Um comentador do
canal 2 (Channel 2) da TV de Israel, geralmente muito bem informado, disse na
sexta-feira à noite que a idéia do primeiro-ministro ter pedido eleições
antecipadas tem a ver com a possibilidade de querer lidar com a ameaça do
Irão em Setembro-Outubro deste ano, tendo a certeza e segurança da sua reeleição
e de um Obama paralizado em final de campanha eleitoral.
Estando as
eleições anteriormente previstas para Outubro de 2013, esta poderá ser a razão
da antecipação das eleições já para 4 de Setembro deste ano, portanto um ano
antes do previsto.
Segundo este
comentador do Canal 2, Amnon Abramovich, normalmente bem documentado e com boas
"ligações", Netanyahu irá liderar um governo de transição, sem ter de se
preocupar com os sentimentos de votos, sabendo ainda também que o presidente
Barack Obama estará nessa altura "com as mãos e pés atados" por causa da sua
campanha eleitoral.
Para além disso,
Netanyahu terá ainda do seu lado o seu Ministro de Defesa de confiança, Ehud
Barak, que tudo leva a crer não conseguirá grande votação nas eleições, podendo
até nem conseguir manter o seu assento no parlamento, mantendo-se no entanto no
seu posto governamental até que uma nova coligação partidária seja formada.
E finalmente, segundo a opinião altamente cotada de
Abramovich, o período de Setembro-Outubro veria um indeciso Obama na fase final
da sua campanha eleitoral, com uma capacidade reduzida para tentar pressionar
Israel a não intervir militarmente no Irão, uma vez que "em vésperas de
eleições presidenciais, Obama não se atreveria a criticar Israel", para não
correr o risco de perder o voto dos judeus norte-americanos, dos quais pode
depender claramente a sua reeleição.
Segundo o comentador Abramovich, "as condições
seriam fantásticas" para Netanyahu.
O comentador lembrou que um governo de transição está
impedido pela lei de tomar decisões políticas dramáticas - excepto em
circunstâncias críticas, e chamou por isso a atenção aos comentários feitos a um
jornal na passada sexta-feira por Barak em relação a este assunto:
"O sistema político de segurança tomará decisões
quando necessárias, mesmo debaixo de circunstâncias desafiadoras" - disse
Barak acerca do impacto das eleições, acrescentando: "Temos de separar o
assunto do Irão do assunto das eleições."
E acerca do programa nuclear iraniano, Barak disse
também: "O momento da verdade está-se
aproximando."
Netanyahu, por seu lado, tem estado repetidamente
nestas últimas semanas a esboçar paralelos entre a ameaça nuclear iraniana a
Israel e o Holocausto, tem afirmado que as sanções não estão a resultar e avisou
que não permitirá que Israel seja obrigado a viver à sombra da "aniquilação".
Também deu a entender que uma decisão acerca de uma
intervenção militar no Irão terá de ser tomada dentro de meses.
Barak tem por seu lado afirmado repetidamente que
confrontar o Irão antes que este consiga uma capacidade nuclear, por muito
complexo que isso seja, é muito menos desafiador do que confrontar um Irão
nuclearizado.
Numa entrevista concedida na passada sexta-feira ao
diário israelita Hayom, Barak recordou um discurso feito em 2003 pelo
então presidente iraniano Ali Akbar Hashemi Rafsanjani, que, segundo Barak, se
referiu a Israel como sendo "tão pequeno e vulnerável que é uma nação para
'uma só bomba'".
E acrescentou: "Eu não me iludo. O momento da
verdade está-se aproximando. Temos de decidir o que fazer sobre isto no caso de
as sanções e diplomacia falharem..."
Setembro-Outubro
poderá ser então o ponto de viragem em todo o Médio Oriente. Tempo de eleições e
de novo ano judaico...
Deus dará a Israel a coragem e a sabedoria necessários
para lidarem com a "besta" da Pérsia. E certamente é isso que vai acontecer, uma
vez que Deus já escolheu de que lado vai estar...
Shalom,
Israel!
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