quinta-feira, 25 de setembro de 2014

O jeito evangélico de pedir votos e fazer política


Jornalista da revista Época acompanharam dois pastores e mostram a habilidade para driblar as imposições da lei eleitoral sem desrespeitá-la.

A revista Época publicou uma reportagem sobre “o jeito evangélico de pedir voto e fazer política”, assinada pelos jornalistas Flávia Tavares e Tiago Mali.

“Por lei, ele não pode pedir voto no culto. Pode, no entanto, suplicar que rezem por ele. Até outubro, esse tipo de cena se multiplicará nos milhares de igrejas do país. Candidatos evangélicos de diversas denominações (só pastores são 270) tentarão chegar ao Congresso”, escrevem Flávia e Tiago, traçando um perfil do candidato que se identifica como evangélico.

Confira a íntegra da matéria abaixo:

O breu e o silêncio da noite dominavam a ampla sala. Jovens sonolentos, de boné, calça jeans, camiseta e casaco de capuz formavam um círculo. Esperavam em pé, rodeados de cadeiras de plástico e uma mesa de som. Eram 5h20 de uma quarta-feira fria de julho, e o sol ainda não se erguera no Setor de Mansões de Sobradinho II – apesar do nome, uma área pobre de Brasília. Ainda na penumbra, o pastor Rodrigo Delmasso pôs fim à espera. Vestia calça e blusa de moletom. Subiu ao diminuto palco e se embrulhou numa bandeira do Brasil. “Vamos orar, gente?”, disse Delmasso. Apertou bem os olhos, baixou a cabeça e abraçou o pastor titular daquela pequena igreja. Delmasso descarregou, com a voz forte e num só fôlego, a ladainha que induziria aqueles 25 jovens a um aparente transe. “Meu Deus, estamos vivendo neste país um momento de decisão. Nós pedimos, em nome de Jesus, que o Senhor possa, Pai amado e Pai querido, conduzir essas eleições. Que levante homens justos, homens para ocupar a posição de poder que estejam ligados ao Pai, comprometidos em estar trabalhando pelo bem das pessoas!” “Aleluia”, respondiam incessantemente, mãos ao alto, os fiéis. “Que o Senhor possa levantar, meu Deus, homens e mulheres que combatam a desigualdade social, que combatam a violência, que possam combater, em nome de Jesus, todas as mazelas existentes em nossa sociedade. Que o senhor possa levantar homens e mulheres de Deus que possam assumir a gestão do nosso país.” “Amém! Aleluia!” A oração durou três intensos minutos. Acenderam-se as luzes.

Delmasso, de 34 anos, é um jovem pastor da igreja evangélica Sara Nossa Terra. É também candidato a deputado distrital – em Brasília, o equivalente a deputado estadual. Numa cruzada político-religiosa, ele tem madrugado para visitar igrejas, falar sobre “a sociedade que queremos” e pedir orações. A panfletagem tradicional fica do lado de fora dos templos. Por lei, ele não pode pedir voto no culto. Pode, no entanto, suplicar que rezem por ele. Até outubro, esse tipo de cena se multiplicará nos milhares de igrejas do país. Candidatos evangélicos de diversas denominações (só pastores são 270) tentarão chegar ao Congresso.

Delmasso é um dos 345 postulantes a um mandato que usam na urna títulos como “pastor”, “bispo” ou “missionário”, segundo um levantamento feito por ÉPOCA. É um crescimento de 47% em relação a 2010 e mais que o triplo de 1998. Num Brasil cada vez mais evangélico, que pode eleger um deles para o Planalto, ÉPOCA acompanhou de perto o jeito evangélico de fazer política – e campanha. Seguimos dois pastores-candidatos. Um foi o próprio Delmasso, do PTN, pastor de uma igreja fundada em 1992, com mais de 1.000 templos e 1,3 milhão de fiéis. O outro foi o deputado federal Ronaldo Fonseca, candidato à reeleição pelo Pros do Distrito Federal. Fonseca é pastor da Assembleia de Deus, maior e mais tradicional denominação evangélica do país, fundada em 1910, com mais de 12 milhões de seguidores.

Naquela manhãzinha gelada de julho, depois da reza pelo futuro do país e pela qualidade de seus líderes, preferencialmente “homens de Deus”, Delmasso conversou com os jovens. Estava descontraído. Muitos deles admitiram ser ex-dependentes químicos. O culto acontece tão cedo porque os moradores de periferia madrugam para trabalhar – e o caminho é longo. Os ônibus já circulavam lotados na avenida em frente ao templo antes das 6 horas. Delmasso não falou explicitamente que era candidato. Não precisava. Os presentes foram avisados na semana anterior de que ele estaria ali naquele dia. “Quem não quiser me ouvir falar não vem”, diz Delmasso, enquanto dirige seu carro pelas ruas vazias de Brasília. Seu raciocínio é simples: não é pecado usar o púlpito para falar de um país melhor, para incentivar o fiel a exercer seu papel de cidadão. Desde que não se peça voto. Delmasso não é exatamente carismático. Mas sabe falar com os jovens – e ouvi-los. Ele perora por dez minutos sobre os perigos de uma sociedade onde crianças têm acesso a livros em que se ensinam posições sexuais. Sobre as ameaças de uma legislação que visa baixar a idade de consentimento sexual dos 14 para os 12 anos – ou, como ele define, “a legalização da pedofilia”. Ambas as questões passam longe da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Ele prossegue. Fala da proteção de suas filhas contra as drogas, tema sob medida para aquele público. Roga que os fiéis pensem no futuro que querem para si. A conferência é encerrada pelo pastor daquela unidade. Ele pede bênçãos “para a caminhada do Rodrigo”.

Assim que atravessam a porta de ferro rumo à calçada, os jovens recebem um jornalzinho do partido de Delmasso, o anódino PTN, cujo diretório em Brasília é presidido por ele. Delmasso está espalhado pelas quatro páginas Open in new windowdo folheto. Em seu currículo, antes da formação em gestão pública e da pós-graduação em serviço social, vem o título de pastor. “O eleitor não é alienado. Nenhum ser humano admite ser manipulado por outro”, diz Delmasso. Nem em nome de Deus? “Não aceita, não aceita, não aceita. A pessoa pode escolher, dentro de seus conceitos e valores internos. Mas isso é o estado democrático de direito, o direito de livre escolha. Não temos de julgar se é certo ou errado.” Já acomodado no sofá da sala de sua CASA, Delmasso justifica a legitimidade de sua campanha comparando seu direito de defender os interesses de seu grupo ao de outros segmentos. Recorre aos sindicalistas. “Qual a diferença para um candidato que vai para a frente de uma fábrica, falar para os eleitores de seu setor? Muitos ainda usam o nome de Deus em segmentos que não têm nada a ver... É a pluralidade da democracia. A igreja é uma entidade social que representa um estrato da sociedade. Um bancário se elege para defender seus pares. Um taxista também. Se as categorias têm esse direito, por que a igreja, uma expressão da sociedade, não teria?”

Delmasso argumenta ainda que o eleitor evangélico é mais resistente que os demais. Ficou arisco depois de tantos escândalos de corrupção envolvendo políticos que atuam sob o signo da fé. O mais devastador foi o escândalo dos sanguessugas, que veio à tona em 2006. Tratava-se do desvio de DINHEIRO público destinado à compra de ambulâncias. Um dos acusados foi o Bispo Carlos Rodrigues, da Igreja Universal do Reino de Deus, mensaleiro condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Naquelas eleições, a bancada evangélica no Congresso caiu de 61 para 36 parlamentares. O fiel passou a ver com imensa desconfiança o engajamento de seus líderes com a política. Depois veio a público a infame “Oração da Propina”, flagrada em vídeo divulgado em 2009 por Durval Barbosa, delator do mensalão do DEM, esquema de distribuição de dinheiro em troca de apoio dos deputados distritais. Nas imagens, o ex-deputado Júnior Brunelli, filho do fundador da igreja evangélica Casa da Bênção, abraça o colega Leonardo Prudente, então presidente da Câmara Legislativa do DF, e Durval Barbosa, então secretário do governador José Roberto Arruda, responsável por repartir a propina. Prudente reza: “Olha, somos gratos pelo amigo Durval, que tem sido um instrumento de bênção para as nossas vidas e para essa cidade, que o Senhor contemple as questões do seu coração. (...) A sentença é o Senhor quem determina, o parecer e o despacho é o Senhor que faz acontecer”.

A “Oração da Propina” deixou os evangélicos descrentes. Muitos não queriam mais votar em seus pastores. “Quando falo com irmãos da igreja, tenho de convencê-los de que sou diferente. Eles me questionam: ‘Quem garante que você não entrará lá e se corromperá, sujando o nome da igreja?’. São mais difíceis do que qualquer outro público”, diz Delmasso. Não há mesmo como provar quanto a crença do fiel se converte em voto aos candidatos oficiais das igrejas ou aos indicados por seus líderes. O próprio Delmasso, que tentou se eleger em 2010, teve 6 mil votos. Virou apenas suplente. Somente em Brasília, a Sara tem 70 mil fiéis e 105 templos. Há indicadores, porém, de que escolher candidatos oficiais nas igrejas e “orar” por eles dá resultado. A tese de mestrado da cientista política Isabel Veloso, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, mostra que os evangélicos gastam menos do que qualquer outro candidato para se eleger. Metade dos deputados evangélicos eleitos em 2010 gastou até R$ 5 por eleitor. Entre os demais eleitos, 21% gastaram essa quantia. “O eleitor, de qualquer segmento, quer escolher em quem votar tendo o menor esforço possível. Quando o líder religioso já é ou indica o candidato, essa escolha é facilitada”, diz Isabel. “Some a isso o fato de que os evangélicos têm um grau altíssimo de frequência nos cultos. Nas igrejas pentecostais, especialmente a partir de duas semanas antes da eleição, a exposição ao tema político com esse tipo de discurso é muito grande.”

Sob o termo “evangélico” cabem dezenas de igrejas. Uma pequena amostra: Delmasso, depois do culto da madrugada, fez um corpo a corpo no SHOPPING Popular de Ceilândia, outra área pobre de Brasília. Num raio de 2 quilômetros, ÉPOCA identificou 16 templos de igrejas evangélicas distintas. Entre elas, a Igreja Pentecostal Tabernáculo de Cristo, a Igreja Pentecostal Carruagem de Fogo, o Ministério das Nações Soberania Divina, a Igreja Batista El Shadday e a Igreja Evangélica Cristo Reina. Nem todas as denominações são inclinadas ao palanque. A divisão mais comum é entre evangélicos de missão (as igrejas mais antigas, como batista, adventista e presbiteriana); pentecostais (as nascidas no início do século XX nos Estados Unidos e no Brasil, como Assembleia de Deus, Congregação Cristã do Brasil, Quadrangular e Deus é Amor); e as neopentecostais (as igrejas criadas a partir dos anos 1970, como Universal do Reino de Deus e Sara Nossa Terra). As evangélicas de missão têm entre seus dogmas não se envolver diretamente com política. As pentecostais e as neopentecostais adotaram uma postura mais engajada desde o fim da ditadura. Foi quando a Igreja Católica aumentou sua bancada no Congresso. Os evangélicos temiam perder espaço e influência.

Uma pesquisa do sociólogo inglês Paul Freston mostra que o crescimento da bancada evangélica vem desde o início do processo de redemocratização. Uma decisão política, tomada pela cúpula de algumas igrejas ainda na década de 1980, foi fundamental para esse aumento da bancada. Naquele tempo, diz Freston, havia um discurso comum entre várias agremiações protestantes. Elas consideravam a política como a “esfera da corrupção e do pecado”. “Isso mudou em 1986. Quem liderou a mudança foi a Assembleia de Deus, que decidiu se organizar internamente e escolher candidaturas para apoiar”, afirma Freston. O trabalho dele mostra que, por volta de 1985, a cúpula da igreja decidiu apoiar 18 candidaturas para a Assembleia Constituinte.

Naquele momento, uma revolução foi forjada nas igrejas pentecostais. Aos poucos, a crença de que política era coisa do diabo foi trocada pelo mantra “Irmão vota em irmão”, professado num livro com o mesmo título, escrito por Josué Sylvestre, um assembleiano e assessor do Senado. Nele, Sylvestre diz: “Pastores do Brasil, em nome de Jesus Cristo, despertem para a realidade da conjuntura nacional; não deixem seus rebanhos sem uma orientação segura, coerente, oportuna e bíblica”. Em 1988, a representação evangélica avançou para 36 parlamentares. Eram 17. Hoje, são 75 deputados e três senadores. A estimativa do ex-presidente da Frente Parlamentar Evangélica, João Campos, é que possa chegar a 90 deputados em outubro. A partir da Constituinte, a sobreposição entre religião e política foi tão intensa quanto questionada. Episódios recentes, como a escolha do pastor Marco Feliciano (PSC) para a presidência da Comissão dos Direitos Humanos na Câmara, uma das frentes mais progressistas do Legislativo, propiciaram o choque entre os “homens de Deus” e os “defensores do Estado laico”.

O Censo de 2010 mostra que é falsa a ideia segundo a qual o voto evangélico é iletrado e pobre. Ele mostra que 73,7% dos evangélicos ganham até três SALÁRIOS MÍNIMOS. Entre os católicos, essa percentagem é de 75%. Enquanto 48,5% dos evangélicos não têm estudo ou têm apenas o fundamental incompleto, esse número chega a 51,2% dos católicos. A Sara Nossa Terra atrai boa parte de seus seguidores nas classes A e B. O apelo é outro. No Brasil, os partidos políticos e o Congresso são as instituições com o menor índice de confiança entre a população. A igreja tem o maior. Um líder religioso que se propõe a levar à política os valores da igreja sai na frente do político ordinário, que não usa essa plataforma. “Essa defesa de valores e princípios é legítima”, diz Freston. “O problema é que os candidatos das igrejas normalmente não têm trajetória política, formação. Fixam-se em assuntos que não são obviamente políticos, como a família, e não têm preparo para lidar com os temas políticos reais, de que tratarão no Congresso.”

Muitas vezes, os pastores-deputados escondem, por trás da luta pelos bons costumes, a intenção de defender os interesses da igreja enquanto corporação. Há alguns anos, a estratégia era principalmente para conquistar concessões de rádio e TV. Com essa rede de comunicação já estabelecida, os evangélicos passaram a ambicionar outros benefícios. Basta fazer um levantamento dos projetos propostos pela bancada evangélica que tramitam na Câmara. Intercalados aos que vedam a discriminação aos religiosos e aos que propõem consulta pública sobre a união civil de pessoas do mesmo sexo, vêm os que excluem as igrejas da obrigação de pagar IPI na compra de automóveis, ou de atender o Estatuto de Impacto da Vizinhança na construção de um templo, ou ainda de pagar direitos autorais por músicas usadas em cultos. “Os candidatos oficiais das igrejas, depois de eleitos, ficam com uma enorme obrigação de atuar em nome da denominação”, diz Freston. A defesa da família acaba sendo só o discurso mais barulhento.

O deputado federal Ronaldo Fonseca, pastor e advogado de 55 anos, transita entre essas duas zonas da atuação de um pastor-político. Bem cedinho numa quarta-feira de julho, estava ele num galpão de Taguatinga, um dos bairros mais populosos do Distrito Federal. Cerca de 50 pastores da Open in new windowAssembleia de Deus da região se esbaldavam de café com leite, pão com manteiga, laranjas e bolo. Fonseca é baixinho. Quase desaparece diante de um grande cartaz com uma foto sua e a frase “Estarei obstinado a alcançar os sonhos que Deus escolheu para mim”. Sua voz preenche o espaço, fruto de 30 anos de pastoreio. Ele fez um balanço de sua atividade parlamentar. Argumentando que não atua só para o segmento, enumerou os recursos que ajudou a trazer para Brasília para construir centros para a juventude, criar clínicas da família, cobertura de quadras. Ato contínuo, perguntou: “Qual o maior patrimônio que temos? A família. Por que o Estado não entende isso? Por que o Estado aposta no desmonte da família?”. Fonseca é o coordenador dos 23 parlamentares da Assembleia de Deus no Congresso – eles querem chegar a 30 nesta eleição. Foi também, por dez anos, coordenador político da igreja. Viajava o país para convencer os fiéis a se envolver mais diretamente com o assunto. Na Câmara, é membro titular da Comissão de Cidadania e Justiça e suplente na de Direitos Humanos. “Sou o relator, o-re-la-tor, do Estatuto da Família”, diz, com voz de púlpito.

Em sua VAN, depois de desfiar todas as ameaças contra a família que tramitam no Parlamento para os pastores e sugerir que eles “peçam ajuda para os amigos e a família na nossa caminhada”, Fonseca evoca, assim como fez Delmasso, os sindicalistas como contraponto de legitimidade para a atuação dos evangélicos. Afirma que, em seu ministério, está proibido falar de política nos cultos. ÉPOCA pergunta se é função do Estado regular a família brasileira. Primeiro, ele cita o Artigo 226 da Constituição. O texto diz: “Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento”. Ele emenda a seguinte analogia: “Se, na hora do almoço, alguém decide que, em vez de comer pela boca, vai comer pelo nariz, pelo ouvido, isso é normal? Com o tempo, ficará doente. Quem arcará com isso será o Estado. Então, ele deve interferir, como interfere nos acidentes de moto... Agora, você não pode ter preconceito, não pode discriminar”.

Cumprida a etapa da defesa da família pela manhã, naquela noite Fonseca ofereceu mais comes e bebes para pastores da cúpula de uma Assembleia de Deus do Guará. O jantar, oferecido para cerca de 180 pessoas num salão de festas da própria igreja, tinha como convidados especiais o governador Agnelo Queiroz, candidato à reeleição, e Geraldo Magela, secretário de Habitação e candidato ao Senado, ambos do PT. Sem o menor constrangimento, Agnelo e Magela peregrinaram até ali para pedir votos para si e para Fonseca. A recíproca era verdadeira. Agnelo discursou sobre a parceria que o DF tem com as igrejas em trabalhos sociais. “Irmãos e irmãs, o deputado Ronaldo é um grande parceiro. Trouxe as demandas das igrejas para nosso governo, e atendemos.” Quando Fonseca tomou a palavra, as demandas ficaram mais claras. Ele fez questão de agradecer ao secretário Magela por ajudar a resolver a disputa de um terreno próximo dali, cobiçado por ele e por uma igreja católica, em 1993. Fonseca levou.

Atestando o valor de seu capital político naquele jantar, Fonseca afirmou que aquele era um ministério sério, que não se vende. Disse que naquelas mesas estavam verdadeiros líderes. “Não como em outras reuniões em que eles pegam um diaconozinho qualquer e botam gravata.” Imediatamente, apresentou a fatura. “Voltando para o governo, governador, lembre-se sempre deste dia, do que essas pessoas estão fazendo por você.” Fonseca convidou outro pastor a fazer a oração de encerramento daquele jantar político-religioso. “Sabemos que a autoridade constituída está na mão do Senhor. E Lhe pedimos agora, Senhor, bênção em favor do governador, bênção em favor do candidato ao Senado, Senhor, aos candidatos a deputado federal e distrital. É em nome de Jesus que pedimos agora, Senhor, a proteção divina.” Ali, às claras e no burburinho da fé, o transe foi político.

Fonte: Site da revista Época

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