terça-feira, 25 de junho de 2013

Grupos que defendem a volta do militarismo convocam atos e pedem o impeachment de Dilma

Em diversos eventos pulverizados pelo Facebook, grupos que não se intitulam "nem de direita nem de esquerda" convocam atos anticorrupção em várias cidades brasileiras.
Alguns defendem a volta das Forças Armadas ao comando do País e todos clamam pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), além de serem contra "qualquer bandeira" fora a brasileira em protestos.
Embora partam de comunidades distintas nas redes sociais, as lideranças formam grupos afins, que divulgam os eventos uns dos outros. A página do Facebook nas ruas, moderada pela ativista Carla Zambelli, funciona como âncora para espalhar atos de várias organizações.
Em São Paulo, por exemplo, para o mesmo horário e local, 17h desta quarta-feira (26) em frente ao Masp, estão marcados os atos Por Um Brasil Melhor e Menos Corrupto e Reconstruindo o Brasil — este último organizado pela OCC (Organização de Combate à Corrupção), que defende a volta do militarismo.
Carla diz que os atos são contra a corrupção e que o tema das tarifas era muito "restrito".
— Roubamos a pauta porque o Movimento Passe Livre tem um tema muito restrito, que não nos representa. Eles insistem em dizer que o tema é reforma agrária e mobilidade, mas o povo brasileiro provou que a luta é contra corrupção. No protesto de quinta, ninguém tinha cartaz de reforma agrária. Só petralha’ para dizer que o movimento anticorrupção é vago. Se não for pelo amor é pela dor, a gente quer parar o Brasil mesmo.
Carla defende que "não existe direita e esquerda mais, mas o que é bom e o que é ruim". Diz não defender a ditadura militar, mas faz ressalvas.
— Talvez eles [grupos que defendem o militarismo] estejam certos em dizer que Forças Armadas tenham de tomar conta. A gente quer que os fichas-sujas saiam do Senado e do Congresso. Mas como tirá-los? Não há demissão. Então a Comissão de Ética tem de entrar, ou as Forças Armadas tirá-los dali. Mas eu acho que não precisa ser as Forças Armadas, pode ser o próprio povo.
Para o fundador do Revoltados Online — que também convoca as manifestações anticorrupção, — Marcello Reis, "não é o momento" de falar se o grupo é contra ou a favor do militarismo.
— Não achamos que agora há necessidade de falar isso. Não é que nós somos contra ou a favor [da intervenção armada]. Se for necessário, sim.
Reis acredita que uma alternativa ao regime militar é a redução dos partidos a cinco — dois de direita, dois de esquerda e um de centro.
— Temos mais de 40 partidos, mas não temos 40 ideologias. Uma solução imediata, se houvesse o impeachment da Dilma, seria deixar o Joaquim Barbosa por seis meses como presidente até que fossem convocadas novas eleições, das quais só participariam partidos fichas-limpas.
Sem bandeiras
Carla, que também mantém o Movimento Pátria Minha, é a favor de que se queimem "todas as bandeiras que aparecerem em manifestação".
— Se aparecer com a bandeira do PSDB vamos queimar do mesmo jeito. Mas peraí, PT, você é um dos principais culpados da manifestação! Que vá com a camiseta do Brasil.

R7

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