Se no começo de carreira Oscar era chamado de "novo
Kaká",
nesta quinta-feira, o meia do Chelsea provou mais uma vez que
correspondeu às expectativas e criou identidade própria. Abençoado pelo
craque do Real Madrid como camisa 10 da Seleção, o garoto comandou o
Brasil na goleada por 6 a 0 sobre o Iraque, no estádio Swedbank, em
Malmo, na Suécia. Ele (2), Kaká,
Hulk,
Neymar e
Lucas marcaram.
Muito embora tenha tido uma atuação destacada, comprovando seu bom
momento com Mano Menezes e também no futebol inglês, Oscar contou com a
ajuda do seu mestre. Kaká, de volta à seleção brasileira depois de mais
de dois anos, deu suas arrancadas, participou de gol e deixou a sua
marca. Aliás, o grupo todo comemorou com o meia do Real Madrid, em
abraço coletivo.
Kaká e Oscar comemoram um dos gols da seleção brasileira (Foto: AFP)
Ao ser substituído por Lucas no segundo tempo, Kaká teve o que mereceu:
aplausos. Os mesmos que foram direcionados a Neymar pouco depois. O
craque do Santos fez um golaço. Na partida desta quinta-feira, porém, o
atacante teve uma atuação muito mais cerebral, de criar, pensar o jogo,
buscar a bola, do que de atacar com veemência, partindo para o drible.
Resultado: participou bem como "armador".
O placar da partida, claro, não assustou ninguém. Afinal, o Iraque é
apenas o 80º colocado no ranking da Fifa. Nem mesmo Zico, sorridente no
primeiro tempo. O ídolo do Flamengo e da Seleção é o atual comandante
dos iraquianos. Os torcedores do time asiático, aliás, o adoram. Por
vários momentos, os torcedores gritaram seu nome.
Malmo ou Bagdá?
Jogadores vibram com a boa atuação no duelo
contra o Iraque, em Malmo (Foto: Mowa Press)
Acostumada e calejada pela recente pressão dos próprios brasileiros, a
Seleção pouco se importou com o caldeirão formado pelos iraquianos no
estádio Swedbank. Maioria, a torcida do Iraque fez Malmo parecer Bagdá.
Só que o time de Mano Menezes jogou com a mesma tranquilidade que se
estivesse no Maracanã. Nos bons tempos.
Kaká, Oscar, Neymar e cia não se assustaram com a vibração dos rivais
em cada lance, fosse um chute, uma ameaça de contra-ataque ou um
desarme, e construíram um ambiente ainda mais tranquilo para o Brasil
dentro de campo. Antes de sair o primeiro gol, a Seleção cadenciou bem o
jogo e não deu espaços para o Iraque.
O Brasil tentou primeiro em jogada ensaiada de escanteio, com David
Luiz chegando como surpresa. Algo que foi treinado à exaustão na
Polônia. Depois de os jogadores reclamarem duas vezes por a bola estar
murcha, a Seleção se encontrou ainda mais em campo. E Oscar começou a
brilhar com seu futebol simples e objetivo.
Aos 21 minutos, Neymar deu lindo passe em profundidade para o camisa 10
tocar na saída do goleiro. Com a vantagem no placar, o time verde e
amarelo se soltou ainda mais. Foi aí que Kaká apareceu. Aos 27 minutos, o
meia do Real Madrid recebeu de Neymar na esquerda, levou até a linha de
fundo e cruzou para outro gols de Oscar.
Na comemoração, os três se abraçaram isolados na grande área, uma cena
que muitos torcedores esperam ver na Copa do Mundo de 2014. A partir
daí, mais do que antes, só deu Brasil. David Luiz, o homem surpresa da
bola parada, quase ampliou, Kaká também e Paulinho surgiu aos 45 minutos
para acertar o travessão.
Bem-vindo de volta, Kaká!
Kaká em ação pela seleção brasileira na partida desta quinta-feira, contra o Iraque (Foto: Mowa Press)
A etapa final não poderia começar melhor para a seleção brasileira.
Principalmente para Kaká. Aos dois minutos, o meia do Real Madrid
avançou em contra-ataque, bem ao seu estilo, entrou na área e chutou de
perna esquerda para fazer o terceiro gol do Brasil. Ele estava fora da
Seleção desde a Copa do Mundo de 2010.
E como forma de celebrar o seu retorno, todos os jogadores foram
comemorar o gol com ele na linha de fundo. Depois, os reservas também o
abraçaram. Antes disso, o último gol de Kaká com a camisa do Brasil
tinha sido em amistoso pré-Copa, na goleada por 5 a 1 sobre a Tanzânia,
no dia 7 de junho de 2010.
Neymar também deixou a sua marca na partida
diante da equipe de Zico (Foto: Mowa Press)
Aproveitando o bom momento do time na partida, até David Luiz se
arriscou como atacante. E quase fez um belo gol aos cinco minutos,
passando por três adversários e batendo rasteiro. O goleiro Noor, no
entanto, fez ótima defesa. Ele, aliás, salvou o Iraque por várias vezes,
com intervenções muitas vezes complicadas.
Se o zagueiro não conseguiu fazer um gol de atacante, Hulk fez. O
jogador do Zenit ampliou aos dez minutos, após ótima jogada individual e
chute de esquerda: 4 a 0. A elasticidade no placar, obviamente, fez o
time de Mano Menezes diminuir o ritmo. O Iraque ainda quase chegou para
marcar, mas se atrapalhou na hora da conclusão.
Mas ainda faltava o gol de Neymar. E ele surgiu em grande estilo. Aos
30, o atacante recebeu dentro da área pelo lado esquerdo e bateu
colocado de perna direita. Um golaço. Na comemoração, dedo na boca em
homenagem ao filho Davi Lucca. Quatro minutos depois, o camisa 11 deu
bom passe para Lucas na entrada da área. O apoiador do São Paulo tirou
um adversário do lance e finalizou para fazer o sexto.
BRASIL 6 X 0 IRAQUE
Diego Alves, Adriano, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Paulinho
(Fernando), Ramires (Sandro), Kaká (Lucas) e Oscar (Giuliano); Neymar e
Hulk (Thiago Neves). |
Noor Sabri, Samal Saeed, Ali Hussein (Ahmed Ibrahim), Salam Shaker e
Basem Abbas; Khaldoun Ibrahim, Muthana Khalid (Jalal Hasan), Hamady
Ahmad e Nashat Akram (Alaa Abdul Zahra); Ahmed Yasin (Mustafa Karim) e
Younis Mahmoud (Amjad Radhi). |
Técnico: Mano Menezes |
Técnico: Zico |
Gols: Oscar, aos 21 e 27 minutos do primeiro
tempo; Kaká, aos dois minutos do segundo tempo, Hulk, aos dez minutos do
segundo tempo, Neymar, aos 30 minutos do segundo tempo, Lucas, aos 34
minutos do segundo tempo. Cartões amarelos:Al Hussein (Iraque) |
Árbitro: Martin Hansson (Suécia) Auxiliares: Magnus Sjöblom (Suécia) e Per Brogevik (Suécia) |
Local: Sweedbank, em Malmo, na Suécia Público: 14.147 pagantes |