridas por
ele quando foi alvo de protestos na Câmara e chamou os colegas da
bancada evangélica em Brasília de covardes.
Feliciano chegou ao local por volta das 21h como a
atração principal do culto de inauguração da igreja, “é aqui que o
pastor Feliciano vai pregar?”, perguntavam os fieis que chegaram ao
local ainda sem identificação. O evento teve shows musicais bem
ecléticos com rock progressivo, sertanejo e música romântica,
intercalada com os pastores locais pedindo o dizimo em ao menos duas
oportunidades, e falando da presença de vereadores pastores,
vice-prefeitos e assessores do governador do Rio Grande do Sul.
Com a ajuda de um fundo musical tocado por um de seus
assessores, Paulo Marinho, Feliciano falou por quase duas horas e
passeou por uma gama diversas de temas, mas quase sempre voltando as
criticas aos homossexuais, com quando falou sobre a atitude de uma líder
religiosa que convidou os gays para se aproximarem da igreja, porque
os evangélicos poderiam aprender com eles.
“Acho que a intenção de aproximar as pessoas é boa, mas
dizer que temos que aprender com eles? Quer dizer que 2000 mil anos de
igreja não serviram para nada? Sabe o que é isso? É a desculpa pra não
terem as igrejas deles apedrejadas”, afirmou, referindo a líder
religiosa Ana Paula Valadão.
Ele disse que no período em que foi perseguido por
ativistas, perdeu sua vida, e não contou com o apoio nem da bancada
evangélica, a quem ele classificou como covardes, por se omitirem de
lutas de interesse do movimento evangélico como o kit gay ou a adoção de
crianças por casais homossexuais.
“Daqui a alguns dias, meninos e meninas serão adotados
por dois homens ou duas mulheres... são 73 deputados (da bancada
evangélica), mas eu sou o único maluco que fica lutando contra tudo
isso, e na hora de aparecer, correm todos... crentes eleitos pelos seus
votos, são covardes”, atacou.
Ao final da pregação, Feliciano fez algumas piadas sobre
sua sogra, “uma mulher de Deus”, elogiou ao se redimir da brincadeira,
para logo em seguida anunciar dois DVDs, um livro, um CD e uma camiseta
com os dizeres “Marco Feliciano me representa”, vendidos na saída do
culta por R$ 10, cada. “Eu fiquei três meses sem poder pregar, por isso
peço que me ajudem”, disse o pastor, que foi muito assediado por todos.
TERRA
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