Pela primeira vez desde o retorno à democracia em 1983, na Argentina, um ex-magistrado foi acusado formalmente de apropriação ilegal de menores durante a ditadura militar (1976-83). A informação foi dada nesta quarta-feira à AFP por Pablo Parenti, da Unidade Fiscal de Acompanhamento das Causas por Violações aos Direitos Humanos.
O juiz federal da província de Santa Fé (centro), Reinaldo Rodríguez, confirmou por telefone à AFP que está processando o ex-magistrado Luis María Vera Candiotti. Ele é acusado de "facilitar a supressão de identidade" de Paula Cortassa, o nome verdadeiro da então menor, entregue em 1977 à família Goyane, depois de uma operação militar na qual morreram seus pais, na capital do distrito.
O magistrado também acusa o ex-tenente do Exército Carlos Pavón de fraudar documentos da menina.
A menina tinha então 10 anos ao sobreviver, em fevereiro de 1977 "a um ataque das forças conjuntas a uma casa de Santa Fé (capital da província de mesmo nome), no qual foram assassinados seus pais Enrique Cortassa e Blanca Zapata".
Paula Cortassa foi descoberta pela entidade Avós da Praça de Maio.
A organização conseguiu estabelecer a verdadeira identidade de 102 filhos de desaparecidos políticos ou assassinados durante a ditadura, de um total de 500 nestas condições.
AFP
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