domingo, 23 de janeiro de 2011

Lições do livro de Jonas


Texto: Jn 1.1-17
1) Nós fomos chamados para pregar o Evangelho.
“Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim. vs.2”. Vede quão grande honra o Senhor tem concedido aos teus servos que falem da Tua palavra! Todos nós sem nenhuma exceção temos o dever de anunciar as boas novas do evangelho de Jesus Cristo a toda criatura. Através da pregação do evangelho, as almas são libertas, enfermidades são curadas, demônios são expulsos em nome de Jesus e vidas vão sendo resgatadas do poder do pecado. Todos nós temos esta missão de anunciar a Cristo e disse o apóstolo Paulo escrevendo aos coríntios: “Ai de mim, se não anunciar o Evangelho! I Co 9.16”. Jonas tinha essa missão, mas no versículo 3, vemos que o mesmo fugiu! Ele tinha optado pelos seus próprios interesses e quando isso acontece nos distanciamos da vontade de Deus para as nossas vidas.
2) Quando rejeitamos a vontade de Deus, todas as coisas nos são favoráveis.
Logo que Jonas decidiu fugir da presença de Deus indo para Társis, o mesmo descendo a Jope encontrou justamente um navio que iria para Társis. Não é engraçado que o profeta querendo ir para um determinado lugar desobedecendo às orientações divinas, encontrou tão fácil um meio de ir pra lá? Quantas das vezes nós nos encontramos em situações parecidas em que quando rejeitamos a vontade Deus as coisas nos parecem favoráveis? Isso mesmo! Fazer a diferença nem sempre é fácil. O vento é sempre ao contrário daquele que quer servir ao Senhor de todo o coração. Em 2 Sm 24 vemos um episódio em que Davi é repreendido pelo Senhor ao enumerar o Seu povo e Deus em seguida pede a Davi que levante um altar na eira de Araúna, o jebuseu. Davi se aproximando de Araúna, o mesmo se prostra perante o rei e oferece a terra, os animais para o holocausto e tudo o que ele precisar para levantar um altar para o Senhor. Parecia estar tudo perfeito, mas Davi disse o seguinte: “Não oferecerei ao Senhor, meu Deus, holocaustos que não me custem nada. vs.24”. Podemos até pensar que é da vontade de Deus certas situações, mas devemos consultar a palavra do Senhor se isso O agrada ou não. Muitas pessoas se movem baseadas em certas práticas que se acontecer “isso” ou “aquilo” é sinal da aprovação de Deus para sua vida, mas a Palavra de Deus é a única maneira do crente em Jesus conhecer a vontade do Senhor, pois: “Lâmpada para os meus pés é tua palavra e luz, para o meu caminho. Sl 119.105”.
3) Deus mandou o vento agitar o mar para chamar a atenção de Jonas.
Um detalhe interessante é que foi o próprio Senhor que mandou um vento agitar o mar e o navio não se quebrou até Jonas ser lançado do navio. Jonas havia desobedecido e Deus era poderoso pra ceifar a vida do profeta, mas não quis. Apenas chamou a atenção dele através de uma tempestade. Isso mostra que o Senhor é misericordioso mesmo quando rejeitamos a Sua vontade. Ele fala e exorta a todos porque nos ama com amor incondicional, por isso não devemos endurecer o nosso coração ao ouvir a voz do Senhor. Quantas vezes vêm à dificuldade sobre a terra porque o homem desobedece ou se mostra indiferente a lei de Deus? Em 2 Cr 6.26-31 vemos numa oração de Salomão o mesmo reconhecendo que muitas das vezes a adversidade vem sobre nós porque pecamos contra o Senhor. “Quando os céus se cerrarem, e não houver chuva, por terem pecado contra ti, e orarem neste lugar, e confessarem teu nome, e se converterem dos seus pecados, quando tu os afligires, então, ouve tu desde os céus, e perdoa o pecado de teus servos e do teu povo de Israel, ensinando-lhes o bom caminho, em que andem, e dá a chuva sobre a terra, que deste ao teu povo em herança. 2 Cr 6.26-27”(grifo do autor).Isso nos mostra que Deus usa também os meios naturais pra realizar os seus propósitos divinos para a salvação do homem. Que possamos estar atentos a ouvir e a entender a vontade de Deus pela Sua Palavra.
4) Na dificuldade, os marinheiros tiveram espiritualidade melhor que de Jonas. Vs. 5 e 13
“Então, temeram os marinheiros, e clamava cada um ao seu deus, e lançavam no mar as suas fazendas que estavam no navio, para o aliviarem do seu peso...vs. 5”; “Entretanto, os homens remavam, esforçando-se por alcançar a terra, mas não podiam, porquanto o mar se ia embravecendo cada vez mais contra eles. vs. 13”. Nos versículos citados acima, vemos que todos os que estavam no navio estavam passando por dificuldades, inclusive o profeta Jonas. A primeira atitude de espiritualidade dos marinheiros foram que na adversidade clamaram cada um ao seu deus. Ainda que eles não temiam ao Deus único e verdadeiro, eles demonstraram uma atitude de fé ao seu pseudo-deus. Muitos na tribulação socorrem a todo mundo e por último ao Senhor, mas que possamos clamar ao Senhor, nosso Deus, pois que “o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã. Sl 30.5 b”. A segunda atitude de fé dos marinheiros foram que eles se importaram mais com a vida do que com as fazendas. Qual é a importância de um navio de carga? É poder transportar a carga (fazendas) de um lugar para o outro! Em meio à dificuldade, os marinheiros começaram a lançar ao mar o único motivo do seu embarque e se importaram com as suas próprias vidas. Disse Jesus: “Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo, mais do que a vestimenta? Mt 6.25 b” Em 2 Co 8, vemos o apóstolo Paulo escrevendo aos irmãos de coríntios a fé dos irmãos das Igrejas da Macedônia, que mesmo passando por diversas tribulações tendo apenas o necessário, deram acima do seu  poder e voluntariamente aos crentes da Judéia. Que exemplo de fé! A terceira atitude de fé dos marinheiros foi que ao lançar Jonas ao mar e viram que este cessou a sua fúria, eles temeram ao Senhor com grande temor e ofereceram sacrifícios e fizeram votos. Nós aprendemos que eles ao verem o poder de Deus, reconheceram o Seu poderio sobre eles. Que possamos dizer como o profeta Habacuque: “Ouvi, Senhor, a tua palavra e temi..Hc 3.2 a ”.
5) É melhor estar arrependido no ventre de um grande peixe do que insatisfeito no porão.
No capítulo 1 e versículo 5, a Bíblia diz que enquanto os marinheiros enfrentavam uma grande dificuldade no barco, Jonas, porém, desceu aos lugares do porão. Muita gente se encontra assim como Jonas, quando as situações não ocorrem como nós esperamos que acontecesse. Muitos estão no porão da soberba, do egoísmo, da desobediência, da murmuração, da amargura porque Deus não fez do jeito que as pessoas querem. Mas ele apenas reconheceu que os propósitos de Deus são maiores do que os nossos quando a Bíblia diz que ao ser lançado ao mar, Jonas foi engolido por um grande peixe. A Bíblia não diz que grande peixe é este, mas suponhamos que seja uma baleia, somente no ventre desta “baleia” que Jonas entendeu a vontade de Deus e se arrependeu do seu feito. Que possamos sempre pedir que a “baleia” da humildade, do temor a Deus, da submissão, do primeiro amor e da oração nos leve para dar um voltinha quando estivermos perdidos em relação aos propósitos divinos.
6) O Poder do efeito e do alcance da pregação da Palavra de Deus.
Ao ser lançado na terra outra vez, Jonas ouviu a palavra do Senhor e chegou até a cidade de Nínive e começou a pregar o arrependimento. Muitos se converteram de maneira tal que até o rei se levantou do seu trono, tirou as suas vestes, cobriu-se de pano de saco e apregoou um jejum em toda a cidade e em Jn 3.10 a Bíblia diz: “E Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria e não o fez.” Talvez você pense que não seja um bom pregador, mas saiba que é o Espírito Santo que convence a pessoa do seu pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-10) e Ele quer usar a cada um que abrir o seu coração para ser usado pelo Senhor.  Hoje em dia, muitos pregam um evangelho racional, calculista, humano e que é difícil de entender sendo que ele é simples, mas que possamos ser como Filipe em Atos dos Apóstolos cap. 8, quando ele descia a cidade de Samaria, lhes anunciava a Cristo. Apenas pregue a palavra, “lançando o teu pão sobre as água, que depois de muitos dias o acharás. Ec 11.1”.
7) A misericórdia de Deus ilustrada na aboboreira.
Quando Jonas pregou o arrependimento mal sabia ele do efeito da sua pregação e quando os ninivitas se arrependeram, ele ficou ressentido, querendo até mesmo que o próprio Deus tirasse a sua vida Jn 4.1-3. Depois disso, Jonas assentou-se ao oriente da cidade para assim ver o que aconteceria, fez uma cabana e sentou-se debaixo de uma sombra e dormiu. Deus fez nascer em um dia uma aboboreira que subiu por cima da cabeça de Jonas afim de livrar do seu enfado e ele se alegrou muito. Porém no outro dia, Deus enviou um bicho o qual feriu a aboboreira e esta se secou. Jonas novamente desejou a sua morte. Deus ilustrou a sua compaixão pelo povo de Nínive através da aboboreira. A aboboreira é o povo de Nínive, o bicho é o pecado que entrou no coração do povo de Nínive e os perverteu e o enfadar é perder o ânimo. Deus podia se “enfadar”ou perder o ânimo de também salvar o povo de Nínive, mas pela sua misericórdia e amor incondicional, enviou o profeta Jonas afim de pregar o arrependimento para que estes também sejam salvos. Que possamos guardar esta grande lição que aprendemos na vida deste profeta do Senhor nas palavras de Jesus em Mt 28.19-20: “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!”. Que Deus vos abençoe em Cristo Jesus.
Ev. Jorge Suguiyama

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