sábado, 11 de dezembro de 2010

Servidores do WikiLeaks seguros em um bunker antinuclear em Estocolmo

ESTOCOLMO (AFP) - Em um bairro elegante de Estocolmo, um morro coberto de neve com uma igreja no topo esconde um bunker antinuclear que abriga um centro de informática futurista, onde estão guardados 8 mil servidores, dois deles pertencentes ao site WikiLeaks.
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"Tudo o que vai para o mundo é criado por essas duas pequenas caixas", explicou o dono e fundador da Banhof, Jon Karlung, mostrando as instalações feitas na rocha.
Na altura dos joelhos, arrumados em um armário de portas transparentes, dois finos cofres de plástico pretos cercados por cabos elétricos emitem luzes piscantes azuis, sinal de bom funcionamento.
Banhof é um das empresas que depois de outubro acolhem os servidores do WikiLeaks, site polêmico que publica documentos secretos e, desde o fim de novembro, notas diplomáticas americanas.
Em meio ao ronronar dos servidores e dos ventiladores encarregados de manter as temperaturas baixas, Karlund continua a visita do centro espetacular, mas que em sua opinião não tem nada de particular em seu funcionamento.
O cliente WikiLeaks, apesar de toda atenção que atrai, é tratado como os outros, garante.
Impossível, no entanto, ao penetrar neste santuário, não achar que se está em um cenário de filme de ficção científica ou de espionagem, onde o personagem principal é o enigmático Julian Assange, o homem que desafia sozinho, ou quase, as grandes potências internacionais, via WikiLeaks.
Assange está atualmente preso em Londres em virtude de um mandado de prisão internacional emitido pela Suécia que o procurava por um caso de estupro.
Para penetrar em Banhof, é preciso, primeiro, passar por uma porta automática em vidro que abre - com um código - em uma nuvem de vapor criada pelo encontro entre o ar gelado do exterior com o ar quente do interior.
Depois de descer uma rampa até o coração do dispositivo ainda protegido por uma segunda porta de segurança que também é aberta por um código, o visitante é atingido por um calor e uma umidade sufocantes.
Esse abrigo batizado de "pionen" (peônia) foi construído no bairro de Södermalm em meados dos anos 1940 e depois transformado em abrigo antinuclear em plena Guerra Fria.
Após ter servido de sala de exposição, o local foi adquirido há alguns anos pela Banhof, que implantou ali seu quinto centro de armazenagem de dados de informática.
"Estamos muito bem protegidos contra ataques físicos, mas não é isso que nos preocupa. A ameaça real pode ser jurídica e mais provavelmente ainda os ciberataques", destacou Karlund.
Em um escritório ao lado da sala dos servidores, o tráfego WikiLeaks é mostrado em tempo real em uma tela.
"Até agora, não recebemos nenhum ataque direto. Nós observamos efeitos ligados a outros ataques, mas nenhum visando nossa instalação ou os serviços relacionados", explicou, lembrando que o WikiLeaks não deixou "todos os ovos no mesmo cesto" e que o site tem outros servidores espalhados pelo mundo.
Sob a condição de não infringir a lei sueca, clientes como o WikiLeaks podem armazenar seus servidores com a Banhof.
"Eles devem pagar suas contas e o conteúdo deve ser legal na Suécia", explicou Karlund.
Perguntar a ele o que seus clientes divulgam via os servidores da Banhof é como "perguntar ao carteiro se ele abre as correspondências".

AFP


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