Assim, os telespectadores deixaram de ver, por exemplo, o momento em que Siddqa, 19, com um manto azul e enterrada até a cintura (reprodução ao lado), tenta desesperadamente se desviar das pedras e quando ela é morta por três tiros de fuzil na cabeça.
Depois do assassinato da jovem, as imagens – gravadas em outubro do 2010 possivelmente por um celular – mostram líderes talibãs conduzindo à multidão Khayyam, o namorado dela.
Com as mãos já atadas às costas, o jovem tem os olhos vendados – a expressão do seu rosto é de pavor. Começa o apedrejamento, e o vídeo é cortado de novo quando Khayyam, em soluços, silencia-se.
Em nome de Maomé
Pela lei do Islã, seguida ao pé da letra pelos talibãs, o castigo aos adúlteros, mas sobretudo às mulheres acusadas de infidelidade, é o apedrejamento.
Após ter sido vendida por US$ 9.000 (R$ 15.000) para um casamento arranjado, Siddqa fugiu rumo ao Paquistão com Khayyam, que deixou sua mulher e dois filhos.
Depois de uns tempos, o casal voltou a sua aldeia no Afeganistão, na fronteira com o Tadjiquistão, para visitar parentes sob a promessa de líderes locais de que não seriam molestados. Mas foram pegos pelos talibãs, que controlam algumas regiões do país.
Daoud Daoud, chefe das forças policiais, prometeu pegar os responsáveis pelo apedrejamento e levá-los à Justiça.
Zabiullah Mujahid, porta-voz dos talibãs, defendeu o apedrejamento com o argumento de que a lei islâmica é a expressão mais legítima do Alcorão.
“Há pessoas que querem impor ao nosso país um pensamento estrangeiro", disse. "Para elas, isso [o apedrejamento] é desumano, o que é um insulto ao Profeta [Maomé].”
Com imagens da ABC News e informação da BBC.
Nenhum comentário:
Postar um comentário