Os dados coletados mostram que esse grupo de crentes é formado em sua
maioria por pessoas de formação escolar mediana, casados, vão aos cultos
frequentemente, identificam-se como cristãos renascidos, leem a Bíblia
e oram.
A pregação contra a homossexualidade é vista pela
maioria dos líderes evangélicos como um princípio inegociável da fé
cristã, e segundo estes, a prática não pode ser aceita ou incentivada.
Entretanto,
no meio dos fiéis, a postura sobre o tema é mais flexível, segundo um
estudo coordenado pela Universidade de Baylor. A pesquisa descobriu que
24% dos evangélicos, apesar de se oporem moralmente contra a
homossexualidade, aceitam o reconhecimento ao direito de união civil dos
casais gays.
"O que você tem é este aumento de pessoas que saem
publicamente e dizem: 'Eu não quero fazer parte desse movimento contra
os direitos gays como um evangélico", afirmou Lydia Bean, professora
assistente de sociologia da Universidade de Baylor e coautora do estudo.
Segundo
informações do Huffington Post, o estudo foi baseado em dados de uma
pesquisa nacional sobre religião, conduzida em 2010 pelo Instituto
Gallup nos Estados Unidos. O relatório do estudo foi apresentado no
encontro anual da Associação Sociológica Americana, em Nova York na
última segunda-feira, 12 de agosto.
O grupo dos evangélicos
contrários à homossexualidade, mas favoráveis aos direitos civis dos
homossexuais foi definido como "ambivalente" pelo estudo. Os dados
coletados mostram que esse grupo é formado em sua maioria por pessoas de
formação escolar mediana, casados, vão aos cultos frequentemente,
identificam-se como cristãos renascidos, e leem a Bíblia e oram
frequentemente.
Lydia Bean afirma que essas pessoas, de visão
mais flexível, ocupam postos importantes nas igrejas, e isso poderia
significar que em breve a postura institucional dessas denominações a
respeito da homossexualidade sofra mudanças.
"Essas pessoas estão
integrados às igrejas. São muitas pessoas nos bancos das igrejas, e não
mudaram de lado a partir das guerras culturais, apenas não querem
presenciar mais essas guerras", afirmou.
Já Ross Murray, que
trabalha com temas relacionados à religião num grupo de defesa dos
direitos homossexuais, afirmou que essas pessoas querem o direito a crer
que a homossexualidade é errado, mas também não querem ser rotulados
como inimigos dos gays.
"Eles não querem que a sua religião seja
conhecida como uma religião contra as pessoas. Acho que por um longo
tempo, o entendimento foi que, para ser um bom cristão, você tem que ser
anti-gay", disse Murray ao Huffington Post.
Brasil
Um
dado semelhante foi apurado no Brasil, numa pesquisa conduzida pelo
Instituto Datafolha, que verificou que apenas 24% dos fiéis pentecostais
são contra a lei que pune a homofobia.
Os evangélicos
pentecostais brasileiros são os que tem perfil mais próximo ao dos
"ambivalentes" descritos pela pesquisa feita pela Universidade de
Baylor, nos Estados Unidos.
A pesquisa do Datafolha determinou
ainda que entre os evangélicos não pentecostais a rejeição à lei que
pune a homofobia é ainda menor: 21%.
Fonte: Gospel+ via Cristianismo Hoje
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