Manifestantes e agentes de segurança voltaram a envolver-se em confrontos nas ruas de Belfast, capital da Irlanda do Norte.
Na noite do último domingo, Belfast, capital da Irlanda do Norte, voltou a ser palco de confrontos entre a polícia e unionistas que contestam a redução de dias em que a bandeira britânica deve ficar hasteada.
Algumas horas depois do início das discussões entre representantes políticos e religiosos para tentar colocar fim a esse período de violência, novos conflitos surgiram. Tijolos, garrafas e coquetéis molotov foram atirados contra a polícia, que respondeu com balas de borracha e jato de água.
As revoltas começaram no dia 3 de dezembro quando os unionistas souberam que o Conselho Municipal, onde os nacionalistas irlandeses são maioria, decidiram hastear a bandeira apenas 17 dias por ano em datas especiais, por exemplo no dia do aniversário da rainha Elizabeth II.
A comunidade protestante, que defende a bandeira como símbolo do domínio da Grã-Bretanha sobre o território da Irlanda do Norte, não gostou da decisão e, desde então, a violência tomou conta das ruas de Belfast.
O premiê da Irlanda do Norte, Peter Robinson, do Partido Unionista Democrático (DUP, protestante), que considera esse tipo de violência "injustificável" e "vergonhosa", afirmou: "Os responsáveis prejudicam gravemente a causa que pretendem defender, e são manipulados pelos grupos dissidentes que buscam aproveitar as menores oportunidades para fazer suas aspirações terroristas avançarem".
De acordo com um balanço da polícia, desde o início dos confrontos 52 policiais ficaram feridos, 70 pessoas foram detidas e 47 indiciadas.
A Irlanda do Norte já viveu na segunda metade do século XX um grande período de violência. Durante 30 anos, houveram diversos conflitos entre a população protestante e os republicanos católicos em favor da independência ou integração da província com a República da Irlanda. Estes conflitos deixaram mais de 3.500 mortos. Mesmo depois do Acordo de Belfast em 1998, que estabelece a divisão de poder entre católicos e protestantes, alguns incidentes ainda são registrados.
Reuters via RFI
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