Nem Romário, nem Popó, nem as parlamentares musas – calouras ou reeleitas – que tornam menos árida a paisagem dos salões e corredores do Congresso Nacional. Muito menos os principais caciques políticos, alvos preferenciais de repórteres em busca de notícias. Na posse dos novos congressistas, foi ele, Tiririca, o mais assediado pelos próprios deputados, pelos jornalistas, por funcionários da Câmara e pela infinidade de parentes de parlamentares e puxa-sacos profissionais que superlotaram na manhã de hoje as dependências do Senado e da Câmara dos Deputados.
Campeão de votos (mais de 1,3 milhão) e de polêmica nas eleições de 2010, o agora deputado federal Francisco Everardo Oliveira Silva (PR-SP), 45 anos, mais conhecido pelo seu nome artístico, abrigou-se, após a cerimônia de posse, nos fundos do cafezinho da Câmara, esperando a multidão se dispersar para seguir mais ou menos livre de assédio até o seu recém-instalado gabinete. Livrou-se da turba que se concentrava fora do plenário, principalmente no salão verde e suas adjacências, mas não deixou de ser objeto de tietagem ostensiva.
Veja os principais trechos da entrevista:
A diplomação foi mais emocionante?
Eu achei mais emoção. Acho que... não sei se é porque é uma coisa...
Por que é o seu primeiro diploma?
É, eu acho que é por isso.
O Lula, quando foi diplomado, declarou isso.
É, eu acho que é por isso. Foi mais emocionante.
O senhor tem projetos já aí para atuação parlamentar?
Temos, nós temos. Está junto com o pessoal do gabinete, dos assessores.
O senhor vai lutar pelo quê?
(“Ele tem que aguardar as comissões”, diz uma assessora)
É. Nós temos que aguardar aí, e vamos ver. Eu tenho certeza que vai dar certo.
O senhor tem alguma prioridade em relação ao que gostaria de fazer como deputado?
Ajudar o povo, mas vamos ver aí o que o partido vai orientar pra gente.
O senhor foi, seguramente, o mais assediado aqui hoje. Esperava isso?
Que bom, né? A gente fica feliz. A gente fica feliz.
O senhor está sendo mais assediado como deputado do que antes, só na carreira artística?
Tá a mesma coisa, tá a mesma coisa.
O senhor acha que, como parlamentar, vai dar para fazer alguma coisa pelo humor?
Com certeza, com certeza...
O quê, por exemplo?
Porque eu vivo disso, né? Eu sou comediante. Eu não larguei a comédia, eu não larguei o humor. Eu vou conciliar.
O senhor vai continuar então na TV?
Com certeza.
Agora, esta Casa aqui é uma casa que tem muita concorrência, né?
Tem. Eu tô chegando agora, eu vou ver.
(Assessores tentam encerrar a entrevista)
Só mais uma coisa. O espaço na Comissão de Educação. Já houve alguma movimentação nesse sentido que o senhor já se manifestou?
Educação e cultura.
Já houve alguma manifestação nesse sentido? O senhor já procurou o partido?
Eles ainda vão fazer reunião ainda, né?
O partido?
É, o partido vai fazer reunião.
Essa é a comissão que o senhor almeja?
É, educação e cultura.
Hoje, o senhor vota em Mabel? Vota em...
Marcos Maia.
Por quê?
Porque o partido está com ele e eu estou com o partido...
(“Gente, obrigada”, afirma assessora, tentando encerrar entrevista)
... Mas o Mabel é um querido
Qual a impressão que o senhor teve aqui da Câmara, da primeira sessão? O que o senhor achou?
Hoje foi que deu pra mim conhecer mais ou menos. A outra vez que eu vim aqui...
Qual a primeira impressão?
Achei legal, acho que vou me dar bem aqui.
O senhor se sente preparado, como é que vai fazer agora?
Vamos aprender com a galera toda aí, com os veterano, com os que estão chegando agora. Vamos aprender, se Deus quiser.
O senhor estava muito ansioso pra posse?
Tava.
Conseguiu dormir?
Se eu te falar, acordei umas quatro vezes à noite, foi complicado...
Fonte TERRA.COM.BR
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