quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Em resposta à ordenação gay, presbiterianos nos EUA lançam nova denominação

Logo da Evangelical Covenant Order Of Presbyterians (ECO)Os presbiterianos dos EUA lançaram na última quinta-feira (19) uma nova entidade formada por dissidentes da Presbyterian Church of the United States, PCUSA, que decidiram abandonar a igreja por esta passar a aceitar homossexuais entre seus dirigentes e pastores.Foto: urbanchristiannews.com

 
Apesar da decisão já ter sido anunciada, as doutrinas da nova igreja ainda não ficaram claras. O professor de Novo Testamento do Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper, reverendo Augustus Nicodemus, falou ao The Christian Post que o processo ainda está em fase inicial.
“Não sabemos se será uma denominação ou uma associação relativamente informal de igrejas. Os detalhes doutrinários da nova entidade ainda estão sendo trabalhados, mas provavelmente a ordem criada deverá funcionar como uma nova denominação, embora este ponto ainda não esteja claro”, explicou.
Os 2100 ex-integrantes da PCUSA, que pertenciam a mais de 500 congregações da igreja, se reuniram em Orlando, Flórida, onde denominaram a nova religião de “The Evangelical Covenant Order of Presbyterians” (“A Ordem Pactual Evangélica de Presbiterianos”), abreviada como ECO.
As queixas contra a Igreja Presbiteriana por parte dos dissidentes incluem excesso de burocracia; a questão do constante declínio no número membros; e a tendência de se tornar um “grande tenda religiosa”, que deseja acomodar todos, comprometendo a correta interpretação das Escrituras.
Ao avaliar a lista divulgada com os valores teológicos que professará a ECO, Nicodemus considerou que a igreja será bastante bíblica, seguindo a teologia reformada dando ênfase à comunhão, vida espiritual, evangelismo e missões.

“Eu diria que serão um grupo presbiteriano conservador, de teologia calvinista e voltados para vida espiritual e missões”, diz o teólogo ao CP.
Segundo o The Huffington Post, os líderes da ECO esclareceram que a nova denominação “destina-se a fomentar um novo modo de ser da igreja, do mesmo modo que as principais denominações tradicionais fizeram quando começaram”.
A nova entidade eclesiástica criada surge como alternativa para os membros de igrejas e pastores da PCUSA que não concordam com a decisão de aceitar homossexuais no pastorado.
A PCUSA já sofria há tempos a pressão de grupos de ativistas gays que durante anos insistiram na tese de que algumas regras da Bíblia não serviriam para os dias atuais. Além disso, eles defendiam a ideia de que o homossexualismo seria geneticamente determinado e que os gays já são comumente aceitos em diversos lugares e instituições.
Nicodemus lembra que a PCUSA já aceitava o liberalismo teológico desde a década de 50, bem como a ordenação de mulheres pastoras desde os anos 60.
“Tudo isto enfraqueceu a denominação teologicamente e espiritualmente de tal maneira que não conseguiu mais resistir à pressão dos gays dentro da denominação”.
No Brasil, a avaliação do reverendo é de que já existem igrejas históricas, emergentes e até pentecostais que não possuem fundamento bíblico muito profundo, e já aceitam mulheres como pastoras ‘flertando’, portanto, com o liberalismo teológico.
Em sua perspectiva, elas podem estar à beira de aceitarem os homossexuais como líderes, como ocorreu nos EUA.
“As portas estão abertas para o próximo passo”, alertou.

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