domingo, 10 de agosto de 2014

Testemunha diz que Marcinho VP e pastor ordenaram ataques à AfroReggae



O fundador da ONG AfroReggae, José Júnior, foi uma das testemunhas de acusação ouvidas contra Marcinho VP e o pastor Marcos Pereira

O fundador e coordenador da organização não governamental (ONG) AfroReggae, José Júnior, reafirmou ontem (7), em depoimento à Justiça, que o traficante Marcio Santos Nepomuceno, conhecido como Marcinho VP, e o pastor Marcos Pereira da Silva foram os mandantes dos ataques à sede da ONG. Ele foi uma das testemunhas de acusação ouvidas ontem (7) pelo juiz Rubens Casara, da 43ª Vara Criminal da Capital, no Rio de Janeiro, na audiência de instrução e julgamento contra os réus Marcinho VP, um dos líderes da facção criminosa Comando Vermelho, e o pastor Marcos Pereira, da Assembleia de Deus dos Últimos Dias.

Os dois foram denunciados por tráfico de drogas e associação ao tráfico. Marcinho VP foi ouvido pelo sistema de videoconferência, uma vez que cumpre pena no presídio federal de Catanduvas, no Paraná. O pastor está preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio, e esteve presente à audiência, no fórum da capital.

José Júnior disse que tinha relação de amizade com o pastor Marcos Pereira na mediação de conflitos em presídios até, segundo ele, ter a confirmação do próprio religioso de que estuprara a mulher de um dos vice-presidentes da igreja dirigida por ele. A partir de então, José Júnior passou a oferecer proteção ao desafeto de Marcos Pereira em sua ONG, e ambos começaram a sofrer ameaças do tráfico dos Complexos da Penha e do Alemão, acrescentou.

De acordo com José Junior, o pastor Marcos Pereira orquestrou, junto com outros traficantes, os ataques à cidade, em 2010. Dois anos depois, tanto o líder religioso quanto Marcinho VP planejaram as investidas contra a sede do AfroReggae, em Vigário Geral, subúrbio da cidade.

Também prestaram depoimento os delegados Roberto Ramos da Silva e Valéria Aragão, responsáveis por etapas do inquérito que desencadeou a denúncia contra os dois acusados. Os policiais contaram que obtiveram provas testemunhais de que o pastor Marcos Pereira atuava como uma espécie de “pombo-correio” de Marcinho VP, levando ordens e recados aos traficantes das comunidades sob domínio da facção criminosa Comando Vermelho.

Ao todo, nove testemunhas de acusação e 20 de defesa foram arroladas no processo. A próxima audiência foi marcada para o dia 8 de outubro.

Fonte: Agência Brasil

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