Rubem Júlio de Barros, 50, foi preso em flagrante por policiais militares nesta terça-feira (29) na propriedade de uma moradora da localidade mineira em companhia de três filhas delas, uma moça de 18 anos e outras duas, de 16 e 11 anos. A mãe não estava em casa porque, segundo a polícia, teria ido vender em outra cidade um terreno, a mando do pastor, e repassaria o dinheiro à congregação da qual ele faz parte.
Conforme o delegado Almir de Carvalho, responsável pelo inquérito instaurado, a irmã mais velha conseguiu acionar a polícia. As vítimas relataram que o homem queria forçá-las a manter relações sexuais com ele mediante “revelação divina” que o suspeito alega ter tido.
“A polícia compareceu ao local e constatou, pelo depoimento delas, que ele tinha acariciado as partes íntimas das vítimas. Ele estava em um local escuro da propriedade com a mais nova. Por muito pouco, ele não conseguiu o seu intento baseado nessas ditas revelações”, afirmou o policial.
Confiança
De acordo com o delegado Carvalho, o pastor Barros anteriormente teria induzido a mãe das vítimas, ao afirmar ser portador de “revelações divinas”, a se separar do marido e passou a influenciar os atos da mulher, que não teve o nome revelado.“A mãe das meninas começou a frequentar essa igreja há uns quatro meses e ficou impressionada com a pregação desse dito pastor. Ele disse que teria tido uma revelação divina e, nos primeiros encontros com ela, após ter conquistado a confiança dela, disse que se ela não se separasse do companheiro, ela ou o marido teriam câncer”, afirmou o policial.
Ainda segundo o delegado, a mulher, de origem humilde, separou-se do marido e permitiu em seguida a presença do pastor na sua casa.
“Em um período de quatro meses, ela passou a seguir cegamente as orientações desse homem. Ele descobriu que ela tinha um terreno em outra cidade e, mediante nova revelação que teria recebido, orientou a mulher a vender a propriedade e repassar todo o dinheiro para a igreja”, descreveu o policial.
Segundo ele, a mulher estava na cidade onde fica a propriedade, para realizar o negócio, mas foi alertada pela polícia sobre a conduta do suspeito com as filhas dela e teria abortado a venda do terreno, retornando para Lagoa Santa.
Assédio
O delegado responsável pelo caso ainda afirmou que, nos meses em que frequentou a casa, o homem constantemente assediava as filhas da mulher.“O conjunto da obra mostra que ele premeditou tudo. Ele frequentava demais a casa e passou a interferir em demasia na vida dessa família. Ele vinha, há tempos, constrangendo a jovem de 18 e as adolescentes de 16 e 11 anos. Por telefone, ele chegou a dizer para a mais velha que estava se masturbando pensando nela. Ele ainda dizia que a levaria a um motel”, disse.
Conforme o delegado, as investidas do suspeito sempre eram lastreadas pelas supostas “revelações divinas”, que teriam a função de convencer as garotas a se relacionarem sexualmente com o homem.
Ainda de acordo com o relato de Carvalho, o pastor, em uma das ocasiões em que esteve na casa da família, teria introduzido o dedo na vagina da menina de 11 anos, que revelou o episódio após a prisão dele.
O UOL não conseguiu contato com a advogada de Barros, mas o delegado adiantou que ele negou as acusações.
“Ele nega as acusações. Em outro momento, diz que não se lembra de nada”, disse o policial. O suspeito está preso na cidade à disposição da Justiça e, segundo o delegado, vai responder pelos crimes de estupro de vulnerável e crime sexual mediante fraude.
BOL NOTÍCIAS / VIA GRITOS DE ALERTA