Recente levantamento constatou o aumento do número de candidatos nas eleições deste ano que usaram títulos religiosos. Foram 250 ao todo, pleiteando vagas aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador de todas as capitais brasileiras. No total, são 195 “pastores”, 33 “missionários”, 14 “bispos”, sete “apóstolos” e um “presbítero”.
Consequentemente, cresceram as bancadas evangélicas em várias capitais. Segundo analistas, um dos fatores que contribuiu para o aumento de edis ligados a igrejas foi a nova legislação eleitoral, que não permite doação de empresas. O tempo mais curto de campanha facilitou a promoção daqueles que já possuem um público específico como eleitores.
São Paulo: Evangélicos avançam e ‘bancada da bala’ acaba
O resultado das urnas na cidade de São Paulo aponta aumento de 75% de vereadores evangélicos e também o fim da chamada “bancada da bala” na Câmara Municipal. Em 2012, o paulistano havia escolhido oito parlamentares religiosos, mas o número subiu para 14 nesta votação. Já entre os policiais, apenas a campanha do ex-PM da Rota Conte Lopes (PP) foi bem-sucedida. Antigos membros da Casa, os deputados estaduais Coronel Camilo (PSD) e Coronel Telhada (PSDB) não conseguiram eleger seus afilhados políticos.
Os eleitores de São Paulo trocaram 22 dos 55 vereadores – índice de renovação de 40%, o mesmo da eleição de 2012. Entre os novos parlamentares que assumem no dia 1º de janeiro de 2017, estão seis evangélicos. Dos novatos, o mais votado foi João Jorge (PSDB), da Assembleia de Deus (42.404 votos), o 18.º colocado entre todos os eleitos. A igreja é a mesma dos agora vereadores Gilberto Nascimento Junior (PSC) e Rute Costa (PSD), filha do seu presidente José Wellington Bezerra da Costa.
Também são novidade os parlamentares André Santos (PRB), da Universal, Rinaldi Digilio (PRB), do Evangelho Quadrangular, e Adriana Ramalho (PSDB). Oito evangélicos que já eram conhecidos, como Eduardo Tuma (PSDB) e Souza Santos (PRB), conseguiram a reeleição. Com 5.833 votos, o vereador Jean Madeira (PRB), pastor da Universal que chegou a organizar cultos dentro da Câmara, acabou de fora.
Vereadores de São Paulo avaliam que o tempo curto de campanha e a nova legislação eleitoral, que não permite doação de empresas, ajudaram a aumentar o número de evangélicos na Casa. Para eles, as novas regras facilitam que sejam eleitos candidatos mais ricos e com público específico.
Dos representantes das forças policiais na Câmara, restou apenas o vereador Conte Lopes (PP), o 4.º lugar entre os eleitos de São Paulo, com 80.052 votos. Antes de se tornar parlamentar, Lopes foi membro da Rota, o grupo de elite da PM. Nem mesmo antigos nomes da Câmara conseguiram eleger sucessores.
O deputado federal Coronel Telhada (PSDB), por exemplo, apoiou a candidatura do sargento da PM Ronaldo Ligieri (PSDB). Ele reuniu 9.239 votos mas não foi eleito. Já Coronel Camilo atuou como cabo eleitoral do Coronel Arruda (PSD), que também não conseguiu uma cadeira na Câmara. Ao todo, 7.708 pessoas votaram no candidato.
A nova composição da Câmara deve ser favorável ao prefeito eleito João Doria (PSDB), com 25 vereadores pertencentes à sua coligação, além da expectativa de que partidos aliados de Marta Suplicy (PMDB) e Celso Russomanno (PRB) também passem a compor a base do tucano em 2017. Entre os partidos, a maior bancada será do PSDB, com 11 parlamentares, seguido pelo PT, com nove.
Salvador: bancada evangélica cresce na Câmara Municipal
A bancada evangélica na Câmara Municipal de Salvador (CMS) crescerá em 2017, quando os vereadores eleitos neste domingo (2) tomarem posse. Em 2012, última eleição municipal, eles eram seis. Agora, oito representantes de igrejas conseguiram uma vaga na Casa.
À época, Tia Eron (PRB), Luiz Carlos (PRB), Heber Santana (PSC), Alberto Braga (PSC), Isnard Araújo (PHS) e Cátia Rodrigues (PHS) se elegeram. Com o resultado das urnas deste domingo, quase todos os vereadores evangélicos conseguiram renovar seu mandato por mais quatro anos. A exceção ficou com Alberto Braga, que perdeu sua vaga e Tia Eron, que se elegeu deputada federal.
Com maior número de vereadores na CMS, quatro nomes ligados à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) devem legislar para os soteropolitanos: Luiz Carlos, Isnard Araújo, Rogéria Santos e Ireuda.
Ligada à Igreja Renascer em Cristo, Cátia Rodrigues – que já declarou ser a “vereadora do pessoal da igreja” teve seu mandato renovado. Assim como Heber Santana, ligado à Assembleia de Deus.
Novata na Casa, Lorena Brandão tem sua base eleitoral na Igreja Batista Caminho das Árvores. A neovereadora é filha do polêmico bispo Átila Brandão – que processa o ex-deputado petista Emiliano Araújo por ter sido acusado de participar de sessões de tortura.
Além deles, há o vereador Joceval Rodrigues (PPS), que é ligado à Igreja Católica.
Recife: Evangélicos são campeões de voto para a Câmara do Recife
Três candidatos do segmento evangélicos lideraram a disputa de votos pela Câmara do Recife na eleição realizada neste domingo (2). No topo da lista, aparecem a missionária Michele Collins (PP), com 15,357 mil votos, seguida da irmã Aimée (PSB), com 14,338 mil votos, e Fred Ferreira (PR), com 14,277 mil votos.
Tanto Michele como Aimée fazem parte da Igreja Assembleia de Deus e foram reeleitas. Já Fred Ferreira é genro do ex-deputado e pastor Manoel Ferreira (PR) e conquistou sua primeira eleição.
Fred vai ocupar o espaço deixado pelo “clã Ferreira” na Câmara, cujo o último representante foi o atual deputado André Ferreira (PSC), eleito o vereador mais votado na eleição de 2012. Fred utilizou o mesmo jingle de André nas duas últimas eleições da Casa. A família ainda tem o deputado federal Anderson Ferreira (PR), que disputa o segundo turno para a Prefeitura de Jaboatão com Neco (PDT). Todos os três candidatos mais bem votados para a Câmara tem como lema a “defesa da família” (tradicional).
Fonte: Gospel Prime, IstoÉ, Bocão News e Diário de Pernambuco
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