Causou rebuliço a aprovação, pelo STF, da chamada “união homoafetiva”, questão que quase decidiu a última eleição presidencial e pelo jeito ainda vai dar muito o que falar.
Teve até bate-boca de parlamentares na frente das câmeras, transmitido em rede nacional. Marta Suplicy, a musa dos gays, concedia entrevista à imprensa quando o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) apareceu com um panfleto criticando o Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGTB (Lésbicas, Gay, Bissexuais, Travestis e Transexuais). Segundo o governo, o plano, que envolve material a ser distribuído nas escolas, foi elaborado para incentivar a tolerância e o respeito aos homossexuais, mas para muita gente pretende criar jovens homossexuais. Bolsonaro e muitos outros concordam que o chamado “kit gay”, onde há, inclusive, filmes em que adolescentes “descobrem-se de orientação homossexual”, pode “transformar seu filho de 6 a 8 anos em homossexual”. “Com o falso discurso de combater a homofobia, o MEC, na verdade incentiva o homossexualismo nas escolas públicas do 1º grau e torna nossos filhos presas fáceis para pedófilos”, diz o panfleto do deputado.
A senadora Marinor Brito (Psol-PA), que não gosta de ser contrariada, tentou agredir o deputado e o acusou de "homofóbico" e "assassino de homossexuais". Bolsonaro afirmou que tinha o direito de se manifestar e chamou a senadora de "heterofóbica".
Mais relevante é o que foi publicado na edição 291 da revista “Superinteressante”: a justiça é amiga dos gays. Triste é ter que admitir que de nada adiantaram as polêmicas eleitoreiras de um ano atrás e agora ver que a turma do arco-íris, depois de abrir espaço na mídia, agora vai ganhando terreno no campo da Justiça. Muitas empresas já admitem pagar benefícios como plano de saúde e aposentadoria/pensão a parceiros do mesmo sexo. Reconhecem “direito” a licença-paternidade/maternidade em condições até melhores do que as oferecidas a casais heterossexuais. Já é consenso até a declaração de renda em conjunto, como se fossem casais do tipo “marido-e-mulher”.
Talvez uma saída para essa crise fosse a proposta do deputado evangélico e pastor Marco Feliciano, a realização de um plebiscito para saber a opinião da população sobre a união civil entre pessoas do mesmo sexo. Segundo o site Gospel Prime, o deputado tem “o apoio dos parlamentares que defendem a vida e os interesses da família brasileira e enxergam a decisão do Supremo Tribunal Federal como uma ameaça para a base da sociedade”.
O deputado entende que a decisão do STF feriu a Constituição Federal e merece medidas legislativas. Em duas semanas haverá uma audiência pública promovida pela Frente Parlamentar Evangélica, visando encontrar uma medida rápida e constitucional a respeito do assunto.
Mas as vitórias coloridas no Judiciário mostram que é mais fácil um juiz decidir a favor dos gays do que o Congresso aprovar uma mudança nas leis. A Constituição determina que o casamento civil é a união entre homem e mulher. Só que os sábios homens de preto entendem que, se há “união estável”, e se “todos são iguais perante a lei”, então não haveria por que tratar os gays de forma diferente. E como essas decisões geram jurisprudência, ou seja, acabam servindo de referência para outros juízes julgarem casos semelhantes, a tendência é que essa resolução do STF acabe tendo influência direta em quase tudo: heranças, seguros, paternidade, aposentadorias, pensões, benefícios sociais etc.
A citada reportagem se encerra com um vaticínio: “se isso acontecesse [a decisão do STF], pessoas como Bolsonaro se tornariam figuras do passado”. Portanto, é consenso na mídia e agora no Judiciário que ser contra o homossexualismo é ser retrógrado e preconceituoso. Ou seja, o cristianismo bíblico é retrógrado e preconceituoso?
Como disse Michelson Borges em seu twitter outro dia, estamos na Idade Média. Aqueles que se julgam moderninhos e “abertos a novas experiências”, que acham que tudo é normal desde que não prejudique ninguém, e que defendem liberdade e igualdade, são os primeiros a declarar que quem não concorda com eles é retrógrado e preconceituoso. São os primeiros a não aceitarem qualquer tipo de crítica. São esses que querem dizer sim à democracia e à liberdade, desde que sejam eles os beneficiários; quando se trata de criticá-los, aí a liberdade de expressão some debaixo de uma mordaça, e a minoria acha que pode mandar na maioria e impor a ela seu “modo de vida”, sua “visão de mundo”. Prova disso foi que o discurso do senador Magno Malta criticando o “gay way of life” foi tirado do ar pela própria TV Senado, no último dia 12 de maio, sem mais explicações. Cortaram e pronto.
Eu acho que de nada adianta plebiscito nem pressão sobre parlamentares. Não se trata de pessimismo. É que já vimos esse filme antes, várias vezes.
Na Roma antiga, os cristãos foram acusados de serem contra o Estado por se recusarem a dizer que César era o tal, e sim que Cristo era – e é – o Senhor. Depois, foram culpados da derrocada do império, pois por culpa deles os deuses antigos deixaram que os bárbaros saqueassem tudo.
Nos séculos que se seguiram, os verdadeiros cristãos, que não se submeteram às sandices daquela que veio a se tornar a religião oficial e mundial (por misturar o paganismo e lendas populares com o que lhe restou de cristianismo), foram quase extintos da face da terra, sob acusação de heresia. Contra eles foi usada até a Inquisição.
No Brasil, a segunda metade do século XIX viu a chegada de missionários estrangeiros trazendo a semente da Palavra de Deus, sem mistura, e a plantação de igrejas por todo o vasto território nacional, mas viu também a perseguição e morte de muitos que não tinham medo de dizer a Verdade, nada mais que a Verdade.
Já no século XX, jagunços eram contratados por padres para assassinar pastores. Procure ler a história de Salomão Ginsburg para comprovar isto. Se depois diminuiu esse tipo de ocorrência, aumentou a discriminação na mídia: digam-me qual novela já mostrou a realidade da vida cristã, retratando evangélicos com fidelidade, e quais delas já exibiram estereótipos e gozações em cima de crentes. Mostrem-me uma só reportagem da grande imprensa que não tenha exageros e inverdades, fruto de mentalidades que, por serem formadoras de opinião, deveriam evitar frases feitas e termos depreciativos, para dizer o mínimo.
Por exemplo, um bando de marmanjos suados, embolados sob o sol escaldante, alguns passando mal, agarrados a uma corda e arrastando um barco com uma imagem de porcelana, é uma “explosão de fé”. Já evangélicos em oração e louvor ao Deus Vivo, é fanatismo.
Milhares de pessoas em passeata cantando músicas cristãs, todas vestidas e respeitando os moradores da cidade, são um transtorno para o trânsito. Outros milhares, nem sempre vestidos, e mesmo assim não se sabe se são homens ou mulheres, em “beijaços” e outros atos que fariam Calígula corar de vergonha, que emporcalham as cidades com preservativos usados, são uma “manifestação de democracia, descontração e liberdade”.
Mas escreva uma só frase – não falando mal, mas falando a verdade – sobre certos grupos, que você vai ser é processado. Até uma torcida inteira num estádio foi condenada por gritar a um jogador de volei o que todos já sabiam, que ele mesmo havia “assumido” em um momento de seu “orgulho”.
Certas verdades não podem mais ser ditas. Em Belo Horizonte havia um comentarista de futebol, ex-goleiro do Atlético Mineiro, Olavo Leite Bastos, o “Kafunga”, que costumava dizer: “Este país está perdido: aqui, o certo é errado e o errado é que é o certo”. Tava coberto de razão.
Mas acho que isso tudo não é nada comparado ao que há de vir. A coisa toda só tende a piorar. O mundo caminha para a degeneração total e depravação geral dos costumes. Não há nada que se possa fazer a respeito disso: nem leis, nem juízes, nem passeatas ou “abraço no Congresso”.
Não é pessimismo.
Foi Jesus quem disse: “Como aconteceu nos dias de Noé, assim também será nos dias do Filho do homem. Comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e os destruiu a todos. Como também da mesma forma aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; mas no dia em que Ló saiu de Sodoma choveu do céu fogo e enxofre, e os destruiu a todos; assim será no dia em que o Filho do homem se há de manifestar” (Lucas 17: 26-30).
Procure saber como era o mundo nos dias de Noé e nos dias de Ló, e veja como está o mundo hoje.
Nossa esperança não deve estar em deputados ou juízes caídos, nem em reformas da lei ou em plebiscitos.
Não, nossa única esperança é ser como Noé, estar seguro dentro da arca, para que, quando vier o juízo sobre a nação e o mundo, estejamos em lugar seguro.
Como Ló, que foi tirado da destruição momentos antes de chover fogo e enxofre sobre aquela geração perversa.
Que a História nos sirva de lição e nos prepare para o que ainda vem por aí.DOA A QUEM DOER
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