quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

A música e os Filhos de Caim


Triste vermos na Bíblia que, logo na primeira família existente na terra, a morte vem marcar sua presença, no assassinato de Abel por seu irmão Caim. É mais triste notar ainda o caminho que esses dois irmãos estavam trilhando: Abel, o caminho da fé, de uma vida voltada à adoração a Deus, enquanto Caim, o caminho da independência humana e do descompromisso com o Criador.
Mas o que eu quero tratar neste artigo refere-se a duas classes que os filhos de Adão deixaram-nos como herança espiritual: os filhos de Caim e os filhos de Set, e o destino que eles tomaram. Os cainitas representam aqueles que vivem para si mesmo, para o material, para o individualismo, enquanto os filhos de Set, que foi concedido para substituir a Abel, representam aqueles que não nasceram da água, nem da vontade da carne, mas para fazerem a vontade de Deus.
Notamos claramente que os filhos de Caim rapidinho aprenderam a desenvolver todo o tipo de obras da carne: perversões sexuais, violência, prazeres carnais, homicídios e muitos outros. Uma breve olhada em Gen. 4:8-24 e você verá que, sobre tudo aquilo que Paulo registra em Gal. 5:19-21, os cainitas já eram peritos. Mas o que me chama a atenção é o versículo 21 deste capítulo. Ele identifica Jabal como "o pai dos que tocam harpa e flauta". Vemos a primeira menção sobre a manifestação musical sendo aplicada aos filhos de Caim. Diante do quadro que o capítulo retrata destes homens, concluímos que a música que eles desenvolveram não era para a adoração. Vamos comparar o versículo 21 acima com um texto extraído de um livro apócrifo, chamado A Caverna dos Tesouros[1] :
" Jubal e Tubalcaim, dois irmãos e filhos de Lameque, o cego, o que havia matado Caim, praticavam toda espécie de música. Jubal construiu flautas, cítaras e pífaros. E os demônios introduziram-se neles, e ali se instalaram. Quando eram sopradas, as flautas davam voz aos demônios; e quando eles tangiam as cítaras, os demônios cantavam por elas. E Tubalcaim construiu címbalos, matracas e tambores. E assim recrudescia a depravação dos filhos de Caim, bem como a sua devassidão, e de outra coisa nã se ocupavam a não ser da luxúria." (Cap. XI, 3,4)
Vejam só a que ponto chegaram os filhos de Caim. Estavam num estágio tão grande de depravação que começaram a destruir e a deturpar tudo. A música, que tem a capacidade de enlevar a alma humana, era utilizada como meio de instigar os demônios e exaltar os poderes das trevas, alimentando ainda mais a devassidão daqueles homens. A música, se não for utilizada para glorificar a Deus, para nada serve. Ou a utilizamos para adorarmos ao Criador e a tudo ao que diz respeito ao seu reino, ou a utilizamos para simplesmente para proclamarmos o reino das trevas. Observemos, na atualidade, a que propósito tem servido as músicas produzidas secularmente. A propagação da sexualidade e da imoralidade, como é o exemplo do funk carioca e do axé music, a exaltação do adultério, em muitas músicas sertanejas, à banalização dos princípios morais, enfim, o mesmo propósito do texto citado acima: alimentar a corrupção e a depravação da alma humana.
E a igreja, está imune a isto? É inconcebível passar em nossas cabeças que este tipo corrupto de utilização da música possa estar presente dentro da igreja, local em que a música é tida como objeto de adoração ao Deus Altíssimo. Vejamos um outro texto extraído de A Caverna dos Tesouros:
"E reinava a impudícia entre os filhos de Caim; as mulheres corriam atrás dos homens sem a menor vergonha e misturavam-se com eles numa orgia selvagem... Sopravam as flautas em meio ao vozerio, tocavam as cítaras sob o influxo dos demônios, percutiam os tambores e as matracas, em colaboração com os espíritos maus. E o ruído das gargalhadas elevavam-se nos ares, e foi ouvida no alto da Montanha Sagrada. Quando os filhos de Set escutaram aquele poderoso vozerio e aquelas gargalhadas, vindo do campo dos filhos de Caim, cem dentre eles, homens fortes e vigorosos, reuniram-se e tomaram a resolução de descer até a área dos filhos de Caim".
Quero fazer um parêntese para esclarecer um detalhe: os filhos de Set, de acordo com o apócrifo, foram habitar em uma montanha muito alta, bem próxima ao Éden, cuja localização também era no cume de uma alta montanha, enquanto os filhos de Caim foram habitar nas planícies. E, após a morte de Adão, eles fizeram um pacto de que ninguém desceria da montanha e manteria qualquer relação com os cainitas. E isto durou por muito tempo, até o dia em que, uma nova geração começou a surgir e começaram a ter curiosidade de conhecer o povo que habitava as planícies. E levados pela curiosidade daquilo que acontecia na terra, mesmo contra a ordem dos patriarcas, alguns foram conhecer o que se passava no outro mundo.
Pensemos agora no quadro em que vivemos hoje. O mundo está da mesma forma em que estavam os filhos de Caim, totalmente dominado pelo desejo desenfreado de satisfazer a vontade da carne. E a igreja deve estar separada disto. Jesus nos chamou para a santificação, e isto é a diferença entre nós e a cultura secular. Mas muitos acabam avançando esta linha e querem conhecer o que está rolando lá fora. Na área musical é assim. Qualquer novidade que aparece, queremos conhecer, imitar, assimilar, sem, contudo verificarmos a procedência. Quando os filhos de Set resolveram conhecer aquele som que rolava lá embaixo, e que subia até a montanha em que estavam, comprometeram toda a sua descendência, pois, segundo a narração, eles desceram da montanha, um após o outro, e não retornaram mais, até não ficar mais ninguém habitando na Montanha Sagrada, apenas Noé. Filhos de Set e de Caim tornaram-se um só, unidos num grande jugo desigual.
Abandonar o caminho da santificação, em troca dos valores mundanos, é um caminho sem volta. A amizade do mundo é inimizade a Deus, diz o apóstolo João. Quantos filhos de Caim ocupam hoje os púlpitos de nossas igrejas! É triste afirmar isto, mas é verdade. São pessoas que sobem ao púlpito, ostentando belos instrumentos, ou belas roupas e uma bela voz, apenas para satisfazer a desejo carnal de estar em posição de destaque diante dos outros. Fazem as mesmas coisas que faziam os filhos de Caim. O mundo secular não serve de referência para nosso culto de adoração a Deus. Misturar o santo com o profano é comprometer toda a igreja com maldição. Lembremos o que aconteceu após a mistura dos filhos de Set com os filhos de Caim: a devassidão aumentou tanto que provocou a ira de Deus, a ponto de exterminar a humanidade com o dilúvio. Se não fosse Noé, um remanescente fiel, provavelmente eu não estaria aqui e você não estaria lendo este artigo.
Portanto, reflita bem sobre isto. A música, no reino espiritual, tem a capacidade de invocar a um espírito. Ou invocarei o Espírito do Senhor, ou invocarei um espírito das trevas. Fomos chamados para a santidade, para sermos separados deste mundo. Não vou descer da montanha. Utilizar-me-ei da música para adorar ao meu Deus.
Deus o abençoe.


VIA GRITOS DE ALERTA /  NET GOSPEL

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