Arquidiocese desfaz-se de parte de patrimônio para tentar saldar dívida
deixada por evento com o papa na cidade do Rio de Janeiro.
Segundo
o jornal Folha de São Paulo deste domingo, 25, a Arquidiocese do Rio
está se desfazendo de parte do patrimônio da Igreja Católica para tentar
saldar a dívida deixada pela Jornada Mundial da Juventude.
Um
prédio em São Cristóvão, bairro da zona norte da cidade, está sendo
vendido para a Rede D'Or de hospitais por R$ 46 milhões. No imóvel
funciona, desde 2001, o hospital Quinta D'Or.
O prédio pertence à
Casa do Pobre de Nossa Senhora de Copacabana, entidade ligada à igreja.
Estava alugado à Rede D'Or desde a inauguração do hospital.
Com o
fim da Jornada, em 28 de julho, o arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta,
procurou empresários para conversar, em busca de uma solução para a
dívida --cujo montante não foi revelado.
Uma das ideias que
surgiram dessas conversas foi a venda do prédio onde, até os anos 80,
funcionou o Hospital São Francisco de Paula, da Ordem de São Francisco
dos Mínimos.
Há duas semanas, foi assinada uma escritura de
promessa de compra e venda entre a Casa do Pobre de Nossa Senhora de
Copacabana e a Rede D'Or.
Procurado pela Folha de São Paulo, o
vice-presidente do comitê organizador da Jornada, dom Paulo Cezar Costa,
hesitou em dar detalhes sobre a negociação. "Isso não está totalmente
concretizado."
Mas o bispo reconheceu que está sendo feito um levantamento dos imóveis da igreja que poderão ser usados para quitar as dívidas.
"Não
pensamos em vender muitos imóveis, até porque nem temos muitos imóveis
para vender." A direção da Rede D'Or confirmou à Folha a compra do
prédio.
Dom Paulo Cezar Costa diz que a arquidiocese está
negociando com os fornecedores do evento que ainda não receberam seus
pagamentos.
"Vamos honrar todos os nossos compromissos. Não é tradição na igreja dar calote em ninguém", disse.
Pouco
antes do início da Jornada Mundial da Juventude, o comitê organizador
estimou que o custo do encontro internacional de jovens católicos, que
teve a presença do papa Francisco, pudesse custar até R$ 350 milhões,
dos quais pouco mais de R$ 100 milhões viriam dos governos federal,
estadual e municipal.
Segundo a igreja, a principal fonte de
receita da Jornada estaria nas inscrições de 427 mil peregrinos, que
pagaram entre R$ 100 e R$ 600 para ter direito a pacotes que incluíam
alimentação, transporte e hospedagem.
A Arquidiocese do Rio, no entanto, não informa qual foi o valor arrecadado.
"Ainda vai levar algum tempo para chegar aos números definitivos da Jornada", disse dom Paulo Cezar.
Fonte: Folha de São Paulo
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