quarta-feira, 30 de julho de 2014

Ex-presidente da Petrobras América nega participação na compra da refinaria de Pasadena


Azevedo, Gim e Marco Maia, na reunião da CPI Mista desta quarta-feira
Ao depor nesta quarta-feira (30) à CPI Mista da Petrobras, José Orlando Melo de Azevedo - que presidiu a Petrobras América entre outubro de 2008 e janeiro de 2013 - negou ter participado das negociações da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Disse que as decisões foram tomadas pela Diretoria Executiva da estatal e cabia a ele apenas assegurar que elas fossem cumpridas.
O ex-funcionário da petrolífera esclareceu ainda que assumiu a presidência da Petrobras América, que é a unidade operacional da estatal nos Estados Unidos, dois anos depois de a empresa brasileira ter adquirido da companhia belga, Astra Oil, 50% da refinaria de Pasadena. Também já havia sido iniciada a disputa judicial entre a Petrobras e a Astra para que o restante das ações da refinaria fosse comprado pela Petrobras.
Ele acrescentou que o processo de arbitragem foi todo coordenado pelo setor jurídico da companhia, que, por sua vez, recebia instruções da Diretoria Internacional, subordinada à Diretoria Executiva da Petrobras. Confirmou, porém, que para encerrar o litígio judicial com a Astra Oil, a Petrobras desembolsou US$ 820 milhões. Depois desse pagamento, a empresa belga abriu mão de todas as ações na Justiça norte-americana.
– Minha função na Petrobras América em relação a esse processo de arbitragem era simplesmente acompanhar, ser informado e ter a certeza de que as diretrizes que a diretoria da Petrobras tinha definido no Brasil estavam sendo seguidas, principalmente pelo escritório de advocacia contratado nos Estados Unidos – afirmou Azevedo.
Confrontar
O relator da CPI mista da Petrobras, deputado Marco Maia (PT-RS), disse que as informações trazidas por Azevedo serão comparadas com documentos já em poder da comissão parlamentar de inquérito. Além disso, ele espera que Jorge Luiz Zelada, ex-diretor da área internacional da Petrobras que deve depor em agosto, apresente mais detalhes sobre a compra da refinaria de Pasadena.
O vice-presidente da CPI, senador Gim (PTB-DF), por sua vez, afirmou ter ficado com a impressão de que o ex-presidente da Petrobras América realmente não sabia o que estava acontecendo.
– Semana que vem temos mais uma sessão com votações de requerimentos. Aí sim, vamos chamar mais pessoas, votar mais quebras de sigilo e a CPI vai tomar corpo novamente e andar – disse Gim, que presidiu a reunião da CPI Mista nesta quarta-feira.
Disputa política
A CPI Mista da Petrobras voltou a ser palco de disputa política. Deputados da oposição destacaram o relatório do ministro do Tribunal de Contas da União José Jorge, aprovado na semana passada, que determina a devolução de US$ 792,3 milhões aos cofres da Petrobras pelos prejuízos causados ao patrimônio da empresa no negócio Pasadena.
Deste total, US$ 580,4 milhões deverão ser devolvidos pelos ex-integrantes da diretoria executiva da Petrobras, que aprovaram a ata de compra da refinaria. Estão neste rol o ex-presidente da estatal José Sergio Gabrielli, além de Nestor Cerveró, Paulo Roberto Costa, Guilherme Estrella, entre outros.
– Este país não aguenta mais a forma como este governo administra. A corrupção foi consolidada. O superfaturamento foi consolidado como se fosse coisa normal. As obras todas paralisadas, um cemitério de obras que existe em nosso país. É muita incompetência – disparou o deputado Izalci (PSDB-DF).
No lado da base governista, o deputado Afonso Florence (PT-BA) se desculpou com o depoente pelo excesso de alguns parlamentares da oposição.
– O candidato deles, ex-governador de Minas Gerais, está tendo de explicar por que construiu um aeroporto num terreno da família para ele pousar e passar fim de semana. A economia está estabilizada, o nível de emprego está bom, o poder aquisitivo do povo está crescendo, o Bolsa Família continua bem, as pesquisas indicam a possibilidade de vitória da presidenta Dilma no primeiro turno – reagiu Florence.
Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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