“Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver,
está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido. De
sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for doutro marido; mas,
morto o marido (o velho homem, nascido da carne), livre
está da lei (pecado), e assim não será adúltera, se for
doutro marido (o novo homem, nascido do espírito).
Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei
(pecado) pelo corpo de Cristo, para que sejais doutro
(Cristo), daquele que ressuscitou de entre os mortos, a
fim de que demos fruto (singular, e não frutos no
plural) para Deus. Porque, quando estávamos na carne, as paixões dos
pecados, que são pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a
morte (ou seja, para o pecado)”; (Rm
7.2-5).
O
fruto do espírito (não são frutos; é um só fruto). Exemplo um cacho de uva com 9
uvas.
“Mas o fruto do Espírito é: (1º) caridade,
(2º) gozo, (3º) paz,
(4º) longanimidade, (5º)
benignidade, (6º) bondade, (7º)
fé, (8º) mansidão, (9º)
temperança. Contra estas coisas não há lei (ou seja, se praticá-las,
não tem como ocorrer o erro, o pecado)”; (Gl
5.22,23).
O apóstolo Paulo utiliza
da alegoria de um casamento, para explicar a questão do pecado. O que é uma
alegoria? É utilizar alguma coisa como prática, para explicar algo diferente do
sentido literal. O homem em sua composição
integral é composto de três partes (espírito, alma e corpo). Dentro dessa
tricotomia duas partes são de substâncias espirituais (o espírito e a alma) e
uma parte de substância física orgânica (o corpo). Dentro deste cenário, o homem
possui dois centros de vontades atuantes.
O
CORAÇÃO – É o centro da vontade espiritual, ele atua em 1/3 do homem. Esta
entre o espírito humano e a carne (alma + corpo= carne).
A MENTE – É o centro da
vontade física, a mente atua em 2/3 do homem. A mente tem um poder enorme
atuando diretamente na carne. A carne é a união da alma e o corpo, centralizada
na mente, atuando totalmente independente do espírito humano.
“E o mesmo Deus
de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam
plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus
Cristo”; (1 Ts 5.23).
Uma mulher (a alma) esta entre dois maridos (o espírito e o corpo). A alma quer
ter uma vida dúbia (adultério), com o corpo (formando a carne) e enganando o
espírito.
Observamos isso também na questão entre Abrão, Sarai e Agar. Abrão é um tipo da alma, Agar um tipo do corpo, e Sarai um tipo do espírito.
“Ora, Sarai (o
espírito), mulher de Abrão (alma), não lhe
gerava filhos (estava estéril), , e ele
(alma), tinha uma serva egípcia (Egito; o
tipo do mundo), cujo nome era Agar (corpo).
E disse Sarai (espírito) a Abrão
(alma): Eis que o Senhor me tem impedido de gerar; entra, pois, à
minha serva; porventura, terei filhos (corpo) dela. E
ouviu Abrão (alma) a voz de Sarai
(espírito). Assim, tomou Sarai
(espírito), mulher de Abrão
(alma), a Agar (corpo), egípcia,
sua serva, e deu-a por mulher a Abrão (alma), seu
marido, ao fim de dez anos que Abrão (alma) habitara na
terra de Canaã. E ele (alma) entrou a Agar
(corpo), e ela concebeu; (pecar é muito
fácil) e, vendo ela que concebera (nascimento da carne,
Ismael), foi sua senhora (espírito)
desprezada aos seus olhos”; (Gn 16.1-4).
Quando a pessoa nasce de novo, ocorre o fim desse
adultério entre a alma e o corpo.
Ocorre então a reconciliação da alma com o espírito.
“Dizei-me, vós, os que quereis estar debaixo da
lei: não ouvis vós a lei? Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da
escrava, e outro da livre. Todavia, o que era da escrava nasceu segundo a carne,
mas o que era da livre, por promessa. O que se entende por alegoria
(porisso Paulo utilizou a questão do casamento, para explicar o
adultério espiritual); porque estes são os dois concertos: um, do
monte Sinai, gerando filhos para a servidão, que é Agar. Ora, esta Agar é Sinai,
um monte da Arábia, que corresponde à Jerusalém que agora existe, pois é escrava
com seus filhos. Mas a Jerusalém que é de cima é livre; a qual é mãe de todos
nós; porque está escrito: Alegra-te, estéril, que não dás à luz; Esforça-te e
clama, tu que não estás de parto; porque os filhos da solitária são mais do que
os da que tem marido. Mas nós, irmãos, somos filhos da promessa, como Isaque.
Mas, como, então, aquele que era gerado segundo a carne perseguia o que o era
segundo o Espírito, assim é também agora (ou seja, ocorre o
mesmo ainda hoje, agora, nesse momento. Ainda existe essa luta entre a carne e o
espírito).Mas que diz a Escritura? Lança fora a escrava e seu filho,
porque de modo algum o filho da escrava herdará com o filho da livre. De maneira
que, irmãos, somos filhos, não da escrava, mas da livre (Nós podemos
vencer a carne através do Espírito).”; (Gl 4.21-31).
O problema é que do adultério entre a alma e o corpo
(juntos formam a carne) nasceram 16 filhos. E após a separação da alma com o
corpo, esses meninos que são as obras dessa união ficam conosco.
Eles permanecem em nós. Como
fazer então para livrarmos desses meninos? Os quais são os frutos da
carne?
“Porque as obras da carne são manifestas, as
quais são: (1ª) prostituição,
(2ª) impureza, (3ª) lascívia,
(4ª) idolatria, (5ª) feitiçaria,
(6ª) inimizades, (7ª) porfias,
(8ª) emulações, (9ª) iras,
(10ª) pelejas, (11ª) dissensões,
(12ª) heresias, (13ª) invejas,
(14ª) homicídios, (15ª)
bebedices, (16ª) glutonarias (os filhos
legítimos, registrados) e coisas semelhantes a estas,
(tem ainda os filhos ilegítimos, os que não são registrados. Eles não
receberão nomes próprios) acerca das quais vos declaro, como já
antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus”;
(Gl 5.19-21).
O filho da carne É 14 anos mais velho, que o filho do
espírito. Abraão tinha 99 anos e Ismael tinha 13 anos.
“E era Abraão da idade de noventa e nove anos,
quando lhe foi circuncidada a carne do seu prepúcio. E Ismael, seu filho, era da
idade de treze anos, quando lhe foi circuncidada a carne do seu prepúcio”; (Gn
17.24,25).
Isaque, o filho da promessa nasceu quando Abraão tinha 100
anos. Portanto Ismael estava com 14 anos, quando Isaque nasceu.
“E era Abraão da idade de cem anos, quando lhe
nasceu Isaque seu filho”; (Gn 21.5).
O fruto da carne (o velho homem) é 14 anos mais velho que o
filho do espírito (o novo nascimento) por isso, o velho homem quer
ressuscitar-se a cada estante. Ele estará sempre zombando, rindo, tentando
humilhar o novo homem, o nascido do espírito. Pegue a sua idade de vida e
retire o tempo que você serve a Cristo (o novo nascimento), e o tempo que sobra
você servia ao mundo, (o velho homem). Acredito que você entende muito bem como
é essa luta e aonde ela ocorre!
“E cresceu o menino e foi desmamado; então,
Abraão fez um grande banquete no dia em que Isaque foi desmamado. E viu Sara que
o filho de Agar, a egípcia, que esta tinha dado a Abraão, zombava. E disse a
Abraão: Deita fora esta serva e o seu filho; porque o filho desta serva não
herdará com meu filho, com Isaque”; (Gn 21.8-10).
O novo nascimento ocorre em nosso espírito humano.
“O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito
que somos filhos de Deus”; (Rm 8.16).
Uma pessoa que não nasce do Espírito Santo, não compreende as
coisas de Deus!
“Ora, o homem natural não compreende as coisas
do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque
elas se discernem espiritualmente”; (1 Co 2.14).
Os dons espirituais.
“Mas a manifestação do Espírito é
dada a cada um para o que for útil. Porque a um, pelo Espírito, é dada
(1º) a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo
Espírito, (2º) a palavra da ciência; e a outro, pelo
mesmo Espírito, (3º) a fé; e a outro, pelo mesmo
Espírito, (4º) os dons de curar; e a outro,
(5º) a operação de maravilhas; e a
outro, (6º) a profecia; e a outro,
(7º) o dom de discernir os espíritos; e a outro,
(8º) a variedade de línguas; e a outro,
(9º) a interpretação das línguas. Mas um só e o mesmo
Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como
quer”; (1 Co 12.7-11).
Ocorre a luta entre a carne e a alma (uma prova real que o espírito santo esta trabalhando).
“Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o
Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro; para que não façais o que
quereis”; (Gl 5.17).
Os atributos do espírito são o amor, a fé e a
esperança. Os atributos da alma são o intelecto, a vontade e o sentimento. Os
atributos do corpo são os 5 sentidos (audição, tato, visão, paladar e olfato).
Os instintos nascem na carne, a qual é a união entre a alma e o corpo. O
sentimento na alma é chamado de paixão. Mas, no espírito ele é chamado de
amor! O intelecto diz: “Eu não entendo nada”. A fé responde: “Em mim,
você entende tudo”. O sentimento se apaixona, a paixão um dia tem fim. Mas o
amor, tudo suporta, tudo sofre. E a vontade briga com a esperança. A vontade
quer desistir, mas a esperança tudo espera. Ela diz para a vontade: “Calma,
vamos esperar mais um pouco”.
“Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o
nosso homem exterior (alma + corpo= carne, controlados pela
mente) se corrompa, o interior (alma + espírito,
controlados pelo coração, circuncidado pela palavra), contudo, se
renova de dia em dia”; (2 Co 4.16).
“Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado,
para que a graça seja mais abundante? De modo nenhum! Nós que estamos mortos
para o pecado, como viveremos ainda nele? Ou não sabeis que todos quantos fomos
batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos
sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitado dos
mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Porque,
se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o
seremos na da sua ressurreição; Sabendo isto: que o nosso velho homem foi com
ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, a fim de que não
sirvamos mais ao pecado”; (Rm 6.1-6).
O coração daqueles que verdadeiramente conhecem a Deus, tem a Palavra.
“Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não
pecar contra ti”; (Sl 119.11).
O coração tem dentro dele a Palavra, a Palavra depois de
analisar, enviará uma resposta aos instintos, e aos sentidos, seja pela fé ou
pela razão. E com certeza a decisão tomada agradará ao coração, a mente, ao
espírito, a alma e principalmente ao sentidos e instintos do corpo. Agradará ao
homem interior, ao homem exterior. E o principal: Agradará a Deus!
Por favor quando você estiver orando, ore pelo meu
ministério, por mim e pela minha família! Deixe o seu nome, que eu também
estarei orando por você e pelos seus. Graça & Paz.
Rev. Dr. Carlos Andrade, Th.D