Aliança de Evangélicos Confessionais acreditam que adoção é o mesmo que impedir um aborto.
Embrião é uma vida? Evangélicos defendem “adoção” de embriões congelados
Um embrião congelado em nitrogênio líquido é uma vida? Para os
cristãos que condenam o aborto, a vida começa ali. Membros da Aliança de
Evangélicos Confessionais defendem essa prática. Gabriel Fluhrer,
relações públicas e coordenador editorial da Aliança afirma: “Se vamos
ficar contra o aborto, não basta simplesmente protestar em frente a uma
clínica”.
Gabriel e sua esposa Callie adotaram um desses embriões em 2010. Eles
acreditavam que essa pequena coleção de células era um bebê. Se eles
não o tirassem do laboratório onde tinha sido armazenados provavelmente
morreria, pois seus pais biológicos decidiram que não precisam mais
dele. Esse pequeno embrião foi gestado por Callie e, em dezembro daquele
ano, nasceu a menina Anna Fluhrer.
Para os pais, o risco valeu a pena. Eles acrescentam que os membros
da Aliança “estão se esforçando ao máximo para adotar crianças em todo o
mundo, quer sejam embriões ou órfãos que vivem na China”.
Há muito tempo que evangélicos e católicos deram as mãos na luta
contra o aborto. Mas esse grupo tem recebido críticas por seu
comportamento “radical”. Recentemente, estão em campanha para incentivar
as pessoas que têm embriões congelados para deixá-los disponíveis para
adoção.
“Essas famílias estão felizes, e tendem a escrever sobre isso em seus
blogs e no Facebook”, disse Reg Finger, um médico afiliado com o Centro
Nacional de Doação de embriões.
Autoridades do Vaticano vivem um dilema para incentivar a adoção de
embriões, pois isso requer a fertilização in vitro – uma prática
proibida pela igreja.
“É preciso reconhecer que os milhares de embriões abandonados
representam uma situação de injustiça, que não pode ser resolvida”,
escreveu o teólogo do Vaticano em seu tratado sobre bioética em 2008.
As pessoas que escolhem a fertilização in vitro, muitas vezes geram
embriões múltiplos, e selecionam o mais saudável para implante. Algumas
famílias descartam os que sobram. Aqueles que optam por guardá-los
precisam pagar mais de US$ 400 por ano para mantê-los congelados.
Estima-se que existam mais de 600 mil embriões congelados em
armazenamento somente nos EUA.
O movimentos de doação de embriões e organizações de adoção, a
maioria deles com afiliações religiosas evangélicas, começou na década
de 1990. A prática ganhou força em 2006, quando o ex-presidente George
W. Bush convidou crianças que foram adotadas quando ainda eram embriões,
conhecidos como “flocos de neve”, para se juntar a ele na Casa Branca.
“Esses meninos e meninas não são peças de reposição”, disse Bush durante o evento.
Presente naquele evento estavam Maria Lancaster e sua filha Elisha,
que foi adotada ainda como embrião. Elas pertencem à Igreja de Cedar
Park, uma congregação evangélica perto de Seattle. “Eu queria fortalecer
a idéia de que é uma responsabilidade da igreja se levantar e defender a
vida humana, incluindo embriões congelados”, disse ela.
A adoção de embriões não é uma questão principal para muitos
cristãos, disse Fluhrer, mas isso pode estar mudando. Ele tem um blog
sobre a adoção de embriões no Reformation 21, um site sobre teologia que
ele edita. “Os primeiros cristãos ficaram conhecidos por oferecer
cuidado àqueles que a sociedade descartava”, escreveu ele em seu blog.
“A adoção de embriões parece-me uma forma importante de fazer algo
parecido no terceiro milênio”. Em 2010, último ano em que havia dados
disponíveis, cerca de 2.250 embriões foram “adotados”, mas não se sabe
quantos, de fato, foram gestados.
Traduzido de Huffington Post. Por Gospel Prime c/ infos de Gritos de Alerta.