Perguntam-me
por que não comentei nada sobre o adiamento da votação, na Comissão de
Direitos Humanos e Minorias da Câmara, do “projeto que permite a cura
gay”. Porque isso não existe! Esse projeto é uma invenção de setores da
imprensa e dos militantes da causa gay. Já escrevi longamente a respeito.
O que existe é um Projeto de Decreto Legislativo que torna sem efeito
parte do Arrigo 3º e o Artigo 4ª da Resolução nº 1 do Conselho Federal
de Psicologia, que, com efeito, invadem de forma indevida a relação
psicólogo-paciente e violam o Artigo V da Constituição. No texto cujo
link vai acima, explico por quê. Lá estão todos os links para o conteúdo
que interessa: a resolução do Conselho e a íntegra do texto a ser
votado. Afirmar que se trata de “projeto de cura gay” é estupidez, má-fé
ou as duas coisas. Ou ainda: “Ah, já que diz respeito ao Feliciano
mesmo, tudo nos é permitido”. É militância, não é jornalismo.
E pouco me
importa se há 99% da imprensa dizendo o contrário. Essa maioria
esmagadora é incapaz de mudar o sentido das palavras. A parte da
resolução do conselho, diga-se, que deixa claro que homossexualidade não
é patologia é preservada, o que também demonstro. O Projeto de Decreto
Legislativo seria discutido na comissão nesta quarta. O presidente da
Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), pediu que fosse adiado porque
se prevê tumulto na Casa etc.e tal. Parece que ficou para a semana que
vem.
Pronto. Aí
está a notícia sobre a não notícia. Aí está a não votação do projeto
que não autoriza a cura gay e só corrige um arroubo autoritário do
Conselho Federal de Psicologia, que não costuma abraçar causas muito
boas, diga-se. O Conselho foi um dos apoiadores daquele seminário em
favor da descriminação das drogas ocorrido em Brasília entre sexta e
domingo passados. Também meteu as digitais em propostas que pretendem
cercear a propaganda de alimentos considerados pouco saudáveis ou que
levem ao consumismo — mais uma estrovenga notavelmente autoritária.
Voltarei ao tema nesta madrugada.
É isso.
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