quinta-feira, 26 de maio de 2011

ANGOLA EM FÓCO - Bispo sugere estudo de tradição democrática africana



Luena – O bispo da Diocese do Luena, dom Jesus Tirso Blanco, sugeriu hoje (quarta-feira), no Luena, a persistência de estudo de mecanismos de diálogo e a tradição democrática africana para o compromisso com a paz no continente, sem recurso à guerra.    
 
Falando à Angop, a propósito do 25 de Maio (Dia de África), o prelado católico insistiu na necessidade de se cultivar a cultura de diálogo e de democracia ao estilo do próprio africano, que deve ser participativo e coerente.
 
Lembrou que deve existir também o sentimento comum para com o sofrimento de um país irmão, incitando a solidariedade a nível político, diplomático e económico, para que a África esteja cada vez mais unida e capaz de enfrentar os inúmeros desafios que se lhe apresentam.
 
“Numa sociedade globalizada quem fica isolado morre”, alertou, assinalando que a África precisa desta união para combater, entre outros, o flagelo da fome e a pobreza, promover a justiça social, a distribuição equitativa de riquezas e a criação de maiores oportunidades para os cidadãos.
 
Por outro lado, advogou a necessidade dos líderes africanos terem consciência da mudança de poder de forma pacífica e que pautem pela alternância saudável, sem drama nem problemas.
 
Dom Jesus Tirso Blanco salientou que a eventualidade de ter razão não autoriza o exercício da violência. Deve-se esgotar todos os mecanismos para encontrar a solução através do dialogo, caso contrário o continente estará condenado a permanente situação de conflito latente.
 
Disse ser vontade de Deus que os africanos construam, de forma saudável, um projecto de país onde todos tenham lugar e não pensar que a única forma de substituir os cargos é o recurso às armas, o fomentar de guerras, que somente traduzem pobreza, separação de famílias, miséria, entre outros males.
 
Destacou ainda que a vulnerabilidade dos conflitos políticos endémicos em África, na sua maioria, favorecem a ingerência de interesses económicos externos, que os criam para destruir países inteiros.
 
Referiu de igual modo que os estados membros da União Africana (UA) devem promover, entre outros, métodos de estudo para ajudar a população a crescer em termos de democracia, num país ou região, a diversidade de fontes de informação e de meios de comunicação social.
 
Dom Tirso Blanco disse que a UA estaria mais homogénea se criasse também a comunicação aérea, porque, para si, neste  momento é mais fácil viajar para Europa, em geral, do que para países vizinhos africanos.

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