Imagens de satélites mostraram que a Coréia do Norte está expandindo os gulags, campos de prisioneiros políticos em que milhares de pessoas se encontram sob a custódia do governo e em condições deploráveis. O fato vem a se somar a outras atitudes desafiadoras do governo norte-coreano, como a recente realização de seu terceiro teste nuclear, que atraiu críticas e sanções da comunidade internacional.
O porta-voz da organização missionária Portas Abertas nos EUA, Jerry Dykstra, disse que já teve conhecimento da morte de cristãos nas prisões políticas e que existem sistemáticas violações aos direitos humanos no país. “Acreditamos que isso é apenas a ponta do iceberg. Pesquisas estimam que existam cerca de 70.000 cristãos nos gulags, além de mais de 200.000 prisioneiros “, aponta.
O Portas Abertas posicionou a Coreia do Norte no topo da lista de países que mais perseguem os cristãos; o país do Pacífico está há 11 anos consecutivos dentro do nível mais elevado de perseguição entre todas as nações do planeta.
A Comissão de Direitos Humanos da Coreia do Norte levantou que o campo de número 25 aumentou em 72% seu perímetro e pode abrigar cerca de 5 mil presos em condições sub-humanas de sobrevivência. As imagens foram fornecidas pela Digital Globe, uma empresa norte-americana de imagens comerciais por satélite.
Segundo o o jornal britânico The Telegraph, o grupo de direitos humanos acredita que o país está tendo que ampliar seus centros de prisão política por tentar manter “fora de alcance” pessoas que representam ameaças ao poder do ditador Kim Jong-un.
Kim Jong-un é a terceira geração da dinastia Kim, que governa o país desde 1948. Ele assumiu o poder após a morte de seu pai, Kim Jong-Il, em dezembro de 2011, quando tinha menos de 30 anos. O governo no país é baseado no culto extremo à personalidade e cada detalhe da dinastia totalitária é guardado como uma relíquia sagrada.
Assim, além dos cristãos, membros da administração anterior são vistos como ameaças, além dos desertores encontrados ao longo da fronteira e na China, país vizinho. Patrulhas vigiam constantemente as fronteiras com o objetivo de capturar fugitivos, enquanto que o governo chinês está cooperando e reenviando os que entram em seu território.
Ao mesmo tempo em que os gulags estão se expandindo, Greg Scarlatoiu, diretor executivo da comissão, disse que “é essencial garantir que o governo norte-coreano não apague as evidências das atrocidades cometidas nos campos, incluindo a subnutrição a que os prisioneiros são submetidos”.
Um refugiado apelidado sob o pseudônimo de Timóteo, relatou a falta de liberdade de consciência e liberdade religiosa a que os norte-coreanos são submetidos. “Eles ignoram todas as liberdades. O nível dos direitos humanos é de zero por cento. Religiões não são permitidas. O líder da Coréia do Norte (Kim Jong-un) tem de ser adorado como Deus e isso não vai mudar a menos que o regime desmorone”, disse o homem de cerca de 24 anos ao site do Opens Doors USA.
A Coreia do Norte, que é considerada pela comunidade internacional uma das mais repressoras e pobres nações em todo mundo, já vive praticamente isolada por inúmeras sanções econômicas que acabam penalizando a população, vítima da carência de itens básicos, inclusive alimentares.
Segundo o periódico britânico, a Coreia do Norte permanence desafiadora frente às críticas internacionais ao seu histórico de desrespeito aos direitos humanos, bem como na questão do desenvolvimento de mísseis balísticos e ogivas nucleares.
GRITOS DE ALERTA / GOSPEL VOICE
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