sexta-feira, 28 de junho de 2013

BOICOTE TOTAL - McDonald's se nega a abrir loja em assentamento judaico na Cisjordânia

Empresário diz que tomou esta decisão por razões ideológicas. Ministro da Habitação reagiu pedindo aos israelenses para boicotar o Mc Donald's.

O proprietário da marca McDonald's em Israel, Omri Padan, rejeitou uma oferta para abrir uma unidade da cadeia de fast-food em um centro comercial no assentamento judaico de Ariel, localizado no território ocupado da Cisjordânia.

O diário "Haaretz" informou nesta quinta-feira que o empresário, um dos fundadores do principal grupo pacifista de Israel, Shalom Ajshav (Paz Agora), tomou esta decisão por razões ideológicas.

Representantes do McDonald's Israel disseram ao jornal econômico "Calcalist" que a decisão de não abrir uma franquia no território ocupado da Cisjordânia "sempre foi a política da cadeia de restaurantes".

O ministro da Habitação, Uri Ariel, membro do partido de extrema direita Casa Judaica, reagiu, pedindo aos israelenses para boicotar o Mc Donald's. "Aqueles que nos boicotam devem saber que também serão boicotados", afirmou Ariel em entrevista a uma rede de televisão.

A empresa já tinha rejeitado outra oferta para inaugurar um restaurante em um bairro judaico ao norte de Jerusalém, localizado no território ocupado, em 1967.

Entenda o conflito
A região da Cisjordânia está localizada entre o território israelense e a Jordânia, e é alvo de disputa entre israelenses e palestinos desde o estabelecimento do Estado de Israel.

Inicialmente, o território pertencia aos palestinos, mas começou a ser parcialmente ocupado por israelenses após a derrota dos árabes em duas guerras: o conflito árabe-israelense (1948) e a Guerra dos Seis Dias (1967).

Após tentativas de negociação em 1993, durante os Acordos de Oslo, Israel concordou em transferir o controle de algumas partes da região para os palestinos, mas exigiu a manutenção de seu controle sobre a segurança interna e externa da região e a responsabilidade sobre a manutenção da ordem pública nos assentamentos judeus na Cisjordânia.

O prazo para implantação dos acordos foi adiado por causa de impasses sobre o retorno de refugiados palestinos, atentados terroristas e os assentamentos judaicos.

As negociações foram retomadas em 1999, mas os debates foram interrompidos em setembro do ano seguinte, por causa do movimento popular contra a ocupação israelense conhecido como Segunda Intifada, liderado pela Frente Popular pela Libertação da Palestina.

A colonização é o principal ponto de bloqueio do processo de paz entre Israel e os palestinos. As autoridades palestinas pedem uma moratória como condição para voltar à mesa de negociações, mas Israel rejeita qualquer tipo de condição prévia.

A comunidade internacional considera ilegais todas as colônias nos territórios palestinos ocupados, independente de terem sido autorizadas ou não pelo governo israelense.

Mais de 360.000 colonos israelenses vivem na Cisjordânia e quase 200.000 nas zonas de colonização de Jerusalém Leste.

Fonte: UOL

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