sábado, 14 de janeiro de 2017

Coreia do Norte: o país mais perigoso do mundo para o Cristianismo

A Coreia do Norte é um país governado por paranoia ditatorial, onde todos os cidadãos têm a obrigação de reverenciar seus líderes. Não há espaço para religião e aqueles que ousam conhecer a Jesus Cristo pagam um alto preço. O cristianismo é visto como "ópio do povo" e também como uma ideologia ocidental. Normalmente, os estados comunistas têm essa visão.Imagem redimensionadaA pressão aos cristãos acontece em um nível muito elevado em todas as esferas da vida. Quem entra para a família cristã sabe que deve fazer isso em sigilo. Família, vizinhos e até mesmo os melhores amigos não podem descobrir que alguém se converteu a Cristo, e se isso acontecer, a pessoa passa a ser perseguida, hostilizada e pode até mesmo ser presa pelas autoridades. A nação tem pelo menos seis tipos distintos de campos e detenções.

Quando um cristão é descoberto, normalmente é levado para as piores prisões, onde é torturado e condenado a realizar trabalhos forçados em campos de concentração. Não é fácil confirmar o número oficial de cristãos que vivem nessas condições desumanas. Alguns especialistas arriscam dizer que está em torno de 50 mil, mas a Portas Abertas estima um número muito maior, entre 200 e 400 mil.

O país é o mais perigoso do mundo para quem toma a decisão de seguir a Cristo. Prisioneiros cristãos não são autorizados a tomar banho, vestem-se com trapos, dormem em celas frias ou em barracões, recebem pouquíssimo alimento diariamente, deve trabalhar por muitas horas sem descanso e correm risco constante de morte. O ambiente é altamente restritivo, mas mesmo assim, a igreja permanece crescendo por lá. Em suas orações, lembre-se dos nossos irmãos norte-coreanos.

Liberdade religiosa
Pode-se dizer que o termo “liberdade religiosa” na Coreia do Norte é praticamente um mito. Embora seja algo previsto na Constituição do país, isso não existe de verdade, já que o governo restringiu ao máximo todas as atividades relacionadas a alguma crença. As autoridades proíbem reuniões de oração e consideram “inaceitáveis” os movimentos cristãos. 

O regime comunista costuma fazer muitas promessas, mas milhares de norte-coreanos sofrem de desnutrição crônica, com o desemprego e vivem abaixo da linha da pobreza. A perseguição aos cristãos tem assumido várias formas. A sociedade vive tomada por um medo constante, devido ao forte esquema de vigilância do governo.

Existe um esforço sistemático para exterminar o cristianismo do país. Igrejas só existem de forma clandestina. O encontro de fieis acontecem “casualmente” com dois ou três fieis que fingem um encontro qualquer em algum lugar público. Orações são feitas muito discretamente e os cristãos apenas trocam algumas palavras de encorajamento e esperança. Ore pela igreja na Coreia do Norte.

Líder na Lista Mundial de Perseguição

Esta semana a Missão Portas Abertas, como faz todos os anos, publicou a Lista Mundial de Perseguição aos cristãos, que traz os 50 países com maior grau de perseguição para com aqueles que seguem a Cristo. Ela é atualizada anualmente com base em pesquisas da Portas Abertas, que consideram as leis no país, a postura das autoridades, da sociedade e da família em relação a cristãos, novos convertidos e igreja.

A Coreia do Norte encabeça a Lista Mundial da Perseguição pelo 15º ano consecutivo, e essa situação secreta isola cada vez mais a nação, a cada ano que passa.

Perfil da Coreia do Norte

A Coreia do Norte lidera a Lista Mundial da Perseguição pelo 15º ano consecutivo. Um lugar onde os direitos à liberdade de pensamento, religião, expressão e informação não são respeitados. Há anos, não há mudança para a igreja: cristãos enfrentam níveis de pressão extremos em todas as áreas da vida, combinados com alto grau de violência.

O país é o mais fechado do mundo, onde o cristianismo é visto como ocidental e hostil. Cristãos tentam esconder sua fé para evitar serem presos e enviados para campos de trabalhos forçados. É esperado que os cidadãos adorem somente a família Kim, que governa o país há quase 70 anos. Por isso, a maioria dos pais cristãos não compartilham sua fé, nem mesmo com seus filhos, por medo de que possam delatar a fé dos pais se forem perguntados sobre atividades cristãs.

Igrejas não podem existir. Reunião com outros cristãos são perigosas. É altamente arriscado ler a Bíblia ou expressar a fé cristã de qualquer maneira. Livros cristãos são cuidadosamente escondidos e usados apenas quando os cristãos têm certeza de que estão realmente sozinhos, depois são repassados ou destruídos após terem seu conteúdo memorizado.

Mais de vinte cristãos foram mortos e mais de cem foram presos no período de pesquisa da Lista Mundial da Perseguição 2017. O objetivo de Portas Abertas sempre foi de “fortalecer o que resta e está para morrer” (Ap 3.2). Esse versículo é especialmente aplicável para a situação da igreja subterrânea norte-coreana. Sem o apoio do corpo de Cristo, muitos cristãos morreriam de fome física e espiritual.

Naturalmente, é difícil confirmar o número de cristãos em um ambiente altamente restritivo. Entretanto, com base em informações de dentro do país, a Portas Abertas estima um intervalo entre 200 mil e 400 mil cristãos. Quaisquer que sejam, as estatísticas mostram que a igreja secreta está crescendo de forma lenta, mas firme.

A igreja
No final do século 18, coreanos convertidos na China voltaram ao seu país trazendo o cristianismo com eles. Depois, quando os primeiros missionários se estabeleceram permanentemente na Coreia do Norte, em 1886, encontraram no local uma pequena comunidade de cristãos. Em 1887, a primeira Bíblia foi publicada em coreano. O número de cristãos aumentou, e, em 1907, começou um grande avivamento que marcou a história, a ponto de a capital Pyongyang ser conhecida como a “Jerusalém do Oriente”. Em 1910, o Japão anexa a Coreia ao seu império. O domínio japonês sobre o país trouxe a perseguição, e cristãos e outros civis foram forçados a se curvar diante dos altares do imperador. Após a derrota japonesa na Segunda Guerra Mundial, iniciou-se uma guerra civil – a Guerra da Coreia (1950-1953), quando a Coreia se separou em dois países, Coreia do Norte e Coreia do Sul –, e Kim Il Sung chegou ao poder e impôs um regime comunista na Coreia do Norte. A partir de então, muitos cristãos tentaram fugir. Se antes da guerra o país contava com 500 mil cristãos, dez anos mais tarde, não havia mais a presença visível da igreja, já que milhares haviam sido mortos, presos ou banidos para áreas remotas, e a igreja que restou se tornou secreta.

Hoje, na capital, Pyongyang, há oficialmente uma igreja católica, duas igrejas protestantes e, desde 2006, uma igreja ortodoxa russa. Embora isso pareça um bom sinal, norte-coreanos afirmam que essas igrejas servem como peças de um show que tenta mostrar que há liberdade no país. Por motivos de segurança, nenhuma informação de igrejas subterrâneas pode ser divulgada.

Para “fortalecer o que resta e que está para morrer” (Ap 3.2) na Coreia do Norte, a Portas Abertas tem fornecido aos cristãos ajuda emergencial, livros e materiais cristãos, formação bíblica através de programas de rádio e proporcionado abrigo, ajuda, formação para cristãos refugiados norte-coreanos na China, que muitas vezes voltam ao seu país para compartilhar o evangelho.

A perseguição
A pressão sobre os cristãos permanece em um nível extremo e afeta todas as esferas da vida. Esse padrão reflete a realidade de um 
Imagem redimensionadaEstado onde a ditadura tem governado por um longo tempo e dominado todas as partes da sociedade. O país tem duas ideologias como base: a “Juche”, que basicamente diz que o homem é autossuficiente; e a outra é a “Kimilsungism”, ou seja, a adoração aos líderes. O governo submete a população a um sistema de classificação social, dividindo os norte-coreanos em amigáveis, neutros e hostis. As classes ditam a posição social, acesso à direitos, bem como o sistema de distribuição de alimentos.

É por isso que, para os norte-coreanos, ser cristão requer manter esse segredo bem protegido, não só das autoridades, mas também de amigos, vizinhos e até mesmo de suas próprias famílias. Qualquer pessoa engajada em atividades religiosas clandestinas é submetida a discriminação, prisão, detenção em campos de trabalhos forçados, desaparecimento, tortura e execução pública, juntamente com suas famílias.

Em abril de 2016, o pastor Han Choong Yeol foi morto, e em dezembro de 2015, o pastor coreano-canadense Hyensoo Lim foi condenado à prisão perpétua acusado de conspirar para derrubar a nação. O número de cristãos mortos e presos parece estar aumentando e a punição aos cristãos se tornado mais severa.

A corrupção do governo e a fome são outras grandes ameaças à população. Milhões de pessoas sofrem de insegurança alimentar crônica em diversos graus, altas taxas de desnutrição e problemas econômicos. Além disso, segundo a Transparência Internacional, a Coreia do Norte é o país mais corrupto do mundo (posição compartilhada com o Afeganistão e a Somália).

O futuro
O regime parece se auto isolar propositalmente, conforme visto na série de testes nucleares e de foguetes, mas seu maior desafio é o relacionamento com a China. A nação ainda depende muito da China economicamente e não pode se dar ao luxo de ser abandonada por ela. A China, embora estando cada vez mais insatisfeita com o comportamento do regime, ainda tem motivos para manter a Coreia do Norte à deriva, um dos motivos é a potencial afluência de refugiados.Mesmo se 2017 trouxer mudanças, como melhorias na economia, nada irá melhorar para os cristãos, pois eles são considerados inimigos do Estado.

Ao contrário, muitos sinais indicam uma perseguição ainda mais severa aos cristãos na Coreia do Norte, como: aumento da detenção de missionários e cristãos sul-coreanos e chineses-coreanos na China; vigilância reforçada na fronteira e punição mais severa dos cidadãos norte-coreanos fugitivos na China; e o aumento do esforço do governo em eliminar qualquer possibilidade de propagação da mensagem cristã. 

Fonte: Missão Portas Abertas

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