domingo, 10 de agosto de 2014

Bispo Macedo aumenta seu império e se torna banqueiro com interferência polêmica de Dilma


Edir Macedo comprou 49% do Banco Renner em uma operação que começou em 2009 e foi confirmada pelo Banco Central do Brasil

O fundador e líder da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo, além de empresário do ramo das comunicações (a igreja é proprietária da Rede Record) também se tornou banqueiro, de acordo com informações da revista americana Forbes publicadas nesta semana. Macedo comprou 49% do Banco Renner em uma operação que começou em 2009 e foi confirmada pelo Banco Central (BC) do Brasil, diz a publicação.

O banco foi fundado em 1981 pela mesma família que controlava as Lojas Renner, antes da venda para JC Penney. Em março de 2013, o Banco Renner tinha ativos totais de R$ 614 milhões, segundo o site do BC, que lista os 50 principais bancos do País.

Conforme a Forbes, não há detalhes sobre o quanto foi pago por Macedo para o banco de capital fechado com sede em Porto Alegre. A aquisição foi concluída por meio de uma empresa chamada BA Empreendimentos e Participações Ltda, que é controlada pela empresa de mídia que tem Macedo como seu maior acionista, com uma participação de 90%. Os outros 10% pertencem á mulher de Macedo, Esther Eunice Rangel Bezerra. Representantes do Banco Renner e de Macedo não responderam aos pedidos da Forbes para comentar o assunto.

A transação, que estava sob análise das autoridades responsáveis e só recentemente recebeu o sinal verde da presidente Dilma Rousseff, levantou algumas questões incomuns pelo fato de Macedo e sua esposa, que são brasileiros, terem sido considerados como investidores estrangeiros pelo BC. Isso ocorreu porque os dois moram nos Estados Unidos, segundo a publicação. Outro problema apontado foi a falta de experiência da dupla no setor bancário, uma vez que reguladores bancários brasileiros exigem licença técnica para os interessados em investir no mercado financeiro do País.

A revista apontou ainda que esse tem sido um ano difícil para Macedo, que segundo ranking da mesma publicação possui patrimônio estimado em US$ 1,1 bilhão (cerca de R$ 2,26 bilhões). Sua rede de televisão, está passando por uma crise de liderança, que culminou com a saída de dois de seus principais executivos no início deste mês. A diminuição na audiência e o prejuízo de R$ 117,9 milhões em 2012 também contribuíram para últimos ajustes da emissora, que incluiu o fechamento de unidades inteiras de produção e a demissão de centenas de funcionários.

A Forbes diz que a maior parte da fortuna de Macedo vem da Record, a segunda maior emissora do Brasil, que ele adquiriu em 1990. A revista afirma que "não está claro onde ele conseguiu o dinheiro para comprar a emissora" e o Ministério Público do Brasil investigou o caso e relatórios têm sugerido que ele usou fundos da igreja para a aquisição.

De longe o mais pastor mais rico do Brasil, Macedo foi criado como católico e se converteu ao cristianismo evangélico no início de 1970. A igreja Universal foi criada em 1977 e cresceu rapidamente como uma das maiores e mais controversas religiões no Brasil, em grande parte graças à sua "teologia da prosperidade", que sustenta que a fé e o compromisso com a igreja são recompensados com riquezas. Conforme a publicação, apesar de ainda ser muito popular, a igreja está enfrentando uma queda no número de fieis ao longo dos últimos anos, muitos dos quais estão migrando para outras denominações igrejas evangélicas. (Terra, 07/2013)

Bispo Edir Macedo, agora, é banqueiro

Sem explicações convincentes, o Banco Central pediu e a presidente Dilma Rousseff autorizou o bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, a comprar 49% do capital do Banco Renner, com sede no Rio Grande do Sul. Seria uma operação corriqueira não fossem dois pontos: Macedo foi classificado pelo BC como investidor estrangeiro, mesmo tendo nascido no Brasil, e o bispo não reúne os atributos necessários exigidos pela autoridade monetária para operar no mercado financeiro, entre eles, habilitação técnica. Nunca se soube que Macedo tenha atuado em um banco, corretora ou distribuidora de valores.

A dificuldade do BC em justificar a operação é enorme. Tanto que se limitou a responder o questionamento do Correio por meio de uma nota lacônica. "A participação no capital de instituição financeira nacional de pessoas físicas (brasileiras ou não) ou jurídicas residentes ou domiciliadas no exterior depende de reconhecimento de interesse do governo brasileiro, se ausentes acordos internacionais ou de reciprocidade", assinalou. Para o BC, essas palavras, carregadas de tecnicismo, são suficientes para esclarecer quaisquer dúvidas.

Fonte: Folha Política

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