Empresário diz que tomou esta decisão por razões ideológicas. Ministro
da Habitação reagiu pedindo aos israelenses para boicotar o Mc Donald's.
O
proprietário da marca McDonald's em Israel, Omri Padan, rejeitou uma
oferta para abrir uma unidade da cadeia de fast-food em um centro
comercial no assentamento judaico de Ariel, localizado no território
ocupado da Cisjordânia.
O
diário "Haaretz" informou nesta quinta-feira que o empresário, um dos
fundadores do principal grupo pacifista de Israel, Shalom Ajshav (Paz
Agora), tomou esta decisão por razões ideológicas.
Representantes
do McDonald's Israel disseram ao jornal econômico "Calcalist" que a
decisão de não abrir uma franquia no território ocupado da Cisjordânia
"sempre foi a política da cadeia de restaurantes".
O ministro da
Habitação, Uri Ariel, membro do partido de extrema direita Casa Judaica,
reagiu, pedindo aos israelenses para boicotar o Mc Donald's. "Aqueles
que nos boicotam devem saber que também serão boicotados", afirmou Ariel
em entrevista a uma rede de televisão.
A empresa já tinha
rejeitado outra oferta para inaugurar um restaurante em um bairro
judaico ao norte de Jerusalém, localizado no território ocupado, em
1967.
Entenda o conflito
A região da
Cisjordânia está localizada entre o território israelense e a Jordânia, e
é alvo de disputa entre israelenses e palestinos desde o
estabelecimento do Estado de Israel.
Inicialmente, o território
pertencia aos palestinos, mas começou a ser parcialmente ocupado por
israelenses após a derrota dos árabes em duas guerras: o conflito
árabe-israelense (1948) e a Guerra dos Seis Dias (1967).
Após
tentativas de negociação em 1993, durante os Acordos de Oslo, Israel
concordou em transferir o controle de algumas partes da região para os
palestinos, mas exigiu a manutenção de seu controle sobre a segurança
interna e externa da região e a responsabilidade sobre a manutenção da
ordem pública nos assentamentos judeus na Cisjordânia.
O prazo
para implantação dos acordos foi adiado por causa de impasses sobre o
retorno de refugiados palestinos, atentados terroristas e os
assentamentos judaicos.
As negociações foram retomadas em 1999,
mas os debates foram interrompidos em setembro do ano seguinte, por
causa do movimento popular contra a ocupação israelense conhecido como
Segunda Intifada, liderado pela Frente Popular pela Libertação da
Palestina.
A colonização é o principal ponto de bloqueio do
processo de paz entre Israel e os palestinos. As autoridades palestinas
pedem uma moratória como condição para voltar à mesa de negociações, mas
Israel rejeita qualquer tipo de condição prévia.
A comunidade
internacional considera ilegais todas as colônias nos territórios
palestinos ocupados, independente de terem sido autorizadas ou não pelo
governo israelense.
Mais de 360.000 colonos israelenses vivem na Cisjordânia e quase 200.000 nas zonas de colonização de Jerusalém Leste.
Fonte: UOL
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