Já
ouvi irmãos se referirem a Assembléia de Deus com seus inúmeros
ministérios como uma colcha de retalhos. Alguns agem como se na história
da CCB nunca houvesse tido qualquer tipo de dissidência, talvez façam
isso por falta de conhecimento.
Segue abaixo um breve relato das principais dissidências da CCB que surgiram desde a década de 1950.
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1953: Igreja Renovadora Cristã
No
dia 21 de fevereiro de 1953, a edição do diário Jornal Folha de
Pinheiros destacou o primeiro batismo da Igreja Renovadora Cristã, ao
que se sabe até então, a primeira dissidência da Congregação Cristã no
Brasil.
Fundada pelo cooperador Aldo Ferretti na
década de 1950, tem sede na Vila Madalena – SP, num prédio que imita os
traços da Congregação Cristã.
Aldo Ferretti tinha laços estreitos com
Luis Francescon, como é possível verificar em cartas trocadas por eles
entre os anos de 1937 e 1951, digitalizadas e disponibilizadas no site
institucional da Igreja Renovadora Cristã.
Segundo os relatos de Ferretti, as
motivações que fizeram com que ele deixasse a CCB foram: à falta de
humildade de alguns do “Colégio de Anciães”, a quem Aldo classificava
como homens poderosos que preferiam acatar as tradições em detrimento da
Palavra de Deus. Entre os motivos estava à ostentação de “vaidades” e
uso e a conivência dos abusos com a bebida alcoólica, que na época
rendiam criticas a CCB tanto por parte dos cristãos quanto os não
cristãos.
Na noite de 14 de maio de 1952, após o
culto, na reunião dos ministros, Aldo fez sua exposição, apontando os
prejuízos que as vaidades e álcool permeando na igreja, o quanto isso
afrontava a Palavra de Deus. Alertou também para que os seus pares não
se alegrassem com o número crescente de fiéis, mas que tomassem cuidado
com a pregação parcial do evangelho que contribuía para a desobediência
não só no meio do povo, mas do próprio ministério. De acordo com Aldo,
houve uma forte reação a sua exposição, cujas conseqüências e criticas
não se limitaram aquela noite, e nem apenas aquela região, visto que o
ministério emitiu circular para ser lida em todas as Congregações
Cristãs, do Brasil, a partir deste dia Aldo Ferreti não mais compôs o
Colégio, bem como, para não deflagrar uma guerra interna e ter paz
consigo mesmo, voluntariamente deixou a CCB, tempo depois alguns irmãos
passaram a se reunir com ele em reuniões familiares, que mais tarde deu
origem a Igreja Renovadora Cristã. Ainda segundo Aldo, alguns dos que
estiveram junto dele na fundação de Igreja Revovadora retornaram a CCB,
pois, tinham dificuldade de se enquadrar no que Aldo classificava como
“lei seca”.
Atualmente, a Igreja Renovadora Cristã está presente em diversas localidades espalhadas pelo Brasil.
Aldo Ferreti além de fundador da Igreja
Renovadora Cristã, também foi ancião desta denominação, onde pregou até
os seus 96 anos de idade, quando dormiu no Senhor.
1967: Igreja Cristã Remanescente
Foi fundada no ano de 1967, em Telêmaco
Borba - PR, pelo ancião Nilson Santos, que antes de ingressar na CCB
frequetava a Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Mais tarde a Igreja Cristã Remanescente
filiou-se a Igreja Maranata, uma igreja alemã de linhagem adventista de
doutrina pentecostal.
Da mesma forma que a CCB, mantém
assentos separados para homens e mulheres, são adeptos da saudação com
ósculo e uso do véu pelas mulheres. Uma particularidade desta
denominação é a pratica do lava-pés.
Atualmente a denominação possui
congregações em diversa localidades dos seguintes estados: Paraná, Santa
Catarina, Bahia, Rio Grande do Sul, Rondônia e São Paulo.
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1991: Congregação Cristã no Brasil Renovada
Fundada
em Goiás, no ano de 1991, pelo ancião José Valério, na época o ancião
da CCB, o mais velho naquele Estado, foi o movimento que mais ameaçou a
hegemonia do Brás.
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Sediado em Roraima, o movimento
encabeçado pelo ancião Valério teve a adesão de vários ministros da CCB
nos estados de: Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Goiás, Bahia, São Paulo,
Paraná e Rio Grande do Sul.
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Em dois anos, a Congregação Cristã
Renovada já contava com 30 casas de orações, porém, no ano de 1993 o
grupo se dissolveu, e se reintegrou a Congregação Cristã no Brasil,
inclusive, concedendo-lhe direitos de propriedade sobre o patrimônio
construído pela CCB-Renovada.
1993: Congregação Cristã do Sétimo Dia
Fundada em Santa Catarina no ano de 1993, pelo ancião Luis Bento Machado, na época, um dos anciães mais antigos naquele estado.
O ancião Luis Bento se afastou da CCB em
1993, quando fundou a Congregação Cristã do Sétimo dia, uma
característica particular desta dissidência da CCB é que além de guardar
o sábado, eles também celebram a santa ceia com pão ázimo e suco de
uva.
Na ultima Assembléia Anual, no Brás, em
que Luis Bento participou, presidida pelo então ancião presidente
Vitório Angare, o ancião Luis Bento sendo um dos mais velhos anciães do
Brasil, e representante do Estado de Santa Catarina, foi um dos que se
reuniram as portas fechadas com o Conselho de Anciães. Nesta reunião foi
lido na integra pelo irmão Vitório o principio da criação, contido no
capítulo 1 e 2 do livro de Gênesis, logo em seguida Angare discorreu com
a pregação da Palavra, porém, a pregação abordou até o sexto dia. Foi
quando o ancião Luis Bento se diz ter sido tocado pelo Espírito Santo e
enxergou que a CCB se omitia acerca da guarda do sétimo dia.
Após alguns meses, se valendo que da
grande amizade que mantinha com o ancião Vitório Angare, Luis Bento
entrou em contato com Vitório, que sugeriu uma reunião em sua residência
para tratar desse particular. A reunião aconteceu e pacificamente
trataram do assunto, e ao que relata Bento, Angare não o contradisse em
nenhum momento, assim, o ancião Luis Bento retornou a Santa Catarina,
onde por mais dois anos esteve a frente da CCB.
Porém, a noticia de Luis Bento
reconhecia o sétimo dia como um dia a ser guardado por orientação da
Palavra de Deus vazou a nível nacional. Para tratar dessa questão
Vitório Angare convocou uma Assembléia Geral Extraordinária, que foi
realizada na sede da CCB em Itajaí - SC, a reunião foi presidida pelo
próprio ancião Luis Bento, e Vitório Angare por motivo de enfermidade
não participou desta reunião, mas enviou Luiz Sanches e Silas Pedrozo
para representar a cúpula da CCB. A reunião teve duração de 8 horas, os
presentes na reunião manifestaram o desejo de que Luis Bento continuasse
a liderar a CCB em Santa Catarina, mas determinaram que o mesmo deveria
fazer uma retratação publica sobre a questão da guarda do sábado,
reconhecendo que era um equivoco da sua parte. Era dia de sábado, a
reunião se encerrou e em seguida deu-se inicio ao culto daquele dia, o
ancião Luis Bento deu inicio ao serviço de culto e fez o seguinte
pronunciamento:
"Fazem
36 anos que eu palmilho neste caminho, e TUDO o que eu fiz aqui, foi
por amor a obra de Deus! Se algum dia, eu fiz alguma coisa errada, aqui
dentro da igreja, à algum irmão, que me perdoe! Porque fazem 2 anos que
Deus me revelou acerca do sábado, e a Congregação Cristã no Brasil
(apontava para saudosos representantes da CCB que se encontravam
sentados no primeiros banco), não reconhece este dia como mandamento da
Lei de Deus!!!, e por "este motivo" eu me afasto do ministério, oreis a
Deus por mim, que nas minhas orações eu orarei por todos vós... Deus
Seja Louvado!".
Após este pronunciamento, deixou o
púlpito e se sentou junto ao ministério ali presente, então, Luiz
Sanches subiu ao púlpito e disse: "Tudo
foi feito para que o nosso irmão Luiz Bento Machado ficasse no nosso
meio, mas não foi possível; doravante ele continua sendo nosso irmão,
mas como um irmão qualquer!". Muitos membros choraram com aquela cena, talvez, inédita em se tratando de Congregação Cristã.
Representantes do ministério central
(Brás), procuraram Luis Bento Machado para que assinasse sua carta de
renúncia como ancião da CCB, porém, Luis Bento não assinou tal carta
assim se justificando:
“não
estou renunciando.., eu estou APENAS me afastando do ministério, este
ministério que me fora confiado, como "ancião" foi Deus quem me deu! E
por isso, não devo assinar a carta de renúncia para nenhuma sociedade
religiosa, mas sim, levarei comigo para a sepultura”.
Ao
contrário de Aldo Ferretti, Luis Bento Machado não sofreu nenhum tipo
de perseguição, ou seja, nenhuma circular foi expedida, talvez, para não
chamar a atenção dos membros.
2001: Congregação Cristã Apostólica
A
Congregação Cristã Apostólica – CCA - foi fundada por Antônio Silvério
Pereira, que tinha 40 anos de CCB, e atuava no ministério como
cooperador, no dia 11 de novembro de 2001, em Aparecida de Goiás-GO.
Resulta de uma fusão entre membros da Congregação Cristã no Brasil e da
Igreja Renovação Cristã pastoreada por Fleury Rodrigues de Oliveira.
Atualmente a Congregação Cristã
Apostólica possui congregações em algumas cidades dos seguintes estados:
Paraná, Santa Catarina, Goiás, Espírito Santo, e São Paulo.
2004: Associação de Membros da Congregação Cristã no Brasil
O
movimento iniciou-se em 2002, por Jahyr Ferreira do Amaral, Osni R.
Santos, e Reginaldo Fernandes, influenciados por Ricardo Adam. Mas
somente em 2004, a AMCCB - Associação de Membros da Congregação Cristã no Brasil
- se tornou uma realidade. Pouco tempo após sua fundação, Jahyr
Ferreira e Ricardo Adam deixaram o movimento, pois, os ministros e
membros da AMCCB não concordavam com a posição de ambos em relação a
fazer oposição a CCB.
O fato da AMCCB ter se formalizado como
“Associação de Membros da CCB”, e não ter sido contestada juridicamente
pela CCB em seus dois primeiros anos lhe confere alguns privilégios,
tal como, usar o mesmo hinário que a Congregação Cristã no Brasil. Uma
das particularidades da AMCCB é que ela se dedica a resgatar os “parados
na graça”, e esclarecê-los de que homem algum pode cortar sua
liberdade, e que havendo sincero arrependimento há perdão da parte de
Deus, e que todos os pecados Deus perdoa, exceto, a blasfêmia contra o
Espírito Santo.
A denominação passou a se expandir em
2010, quando em Assembléia se uniram a Congregação Cristã no Brasil -
Ministéirio Jandira, movimento dissidente iniciado pelo ancião Samuel
Trevisan.
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2005: Igreja Congregação Cristã
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A
Igreja Congregação Cristã, foi fundada em 2005, na cidade de Fortaleza,
no Estado do Ceará, pelos ex-cooperadores da CCB José Bezerra de
Freitas, José Carlos Menezes e o ex-ancião Emilson Bernardo da Silva.
Atualmente, a dissidência Igreja Congregação Cristã tem templos nos
estados do Ceará, Rondônia e Paraná, além de trabalhar para a expansão
da denominação dos estados em que já atua, a ICC está em trabalho
permanente para abertura de congregações nos estados de Goiás e São
Paulo.
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2010: Congregação Cristã no Brasil - Ministério Jandira
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Ninguém deu valor para aquela salinha que se intitulava “Associação de Membros da Congregação Cristã no Brasil”
localizada próximo a estação de Armênia na capital paulista, talvez,
imaginando que ela definharia por falta de recursos ou membros, ledo
engano, após a ordenação de 3 anciães em Jandira em maio de 2010,
interior de São Paulo, sem a aprovação do Conselho de Anciães,
conforme determina os estatutos da CCB, o impasse foi resolvido pelo
Brás destituindo do cargo todos os envolvidos, inclusive, o ancião
Samuel Trevisan, que após o ocorrido construiu um templo em Jandira,
usando a mesma fachada e nome de CCB, para formalizar a instituição
Trevisan se juntou a AMCCB, que tem sede no bairro Ponte Pequena, da
capital paulista, mas tem congregações em Juquitiba e Jandira, outros
templos estão sendo construídos no interior de São Paulo e um no Mato
Grosso.
Não sabemos se a particularidade legal
da AMCCB, que está registrada como Associção de Membros da CCB confere
direitos sobre o uso do nome CCB sem qualquer distinção.
Existem outras denominações que se originaram a partir de integrantes da CCB, mas esses são os mais expressivos.
É
lógico que se todos esses dissidentes concordassem plenamente com as
doutrinas da Congregação Cristã no Brasil eles não teriam deixado a
instituição, muito menos fundado novas denominações.
Quase
todas as denominações dissidentes citadas tem em comum a maneira de
acolhimento ao pecador, elas também se reformularam nos itens que
rendem criticas internamente e externamente a CCB, principalmente, o
exclusivismo e relacionamento interdenominacional.
Quanto ao credo
doutrinário e liturgia são similares a CCB, já na questão dos usos e
costumes, são mais flexíveis por entenderem que contribuem para a
disciplina, mas não são doutrinas bíblicas, faz-se exceção ao Igreja
Renovadora Cristã, cujo um dos principais motivos para o surgimento foi a
questão das vaidades, o excesso de zelo no tocante a vaidade faz com
que os membros da Renovadora Cristã não usem vestido de noiva e nem
mesmo aliança de casamento.