Durante um culto em sua igreja evangélica em Ribeirão Preto (SP) na noite de segunda-feira (11), o pastor e deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) criticou os ataques que vem sofrendo desde que assumiu a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, em Brasília (DF), este mês. Em um encontro com 30 pastores na Catedral do Avivamento, da Assembleia de Deus, cuja entrada com câmeras foi proibida aos jornalistas, o deputado exaltou aos fieis sua história pessoal em contraponto aos protestos, como o que acontecia do lado de fora do mesmo templo por volta das 20h30.
Para refutar essa imagem, ele falou de sua origem humilde e do trabalho no campo durante a infância, suas missões pelo mundo, inclusive no continente africano, e suas raízes familiares. “A vida não foi fácil para mim. (...). Não me envergonho do que sou, não me envergonho da minha mãe negra. (...). Nunca pratiquei violência contra quem quer que seja”, afirmou.
Não me envergonho da minha mãe negra"
Marco Feliciano, deputado federal
Feliciano também ressaltou que, embora "esteja deputado", nunca deixará de ser um pastor e que quer deixar um legado de luta contra a opressão - na qual ele combate, por exemplo, a educação sexual para crianças de até 6 anos. “O povo me colocou para defender preceitos cristãos”, disse, sobre os 212 mil votos obtidos nas últimas eleições e que o levaram à Câmara.
Protestos
Enquanto Feliciano falava aos seus fieis dentro da Catedral do Avivamento, do lado de fora um grupo de manifestantes fazia um protesto contra o pastor, em repúdio à sua recente eleição como presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara. Segundo os organizadores, ao menos 300 pessoas participaram do manifesto, que foi acompanhado pela Polícia Militar. Em dois dias, esta foi a segunda manifestação na região contra o pastor.
No domingo (10), Feliciano também foi alvo de manifestantes em Franca (SP). Eles permaneceram o tempo todo do lado de fora da igreja, e gritaram palavras de ordem. Ao fim do culto, o carro em que o deputado deixou o local foi cercado pelo grupo. De acordo com a assessoria do parlamentar, a família do político também estava no veículo e os filhos dele se assustaram com os protestos.
Em nota publicada em seu site, ele disse que já está procurando as autoridades para tomar todas as medidas cabíveis e que repudia qualquer ato de violência.
G1.COM.BR
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