terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Pastor da Assembléia de Deus Madureira e filho são indiciados após desfalque de R$15 milhões









O delegado Gustavo Henrique Bezerra da Cunha, do 2º Distrito Policial, em Braz Cubas, em 27 de novembro último o indiciou no Inquérito 361/2010 por falsidade ideológica e falsidade documental, conforme os artigos 299 e 307, do Código Penal, o pastor Gilberto Alves de Paula, de 58 anos, e o seu filho, o vice-presidente, pastor Toni Ebert Campos Araújo de Paula, de 28 anos, da Igreja Assembléia de Deus Ministério Madureira, localizada na Rua Cabo Diogo Oliver, no Bairro do Mogilar.
Segundo apurou a autoridade policial, pai e filho negaram no interrogatório que eram advogados e atribuíram a nomeação dada por publicações gospel a um engano de redação. Gilberto é bacharel em Ciências Jurídicas. O inquérito já foi relatado e encaminhado ao Fórum. O advogado dos pastores Marco Soares, presidente da OAB (Ordem dos Advogados de Mogi das Cruzes), que acompanhou todos os atos do inquérito, contestou a acusação contra os seus clientes e garantiu que “neste caso até a autoridade será responsabilizada”. Ele informou que “já foi impetrado habeas corpus para trancar o inquérito no Tribunal de Justiça, em São Paulo”.
Denúncia
Há 7 anos no comando da igreja na Cidade, Gilberto ainda é acusado de dar desfalque no valor estimado em R$ 15 milhões. O advogado Hernani Ferreira que era o responsável pelo Setor Jurídico da Assembléia de Deus, afirmou ontem a O Diário que se afastou após expor os problemas financeiros ao pastor, o qual, segundo ele, resolveu adiar uma solução amigável.
A situação financeira foi levantada após balanço realizado pela Comissão formada por conselheiros da igreja. “As verbas arrecadadas deveriam ter como objetivo despesas gerais; socorrer os membros necessitados, divulgar propaganda do evangélico e cuidar da manutenção do patrimônio”, disse Hernani.
Ele acrescentou que “o estatuto da igreja estabelece prestação de contas mensais aos conselheiros, o que nunca aconteceu”. O advogado justifica que “a comissão me procurou e colocou o problema em cima da mesa. E é lógico que como chefe do departamento jurídico tive que conversar com o pastor Gilberto e pedir que abrisse as contas da igreja aos conselheiros, que queriam informações sobre a receita”.
Após o pastor Gilberto ficar em silêncio diante da acusação de desfalque, Hernani disse que levou a questão ao presidente estadual da Assembléia de Deus, pastor Samuel Ferreira. “Ele lamentou o episódio e disse que, infelizmente, o caso era regional e fora de sua competência administrativa”, lembrou o advogado, fazendo questão de frisar que “procurei agir como conciliador”. Já o advogado Marco Soares ressalta que “o pastor Samuel não tomou conhecimento porque não existe irregularidades”.
O advogado Edmilson Vicente Ortega representando os conselheiros evangelistas Claudionor Ponciano de Oliveira, de 53 anos, e Milton de Oliveira Côrrea, de 46 anos, recorreu à Justiça. Além da prestação de contas, pediu o afastamento de Gilberto da igreja. A solicitação não foi acatada.
Em agosto último, o juiz Jurandir de Abreu Júnior, da 4ª Vara Cível, do Fórum de Mogi, mandou citar o pastor e concedeu o prazo para a contestação da acusação. Segundo o advogado Hernani, “houve uma contestação intepestiva, ou seja fora do prazo prescrito em lei”. A defesa do pastor refuta a informação.
Ainda de acordo com o ex-chefe do Departamento Jurídico, “o povo de Deus não quer escândalo, porém não pode suportar desvio de verbas da igreja, pois o pastor já recebe R$ 5 mil de salário, carros, seguranças, plano de saúde e moradia de luxo”.
O advogado Edmilson por causa de viagem de estudos ao Estados Unidos, passou o caso para o advogado João Bosco. Ele garante que continuará acompanhando o processo.
Fonte: O Diário de Mogi

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