Técnica criada na Austrália injeta bactéria no Aedes aegypti.
Inseto então deixa de passar a doença às pessoas, informa Fiocruz.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou nesta segunda-feira (24) que
vai testar no Rio de Janeiro um novo método de controle da dengue,
inédito no país. O projeto "Eliminar a Dengue: Desafio Brasil" vai usar
bactérias do gênero Wolbachia, que impedem que o mosquito Aedes aegypti transmita o vírus da doença.
A técnica foi desenvolvida na Austrália. Por meio de microinjeções, os ovos dos mosquitos transmissores da dengue são contaminados com a bactéria. Ela compete por nutrientes com o vírus da doença, e leva a melhor, impedindo que a dengue se desenvolva no mosquito e, consequentemente, transmita a dengue.
As fêmeas com a Wolbachia sempre geram filhotes com a bactéria na reprodução. No cruzamento, não importa se o macho possui ou não o microrganismo. Caso um macho infectado cruze com uma fêmea sem Wolbachia, óvulos fertilizados morrem. A ideia é, num prazo ainda indefinido, soltar fêmeas com a bactéria para que elas se reproduzam com machos que tenham o vírus da dengue e, progressivamente, ir contaminando ao máximo a população do inseto. Dessa maneira, haveria cada vez menos mosquitos capazes de transmitir a dengue.
Segundo o responsável pelo “Eliminar Dengue: Desafio Brasil”, o pesquisador da Fiocruz Luciano Moreira, o método é seguro para os seres humanos.
“A técnica é bastante segura porque ela (bactéria) nunca foi encontrada em vertebrados. Pernilongos têm Wolbachia e nós já somos picados por eles. A bactéria é intracelular, vive dentro da célula, e é muito grande para sair junto com a saliva do mosquito. Quando o mosquito morre, ela morre também”, afirmou o pesquisador.
Como informou a Fiocruz, em testes de laboratório feitos na Austrália, foi possível infectar populações inteiras de mosquitos em dois meses com a Wolbachia. Naquele país, já foram soltos insetos com bactérias Wolbachia na natureza, após consulta à população.
De acordo com a Fiocruz, no Brasil também só se chegará ao passo de soltar os Aedes aegypti com Wolbachia depois de se fazer uma consulta popular. Se tudo correr como previsto e a iniciativa for aprovada, informa a fundação, isso poderia ocorrer em 2014, para que em 2015 se avaliem os resultados da estratégia.
O programa já exportou a técnica para outros países que sofrem com a dengue, como Vietnã, Indonésia e China.
Surpresa dos pesquisadores
Inicialmente, a ideia de infectar os mosquitos com a bactéria era reduzir o tempo de vida do mosquito, que é, em média, de 30 dias. A cepa de Wolbachia encontrada na “mosca da fruta” reduziria o prazo de morte do Aedes aegypti. Assim o inseto teria menos tempo de vida para passar a doença a outra pessoa. No entanto, os estudos apontaram que a bactéria também impediria o mosquito de transmitir a doença, o que permitiu o desenvolvimento do método australiano.
A técnica foi desenvolvida na Austrália. Por meio de microinjeções, os ovos dos mosquitos transmissores da dengue são contaminados com a bactéria. Ela compete por nutrientes com o vírus da doença, e leva a melhor, impedindo que a dengue se desenvolva no mosquito e, consequentemente, transmita a dengue.
Mosquitos Aedes aegypti, transmissores da dengue. (Foto: Agência Brasil)
A bactéria é típica dos invertebrados e é encontrada em 70% dos insetos do mundo, como borboletas e pernilongos. O Aedes aegypti não está neste grupo.As fêmeas com a Wolbachia sempre geram filhotes com a bactéria na reprodução. No cruzamento, não importa se o macho possui ou não o microrganismo. Caso um macho infectado cruze com uma fêmea sem Wolbachia, óvulos fertilizados morrem. A ideia é, num prazo ainda indefinido, soltar fêmeas com a bactéria para que elas se reproduzam com machos que tenham o vírus da dengue e, progressivamente, ir contaminando ao máximo a população do inseto. Dessa maneira, haveria cada vez menos mosquitos capazes de transmitir a dengue.
Segundo o responsável pelo “Eliminar Dengue: Desafio Brasil”, o pesquisador da Fiocruz Luciano Moreira, o método é seguro para os seres humanos.
“A técnica é bastante segura porque ela (bactéria) nunca foi encontrada em vertebrados. Pernilongos têm Wolbachia e nós já somos picados por eles. A bactéria é intracelular, vive dentro da célula, e é muito grande para sair junto com a saliva do mosquito. Quando o mosquito morre, ela morre também”, afirmou o pesquisador.
Como informou a Fiocruz, em testes de laboratório feitos na Austrália, foi possível infectar populações inteiras de mosquitos em dois meses com a Wolbachia. Naquele país, já foram soltos insetos com bactérias Wolbachia na natureza, após consulta à população.
De acordo com a Fiocruz, no Brasil também só se chegará ao passo de soltar os Aedes aegypti com Wolbachia depois de se fazer uma consulta popular. Se tudo correr como previsto e a iniciativa for aprovada, informa a fundação, isso poderia ocorrer em 2014, para que em 2015 se avaliem os resultados da estratégia.
O programa já exportou a técnica para outros países que sofrem com a dengue, como Vietnã, Indonésia e China.
Surpresa dos pesquisadores
Inicialmente, a ideia de infectar os mosquitos com a bactéria era reduzir o tempo de vida do mosquito, que é, em média, de 30 dias. A cepa de Wolbachia encontrada na “mosca da fruta” reduziria o prazo de morte do Aedes aegypti. Assim o inseto teria menos tempo de vida para passar a doença a outra pessoa. No entanto, os estudos apontaram que a bactéria também impediria o mosquito de transmitir a doença, o que permitiu o desenvolvimento do método australiano.
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